Cap‐ 02 A tempestarde

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— Com sua licença, senhorita!

— Sim, Sara? – Disse sem olhar na direção da voz, não queria perder a concentração da leitura que fazia naquela noite quente.

— O entregador chegou! – ouviu a mulher dizer na entrada da porta da biblioteca recheada de raridades.

—Ok, por favor receba as entregas e der uma boa gorjeta ao moço. – estava fisgada no livro que escolherá para ler, “ A moreninha" não queria perder a gostosa concentração, esperava que a mulher entendesse aquilo.

— Sim, foi o que fiz, aqui estão as pizzas que pediu.

À mulher pigarreou antes, para pedir um pouco da sua atenção. Desviando o olhar do que fazia pode ver as entregas em suas mãos, ela parecia meia impaciente.

— Precisa eu que as sirvo?

— Não, deixe aí na escrivaninha mesmo!

— Claro, precisa que eu lhe traga algo para bebe? – Ela disse obedecendo a jovem.

— Não se incomode, eu pedi alguns refrigerantes.

— Sim eu pude  ver... – Ela pareceu um pouco cautelosa antes de prossegui, – Isso não é saudável menina, posso lhe trazer um refresco de frutas em um instante é só...

Levantando uma sobrancelha, não escondeu o quanto aquilo parecia impertinente, quase dissera que já era adulta pra saber o que queria comer, ela não ia fazer o papel de sua mãe, não tinham aquela intimidade, apesar de gostar dos modos educados da mulher, ela estava exagerando, por mais que dizia está seguindo ordens da ex- patroa,

— Não, pode deixar isso do jeito que está, pode ter certeza, se eu precisar de algo eu te chamo. — Tentou não ser muito rude, já estava acostumada com a presença dela e do senhor Mathias quem cuidava do jardim e aparecia na casa uma vez na semana para recolher as folhas secas, podar as prantas e limpar a grande piscina, na qual a moça tinha grande prazer em mergulhar na aqueles dias quentíssimo, já tinha planejado seu aniversário, seria uma festa de arromba na piscina, iria locar um ônibus com dois andares para trazer sua família e  amigos para aquela cidade, queria algo grande, inesquecível, já que não tivera uma festa de debutante por falta de grana, agora era hora de ter o melhor que dinheiro poderia dar, diversão em família! – pensou dando um leve suspiro com um pouco de saudade da mãe e os irmãos.

— Me perdoe  eu só...

— Está tudo bem, mas lembre-se  que não sou a Sra. Laura! – Interrompeu a mulher que assentiu com a cabeça e se retirou. Já avia perdido o foco do que fazia, decidiu levantar da poltrona para comer antes que aquela delícia esfriassem, guardou o livro de volta no lugar pegando uma latinha de Coca-Cola abriu e deu um pequeno gole, sentiu o líquido gelado descer a garganta seca lhe dando uma sensação de alívio, com a embalagem aberta pegou uma grande fatia da pizza e saboreou com prazer, com rapidez devorou dois pedaços, normalmente não era tão comilona assim, mais andava meia ansiosa desde o dia em que começou a ler as cartas, estava procurando pistas do tesouro descrito no mapa, mais tudo parecia um quebra- cabeça de tão confuso, Já estava achando que não passava de uma brincadeira de mau gosto, – olhou para o anel que não conseguia mais tirar do dedo, não combinava com seu estilo, talvez devesse emagrecer um pouco, estava comendo muitas besteiras naqueles dias, — pensou tentando mover a joia meia desgastada pelo tempo, logo sua atenção foi tomada por um relâmpago e um estrondoso trovão que cortou o céu naquele instante, assustada dera um salto, sorriu de si mesma com as mãos no peito, desde criança tinha medo de tempestades, mais não entendeu como o tempo tinha se formado tão rápido, avia mais de três dias que o clima estava bem confuso, como se o dia não bastassem as noites também estavam incrivelmente quentes, por sorte a casa tinha bons ar-condicionado, mas percebia o ar quente quando abria a janela para respirar ar puro ou admirar o jardim bem cuidado.

Intrigas do velho Oeste- Samantha Ó Reley  - E A Viagem Atravez DO TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora