Quando terminei o trabalho de matemática me senti completa. Finalmente eu tinha feito algo bem feito, e eu tinha certeza que estava bem feito, porque já tinha revisado uma quinze vezes.Caminhei para a cozinha, enquanto a música continuava tocando por todo o apartamento, e peguei um copo, coloquei um pouco de suco e tomei enquanto dançava de pijama. Uma batida forte na porta me fez parar de dançar. Através da música senti que a pessoa tinha uma mão pesada. Olhei a hora no meu telefone. Só eram 21: 47, a Tris não ia voltar antes das onze, ou até mais tarde.
Provavelmente seria um vizinho que veio reclamar da música.
Caminhei até a porta e me surpreendi ao ver Zabdiel Vélez parado na minha porta.
Que merda ele ta fazendo no meu apartamento a essa hora? Como ele sabia onde eu morava? E porque eu tinha aberto a porta só de pijama?
Me tapei rapidamente com o casaco que estava por cima dos meus ombros desde que fui abrir a porta para o Johann e ele sorriu
-Oi.- Não vou mentir, apesar de chocada, continuava achando a voz dele linda.
-Não quero ser grosseira, mas oque você ta fazendo aqui?- Ele coçou sua nuca e olhou para o corredor, coloquei a cabeça para fora para ver oque ele estava olhando e ele empurrou meus ombros para dentro do apartamento de novo.
-Passava aqui por perto e vi a porta aberta, perguntei por você e me disseram que esse era o seu apartamento.
Era a minha imaginação ou ele estava nervoso?
-E como você sabia que eu morava nesse edifício?- Cruzei os braços
-Você já sabe...- Coçou sua nuca novamente- É um povoado pequeno, todo mundo sabe tudo sobre todo mundo.
Boa resposta.
Ficamos calados durante alguns segundos, enquanto ele continuava olhando para o corredor, como se estivesse procurando algo ou alguém. Voltei a colocar meu rosto para fora do apartamento para ver oque ele tanto olhava mas ele pegou na minha mão e me colocou de novo dentro do apartamento, entrando e se colocando de uma forma estratégica na porta, me impedindo de olhar para o corredor. Olhei para o seu rosto e ele estava com o olhar fixo no chão.
-Vim te perguntar se você quer sair para beber alguma coisa...- Olhou nos meus olhos e se deu conta do quão chocada eu estava já que meu rosto demonstrava bastante- Se não for ruim ou muito tarde para você. Só vamos tomar alguma coisa em um bar que fica no centro do povoado, lá é agradável.
Aceitei apenas afirmando com a cabeça e com as sobrancelhas juntas.
-Está bem, deixa só eu trocar de roupa.- Ele negou com a cabeça
-Não precisa, é só um bar.
-Zabdiel?- Sorri
-Oque?- Ele me olhou confundido.
-Eu tô só de pijama.- Dirigiu seus olhos para baixo e coçou sua nuca nervoso.
-Certo. Vai se trocar.- Entrei no apartamento e fechei a porta, deixando ele do lado de fora. Porque isso não era um encontro, eu tinha conhecido ele hoje. E nem sequer posso falar que conheço, porque só conversamos por 5 minutos.
Desliguei a música e fui para o meu quarto. Peguei uma calça jeans preta colada, um par de botas e uma camisa vermelha, junto com a minha jaqueta azul marinho. Entrei no banheiro e passei um pouco de maquiagem no meu rosto, porque não, eu não saio de casa sem maquiagem, não gosto de assustar as pessoas. E penteei rapidamente meu cabelo.
Peguei as chaves do apartamento junto com a minha bolsa, que já estava com tudo dentro já que hoje eu não tinha tirado nada de dentro dela, a não ser alguns livros e caminhei para a porta. Antes de abrir, escutei alguns sussurros da voz do Zabdiel e de alguém mais. Abri a porta e vi ele, sozinho. Com as mãos atrás das costas e sorrindo como um menino pequeno. Sai para o corredor fechando a porta e depois virei para olhar para ele.
-Com quem você tava falando?- Ele fez uma careta com seus lábios antes de responder.
-Comigo mesmo.- Juntei minhas sobrancelhas- Faço isso quando estou nervoso.- Riu
-Eu também, vejo que eu não estou sozinha nesse mundo.
