6| Novo Amigo

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  Entrei mais fundo na floresta, aquela sanguessuga me deu uma dor de barriga forte.
Continuei andando, sempre olhando para o chão onde piso. Estava conversando sozinha, como se Jasper estivesse do meu lado.

- Meu amor? Tem certeza que quer virar vampira?- Falei com uma voz grossa, como se fosse Jasper.
- Aí meu bem, não sei. Quero muito, mas preciso ver minha mãe primeiro.

Idiota é você Isabella, se Jasper tivesse te mordido nada disso teria acontecido, que ódio que estou. Tudo culpa minha.

Sentei no chão e comecei a chorar, coloquei as mãos na cabeça, chorei até soluçar.

Olhei para o lado e vi um monte de bambus. Fui até lá e cortei com muita dificuldade uns três dele, e vi um cobra me observando entre eles, peguei a lança e matei.

- A janta esta garantida- Falei pegando ela morta.

Levei os bambus e a cobra para casa e vi o filhote de onça saindo da minha cabana.

- Oi coisa fofa- Falei me agachando.

Ela se assustou e deu um pulo para trás, mostrando os dentes.

- Calminha! Aqui pra você.

Cortei a metade da cobra e joguei para ela. Ela foi bem devagar para a carne e me observando. Começou a comer a carne desconfiada, porém faminta.

Entrei na cabana, limpei e fritei a carne. O cheiro estava ótimo, a pequena onça apareceu longe e ficou observando, olhei para ela e dei um sorriso.
Comi a carne e dividi novamente com ela, quando me dei conta passou se alguns dias e ela dormia comigo.
É difícil eu me alimentar sozinha, agora imagina com um felino junto, fico preocupada se crescer e me atacar.

Jasper deve estar vindo para me buscar, estou morrendo de saudades de todos eles, eu entendo o motivo dele estar demorando. Com certeza esta olhando uma ilha de cada vez, logo ele chegará nessa e me buscará. Saudades daquele cabelo loirinho, e sorriso perfeito. Aí, fico me tremendo toda.
Olha para lá oncinha, comecei a me masturbar pensando nele, de todas vezes que ele me tocou, e de tudo que fizemos. Quando eu subia em seu colo e de todo o resto, incluindo meu corpo com hematoma de tanta força que ele fazia, minha nossa. Queria tanto ele aqui comigo agora, com aquela boquinha linda.

Fechei meus olhos e gemi alto, cheguei no orgasmo, me contorci toda.

Olhei para o Lilio (coloquei um nome na onça), ele estava me olhando sem entender. Aliás, sempre pensei que ele fosse fêmea, mas vi o pinto dele.

- Você não viu nada Lilio, boa noite!

Me virei de costas e dormi.

Dias se passaram, semanas e meses.

Ja se passaram dois meses e nada do Jasper chegar. Teve uma noite que escutei passos na floresta, pensei que era ele, mas não era.
Graças ao Lilio eu tenho com quem conversar e com isso não fiquei doida. Nesses dois meses comemos cobras, consegui pescar alguns peixes com armadilha de bambus, bebemos agua de coco e água do lago, e frutinhas que achava nas áreas novas que passamos.

Lilio esta grande e basicamente ele que trás alguns animais para comermos. Ele foi meu guarda-costas e um amigo para mim.

Estava eu e Lilio abaixo de uma árvore,  eu do lado dele fazendo carinho e ele ronronando. Até que escutou um barulho na floresta.

- Tudo bem Lilio?

Ele balançou seu rabo e ergueu suas orelhas. Entrou na floresta rapidamente.

- Lilio!! Espera!

Peguei minha lança e fui correndo atrás dele tentando seguir, desviava das galhas e dos buracos que tinha na floresta.
Parei de correr, fiquei tentando escutar qualquer passo. Então, escutei um rugido, e uma onça preta pula atrás de mim, mas Lilio surge e pula em cima daquela onça. Os dois começaram a brigar, não sei oque fazer. Então Lilio se afastou e ficou em minha frente, mostrando que eu não sou comida. Aquela onça preta ficou nos observando mostrando seus dentes. Logo ela entrou no mato e sumiu.

Olhei para Lilio e fiz carinho nele.

- Muito bem meu filho.

Dei um beijo e voltei para a cabana, que inclusive esta muito bonita.

Passaram-se mais uma semana. Lilio estava sumindo e ficando muito tempo para fora. Tem alguma coisa errada com ele.

Estava noite, nada do Lilio voltar. Depois de horas acordada finalmente dormi.
Acordei com um barulho, peguei minha lança e fiquei olhando para a porta. Escutei passos, então Jasper apareceu.

- Olá minha ruiva.
- JASPER!!!!- Corri e abracei- Por que demorou tanto? Que saudades de você- Comecei a chorar.
- Calma, calma- Disse ele sorrindo- Tem muitas Ilhas nesse planeta, demorou um pouco.
- Ilhas não habitável tem poucas- Falei sorrindo- Pensei que você não iria vir me buscar.

Ele sorriu e ficou me olhando.

- Tenho um presente para você- Disse ele tocando em meu rosto- Fecha os olhos.

Fechei meus olhos e dei um sorriso.

- Posso abrir?- Ficou em silêncio- Jasper? Posso abrir?

Abri meus olhos e ele não estava mais lá. Eu odeio as minhas alucinações. Que ódio!!!!

Olhei para fora e vi Lilio com uma parceira.

- Lilio- Sussurrei

Ele olhou para mim e seguiu a outra onça para dentro da floresta.

-Isso mesmo Lilio, vai atrás de alguém que te ame e nunca espere por ninguém.

Fiquei nervosa, eu tenho que aceitar. Jasper não vai vir atrás de mim, essas horas ele ja arrumou outra e eu estou aqui pensando nele o dia todo. Ja chega!! Eu vou sair dessa Ilha agora ou vou morrer tentando.

Amanheceu...

Cortei vários bambus e joguei na praia, peguei cipós, muita água de coco e frutas. Fiz uma jangada bem firme, apertei muito forte para não desmontar. Tentei várias vezes colocar no mar, mas a jangada não parava quieta. E fui aprimorando ela. Levei três dias para deixar tudo pronto. Tenho que estar em terra firme em três dias, não consigo armazenar água e esse é o tempo para que eu não morra desidratada.

Lilio apareceu. Olhei para ele e dei um abraço. Ele olhou para a jangada e colocou sua pata em minha mão, querendo que eu não fosse.

- Ah! Lilio, você ja tem sua nova família- A onça preta nos observava da floresta- Eu tenho que ir atrás da minha. Não se preocupe comigo. Se cuide, ta?

Dei um beijo nele e subi na jangada. Ele veio atrás de mim.

- Não Lilio! Não.

Ele mordeu a jangada puxando para trás.

- Malvado, não. Para!!! Lilio eu tenho que ir.

Peguei um pedaço de bambu de bati nele. Ele soltou e voltou a praia e ficou me olhando.

- Desculpa meu bebê, eu te amo muito.

Ele deu um rugido e começou a afinar sua voz, como se estivesse chorando.

Não se preocupe Lilio, eu irei te visitar.

Agora vamos para onde as águas me levar.

A Irmã De Victória - Vol. 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora