A rainha escutava cada palavra vinda de sua neta, estava incrédula, mas não totalmente surpresa. Assim que a jovem retirou-se a mesma caminhou em direção a rosada que chorava silenciosamente na presença do famoso Obanai, o cavalheiro que as damas tanto falavam.
— Peço desculpas no lugar de minha neta — disse firme. — Na verdade, isso me ajudou a tomar uma decisão importante.
— Decisão importante? — Kanroji perguntava com seus olhos marejados.
— Bom, você ouviu cada palavra envenenada de Leona graças a mim. Afinal, insisti para que trabalhasse no castelo.
— Na verdade, estou grata pela oportunidade. — sorriu. — Se não fosse por ela não sei o que faria para sustentar meu irmãozinho.
— Oh, isso é jeito de uma dama falar? — brincou. — Dama cor-de-rosa, devo muito aos seus pais, mas imagino que esse não seja o lugar apropriado para essa conversa. Por favor, me siga.
Mitsuri agarrou um dos braços de Iguro, que soltava uma risada leve, enquanto preparava sua mente para uma possível segunda discussão. A Rainha os guiou até o que seria uma sala de reuniões, onde a rosada nunca teve permissão de entrar.
— Eu não mordo — afirmou sentando-se. — Ser uma nobre cansa mais do que imaginam. — suspirou. — Nessa sala, peço que me vejam como uma negociante.
— Isso é constrangedor, Majestade... Digo, Janeth. — as bochechas da jovem coravam.
— Minha nossa, mas você é idêntica a sua mãe! — afirmou. — Lembro-me daqueles longos cabelos esverdeados e os olhos de esmeralda... Ela seria uma bela nobre.
O coração de Mitsuri se aqueceu com tal lembrança, sua mãe sempre foi digna de ser chamada de nobre, sua beleza ultrapassava qualquer status já visto entre os reinos. Mesmo que o assunto fosse inesperado a garota agradecia por ser algo leve.
— Serei breve. Infelizmente o dever pode me chamar a qualquer momento. — brinca mantendo a seriedade. — Você está livre de trabalhar no castelo, Kanroji.
— Hã? O que? Não! Como vou sustentar meu irmão? — sua voz era alta e desesperada.
— Leona sofrerá por suas escolhas. — suspirou. —Infelizmente a reputação de minha neta foi comprometida antes do previsto, então, você não precisa ser penalizada junto.
— É um alívio ouvir isso... — a mesma foi interrompida.
— E não se preocupe comigo, a consequência será apenas sobre minha neta. — sorriu. — Uma rainha não deixará o trono antes de um bom substituto aparecer — disse com firmeza.
A rosada estava confusa com a conversa, mas não protestou, apenas prosseguiu com o assunto, seguindo o desejo de sua Majestade. Mas ainda sim, seu coração estava apertado em preocupação; como ficaria seu irmão?
— Tem certeza que não deseja meus serviços? — Mitsuri perguntou tristonha.
— Srta. Kanroji, seus pais me ajudaram quando mais precisei, então, retribuirei mais um dos muitos favores.
— Eu não tenho conhecimento da vida pessoal. — riu nervosa. — Meus pais não me envolviam nisso.
— Fizeram bem. — sorriu. — Negociar é algo terrível.
A conversa estendeu por um longo tempo, Iguro ficou em silêncio o tempo inteiro, como se não houvesse alguém ali. Kanroji, por sua vez, ficou encantada com a descrição de sua mãe feita pela Rainha, que retirou-se ao ser alertada sobre as atividades de Leona.
— Que Deus mantenha o trono longe da herdeira. — Obanai suplicava em voz alta.
— Que otimismo! — brincou.
O homem apenas sorriu. A rosada mantinha um largo sorriso no rosto, estava de bom humor por ouvir coisas boas de sua mãe, mas uma pergunta foi criada em sua mente; Por que a Rainha conheceria sua família?
No meio da noite, já em sua casa, Tokito estava bem ativo, enquanto sua irmã estava a beira de um abismo de exaustão. O pequeno pulava na cama tentando acordar a mesma, mas era ignorado.
— Maninha, quero brincar! — gritou.
— Sua irmã está cansada, Tokito... Amanhã brincamos. — a dama virou-se para o outro lado da cama.
— Mitsuri... — implorava fazendo beicinho.
— Eu sei exatamente a cara que você está fazendo. — riu. — Por que está tão agitado? — levantou-se sentando na beira da cama ainda sonolenta.
— Dormi a tarde toda. — riu.
— Tenho que arrumar algo para você fazer enquanto estou fora — disse pensativa.
— Talvez você devesse me deixar com o seu namorado. — sorriu.
— Quanto atrevimento! Nós não nos conhecemos direito e não pretendo correr riscos. — cruzou os braços.
— Sempre falando a mesma coisa... — resmungou.
Flashback on
— Está parecendo um arbusto, Mitsuri! — uma mulher com longos cabelos verdes gritava massageando a grande barriga.
— Mãe! — reclamou. — Papai disse que estou bonita.
— Seu pai estava brincando com você, bobinha. Ninguém arruma o cabelo desse jeito.
As grandes bochechas da pequena se encheram de ar, uma típica birra de criança estava formando-se. A mulher apenas ria, enquanto o homem admirava a família de longe, o que não as surpreendiam.
— Papai! Mamãe disse que você mentiu!
— Mas que encrenqueira, Mi! — uma alta gargalhada foi solta.
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Luz De Primavera(REESCREVENDO)
FanfictionKanroji é uma jovem conhecida como heroína, em seu vilarejo. Além de ser profundamente disputadas entre os jovens cavalheiros por sua beleza abundante. Obanai é um jovem adorável, também disputado entre as jovens moças. Trabalha ajudando sua famíli...