Caminhei até as escadas mas ele me parou
-Oque você ta fazendo?- Eu o olhei meio óbvia e sorrindo
-Descendo as escadas para sair do edifício, talvez?- Ele negou com a cabeça.
-Vamos de elevador.
-Mas ele demora muito...
-Eu insisto. Vamos de elevador.
Que tipo de problemas esse garoto tinha com as escadas?
Está bem?- Esperamos o elevador pacientemente e quando chegou entramos nele. Caminhamos para fora do edifício e me surpreendi ao ver que ele tinha um carro.
Não tinha que ficar surpresa. Quantos anos ele tinha? Dezessete? E fora isso trabalhava em uma oficina de carros. Mas eu não era tão idiota. Não ia subir no carro de um "quase estranho" jamais.
-Você se incomodaria se a gente fosse caminhando?- Eu disse quando vi que ele estava pegando as chaves do seu carro- Eu adoraria pegar um ar fresco.- Ele concordou caminhando ao meu lado e guardando a chave do carro no seu bolso- Não é muito longe né?
Por favor diz que não, eu ainda odeio caminhar.
Só algumas quadras depois da Escola.
Eu ia me queixar, porque eu sempre me queixo, mas a verdade é que não era tão longe como eu pensava. De qualquer jeito eu tinha que caminhar e isso viraria uma tortura.
(...)
Nós estávamos em silêncio por todo o caminho. Não era incomodo, mas também não era como se eu estivesse caminhando com a Tris. Era algo normal. Depois de alguns minutos caminhando chegamos ao bendito bar e eu fiquei parada na porta observando aquele cartaz que dizia "Procuramos Garçonetes"
De manhã, antes que a Tris ficasse louca como seu encontro com o Johann, nós estávamos conversando sobre arranjar um emprego, porque o dinheiro que nós roubamos não iria durar para sempre, e a Tris não queria fazer isso novamente, eu eu muito menos. Me sentia culpada, estava disposta a devolver tudo o mais rápido possível. Então nós estávamos averiguando se tinha trabalhos pelo povoado e não tínhamos encontrado, mas eu não tinha ficado sabendo que nesse lugar eles precisavam de garçonetes. Talvez eles paguem bem e, tudo bem que eu e a Tris não tínhamos experiências mas nós aprendemos rápido.
-Oque houve?- Me girei para o Zabdiel e ele estava me olhando com aqueles enormes olhos castanhos.
-Nada, só lembrei que eu e Tris estávamos procurando um trabalho e bom...- Apontei para o cartaz e ele desviou seu olhar de mim para ver.
-Sabe de uma coisa, conheço os donos daqui. São amigos dos meus pais, posso tentar conseguir uma entrevista para vocês, oque você me diz?
Ai meu Deus, esse garoto era um anjo caído do céu. Obrigado Deus, por te colocado ele na minha frente.
-Você ta falando sério?- Ele afirmou com a cabeça e eu não pude conter a alegria, comecei a pular e corri para abraçar o Zabdiel.- Obrigado, Obrigado, Obrigado, Obrigado, Obrigado. Você não tem ideia do que isso significa para nós, eu...- Parei ao ver que eu estava apertando demais ele. Olhei para cima e vi ele sorridente. Me separei rapidamente arrumando um pouco a minha roupa.- Sinto muito. Sou muito exagerada e só me dou conta das coisas quando eu já fiz elas.- Ele soltou um pequeno sorriso.
-Está tudo bem... Você me faz me lembrar o meu irmão.- Voltou a sorrir enquanto entravamos ao bar.
-Ah é? Qual deles?- Eu mantive meu sorriso enquanto nós sentávamos e chamávamos uma das garçonete.
-Ao Christopher.- Ao simples fato dele mencionar o seu nome eu senti arrepios por todo o meu corpo.
Kelsey, oque esta acontecendo com você?
Vocês querem uma maratona na próxima semana?
10 votinhos e eu faço uma maratona de 3 capítulos em um dia ❤️
Votem por favor :)
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CHRISTOPHER
Mystery / Thriller-Se afasta de mim- Sua voz era firme, como se oque acabou de acontecer não tivesse acontecido . Como se ele não tivesse me empurrado contra os armários exigindo respostas de perguntas que eu não compreendia, e como se depois ele não tivesse feito es...