Capítulo 1

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Olá! Esse é o primeiro projeto de tradução da Purple Trads, espero que gostem!
— Kass.

Aviso: menção a abuso sexual infantil.

———

1.

Existem várias circunstâncias para se assumir nesse mundo, mas eu não conheço pessoas tão calmas e clementes como as da minha família.

Quando minha mãe ouviu aquilo, seus lábios tremeram e lágrimas desceram por sua face. Os olhos do meu pai também ficaram vermelhos, e ele se agachou no canto perto do aquário, observando os peixes.

Ele fuçou ao seu redor e puxou um cigarro. Ele estava prestes a acendê-lo enquanto estava pendurado em seus lábios quando minha mãe se virou e disse, "Quem te deu permissão para fumar dentro de casa? Você se atreve a pescar em águas turbulentas[1]?"

Meu pai ficou parado por alguns segundos e depois, disfarçadamente, enfiou o cigarro de volta na caixa.

Minha mãe, então, se virou de volta e continuou a me abraçar de forma arrependida enquanto massageava meu cabelo e dizia, "É tudo culpa nossa, é tudo culpa nossa."

Embora eu fosse um homem adulto e não gostasse desses tipos de carinho íntimos, eu não os recusaria. Afinal, meus pais estavam ficando velhos, então eu tinha que suprir as necessidades emocionais deles.

Diferente do que eu estava esperando, depois que minha mãe terminou de derramar suas lágrimas, ela me perguntou se tinha algo me incomodando psicologicamente e me disse que não havia nada para eu ter medo, que eles me apoiavam incondicionalmente e outras coisas mais.

Isso foi porque eu havia sido molestado quando era mais novo. Quando eu brincava perto da porta, a estudante universitária que alugava o apartamento ao lado me carregava para dentro da casa, e isso continuou por um mês até ser descoberto. Por isso, meus pais sempre culpavam a si mesmos, pensando que não tinham feito um bom trabalho em me proteger. Eles sempre me mimaram e se responsabilizavam por qualquer inconveniente. Depois de tantos anos, isso havia se tornado um hábito.

No entanto, eu não achava que a culpa era dos meus pais. Aquela estudante universitária parecia amável, gentil, tímida e não agressiva. Quem poderia imaginar que, secretamente, ela era uma pedófila?

Na época, eu não conseguia entender o que estava acontecendo e não conseguia lembrar exatamente do que aconteceu. Eu só pensei que ela era bastante assustadora quando ameaçou que não podia contar aos meus pais. Enquanto eu crescia, isso fez com que eu não conseguisse desenvolver sentimentos íntimos além da amizade por meninas, e eu, naturalmente, me tornei um homossexual.

Eu escolhi confessar essa notícia infeliz para os meus pais quando estava na universidade. Ao invés de me atacarem, eles caíram em um estado de se auto culparem pela enésima vez, e não importava como eu tentasse os consolar, não servia de nada.

Além de balançados e levados pela culpa, eu fiquei com medo de partir ainda mais os corações deles, então fui forçado a guardar outra notícia infeliz.

Eu também tinha apatia ao sexo[2].

2.

Muitas pessoas definitivamente tem concepções erradas sobre apatia ao sexo.

Eu não tinha disfunção erétil mesmo!

Eu não tinha nenhum impedimento quanto ao desempenho sexual, e eu podia levantar pela manhã e me masturbar enquanto assistia filmes gays. Eu só não queria fazer sexo com pessoas.

On How to Properly Instruct Old Chinese Doctors to Use Emojis [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora