Capitulo 1 : Chloe McClin

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Nota do autora:
Coloco um gif para mostrar a aparência do Alan no capítulo.

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Começo essa história a partir de um sonho.

Impossível achar normal a ideia de amar alguém que você nunca conheceu.
Mais impossível ainda é aceitar uma vida inteira com esse sentimento no peito de não ter vivido algo.
Percebi com o tempo que eu deveria me acostumar com aquela saudade de algo que nunca vivi, era melhor conviver com aquela sensação de vazio do que tentar em vão abafar meus sentimentos em relacionamentos abusivos e falidos.

Mergulhei no meu abismo e ali fiquei inerte por anos, apenas absorvendo delírios e fantasias.
Os sonhos com ele eram comuns, e com o tempo eu passei a reconhecer quando estava sonhando.
E fui mergulhando cada vez mais.
No começo, quando você tem a consciência de estar em um sonho e sente que pode ir mais longe, bate um medo, um pânico de ficar presa ali.
É sua mente pedindo para sua alma ficar, ela sente a conexão ficar cada vez mais longe, e manda o pânico tentar fazer você voltar, e na maioria das vezes você volta, por medo da sensação de morrer.
Eu voltei para mim muitas vezes, mas teve um dia, que eu o vi tomar chá em restaurante aberto do outro lado da rua, parecia ser Londres, eu sentia até o frio.
Ele de cachecol marrom, cabelos grisalhos e um jornal na mão.

No momento em que tentei atravessar a rua, eu senti o medo tentar me consumir, aquela sensação de se você for não vai mais voltar.
E foi quando eu disse pra mim mesma que não importava se eu voltaria ou não, eu sabia onde estava e sabia o que queria fazer.
Eu havia tomando o controle, e quando tive a consciência disso consegui caminhar até ele.
Me sentei na mesa e eu sabia que poderia fazer o que quiser, era um sonho lúcido.
Conversei com ele, imaginei algumas coisas que foram acontecendo, eu quis comer um bolo e ele surgiu, quis que nevasse e logo veio uma nevasca.
Mas não demorou muito para eu perder o controle das coisas, e deixar meus medos tomarem conta de mim, aquilo me fazia voltar para meu corpo, e meu cérebro sabia disso, e foi quando naves alienígenas surgiram no céu, ele sumiu da cadeira, e o sonho passou a ser pesadelo.
Nas noites dos dias, meses, anos seguintes eu tentava sempre ficar o máximo de tempo com ele, até algo ruim o tirar de mim.

Até que chegou o dia.

Sonhei que estava em um quarto de hotel sozinha, eu levantava da cama e abria as janelas, via o caos da cidade, as vozes, carros e pessoas.
Abri a porta e entrei no elevador, escutei uma voz ao longe pedindo para parar, era ele, que vinha correndo tentando organizar alguns papéis, ele mal olhou pra mim, estava atento no monte de folhas em suas mãos.
Achei estranho e tentei controlar o elevador para parar.
E parou.
Virei para ele bati nas suas mãos fazendo as folhas caírem e se espalharem pelo chão do elevador, e o beijei, na verdade ataquei como um animal feroz.
Ele ao contrário das outras vezes que nós beijamos me empurrou, disse que iria chamar a segurança, que eu era uma louca desequilibrada.
Eu estava rindo quando senti o elevador andar, tentei fazê-lo parar mas ele não me obedeceu, eu pensei que a hora do pesadelo iria começar.
Quando o elevador parou, vi alguns funcionários do hotel parados na porta junto com um técnico.

Entre Corpos e SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora