Capítulo 19

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-PARA DE MENTIR!- Sua voz estrondou por todo o corredor e um soluço de choro saiu dos meus lábios. Não tinha sentidos, já que eu não estava chorando, apesar de vontade não me faltar.

-Não estou mentindo. Eu juro. Juro que eu não estou mentindo.- Ele me olhou fixamente e agora eu conseguia sentir as lágrimas nos meus olhos, mas lutava contra elas. Não queria que um garoto me visse chorar.

-Sim você está, você está sim!- Parece que ele estava tentando convencer a si mesmo do que dizia e eu temi pela minha vida, porque esse homem estava louco. Completamente louco. Seus olhos voltaram a olhar nos meus e eu contive minha respiração.- Você é alguma coisa. E está mentindo para mim. Porque o Richard usou em você, e isso te afetou no bar, eu te vi, você estava apavorada. Mas ele não pode ler seus pensamentos.

Que?

Adeus Kelsey. Esse homem atrativamente louco vai te assassinar e vai sair impune de todos os crimes porque é doente mental. E você vai morrer. Simplesmente por querer ter uma vida normal em um povoado.

-Por que?- Seu olhar estava em meus olhos e a minha respiração era cada vez mais pesada e custava a chegar nos meus pulmões. Sentia que ia desmaiar, me sentia doente.- POR QUE?!- Voltou a gritar e eu desejei que alguém aparecesse no fim do corredor para me salvar.

Suas mãos voltaram ao processo de baterem contra os armários, levando meus braços junto com ele. Fechei os olhos e pude sentir as lágrimas caindo sobre as minhas bochechas. Outro soluço saiu pelos meus lábios e eu tentei controlar mas estava longe do meu alcance.

-Não sei. Não sei.- Continuei soluçando e isso me deixava mais nervosa que antes.-Não sei do que você ta falando. Não sei a oque você está se referindo. Não sei de nada, eu juro.- Abri os olhos enquanto engolia saliva e vi que meu peito e o dele subiam e baixavam rapidamente

Seus olhos escaneavam todo meu rosto

Oque estava acontecendo? Voltei a soluçar e novas lágrimas caíram pelas minhas bochechas. Ele olhou elas caírem até o final do meu queixo.

Suas mãos não soltaram os meus pulsos mas se dirigiram lentamente ao meu rosto. Duvidando do que ia fazer, colocou seus polegares em baixo dos meus olhos e limpou as lágrimas que saiam dos meus olhos. Fechei meus olhos e me encostei mais ainda nos armários diante do seu tato. Engoli saliva de novo enquanto ele continuava secando meu rosto.

Abri meus olhos me encontrando com os dele, que me olhavam fixamente.

Enquanto secava minhas lágrimas sem tirar seus olhos dos meus, minha respiração ficava cada vez mais tranquila e eu estava odiando isso. Ele tinha me feito chorar e ter medo dele, suponho que ele não deveria ter o poder de me acalmar. Não era justo. Não tinha nenhum sentido.

Oque estava acontecendo com meu corpo?

Colocou suas mãos ao lado do meu rosto, imóveis. Engoli saliva novamente e seus olhos voltaram a deslizar sobre o meu pescoço. Vi ele engolir saliva e disse a mim mesma que era a primeira vez que ele parecia estar nervoso.

Suas mãos folgaram um pouco o aperto que ele estada dando nos meus pulsos e por fim os soltou, os mesmos caíram ao lado do meu corpo como se não tivesse vida.

Ele continuava no mesmo lugar. Meus olhos tinham deixado de lacrimejar e minha boca estava seca. Passei minha língua pelos meus lábios na tentativa de deixa-los úmidos, seus olhos se moveram diretamente até eles, ele repetiu a minha ação e fechou seus olhos, apertando um pouco mais a sua mandíbula.

Se afastou de mim

Deu um passo para trás e se afastou de mim. Seus olhos todavia ainda não estavam abertos e começava a dar lentos passos, se afastando cada vez mais de mim.

Quando ele se afastou eu pude sentir novamente o calor pelas minhas veias. Quando ele estava perto de mim eu só podia sentir o frio que sue corpo emanava normalmente e se apoderava de todo o meu calor corporal. Os arrepios recorriam por todo o meu corpo e reagi quando ele estava de costas e indo embora pelo corredor. Despreguei minhas costas do armário e dei três passos.

-Espera...- Saiu da minha boca como um grito apagado, com a boca seca novamente e minha respiração tranquila. Ele parou mas não virou para me ver, suas costas era a única coisa que eu podia ver- Espera.- Voltei a repetir.

-Se afasta de mim- Sua voz era firme, como se oque acabou de acontecer não tivesse acontecido. Como se ele não tivesse me empurrado contra os armários exigindo respostas de perguntas que eu não compreendia, e como se depois ele não tivesse feito esse lindo gesto de secar minhas lágrimas...As lágrimas que ele mesmo tinha provocado- Isso é perigoso...- Sua voz era um firme sussurro que eu podia escutar mesmo que ele tivesse a uns quantos passos de mim, vi como sua cabeça virava um pouco para  me ver por cima do seu ombro- Eu sou perigoso.- neguei com a minha cabeça, engolindo saliva, enquanto procurava seu olhar com meus olhos.

-Não posso...-Admiti em um sussurro, fazendo o seu olhar voltar atento para mim, ainda que ele estivesse de costas para mim- Não quero fazer isso.- Minha voz voltava a ser firme e agradeci porque não saiu tremendo. Seu olhar voltou para a frente e notei como seus punhos se fechavam aos lados do seu corpo.

Tudo oque eu dizia saia da minha boca sem que eu pudesse controlar, como sempre acontecia quando eu estava nervosa. E essa não era a exceção, e o primeiro que eu tinha pensado saiu da minha boca sem filtro.

-Não diga que eu não te avisei- Seu olhar se dirigiu para mim uma vez mais, enquanto virava sua cabeça sobre seu ombro.

A única coisa que eu lembro depois são um par de mãos no meu pescoço e tudo ficava preto, mas eu não caia no chão, porque um par de braços me seguravam fortemente.








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CHRISTOPHEROnde histórias criam vida. Descubra agora