Capítulo 6

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A rainha escutava cada palavra vinda de sua neta, estava incrédula, mas não totalmente surpresa. Assim que a jovem retirou-se a mesma caminhou em direção a rosada que chorava silenciosamente na presença do famoso Obanai, o cavalheiro que as damas tanto falavam.

— Peço desculpas no lugar de minha neta — disse firme. — Na verdade, isso me ajudou a tomar uma decisão importante.

— Decisão importante? — Kanroji perguntava com seus olhos marejados.

— Bom, você ouviu cada palavra envenenada de Leona graças a mim. Afinal, insisti para que trabalhasse no castelo.

— Na verdade, estou grata pela oportunidade. — sorriu. — Se não fosse por ela não sei o que faria para sustentar meu irmãozinho.

— Oh, isso é jeito de uma dama falar? — brincou. — Dama cor-de-rosa, devo muito aos seus pais, mas imagino que esse não seja o lugar apropriado para essa conversa. Por favor, me siga.

Mitsuri agarrou um dos braços de Iguro, que soltava uma risada leve, enquanto preparava sua mente para uma possível segunda discussão. A Rainha os guiou até o que seria uma sala de reuniões, onde a rosada nunca teve permissão de entrar.

— Eu não mordo — afirmou sentando-se. — Ser uma nobre cansa mais do que imaginam. — suspirou. — Nessa sala, peço que me vejam como uma negociante.

— Isso é constrangedor, Majestade... Digo, Janeth. — as bochechas da jovem coravam.

— Minha nossa, mas você é idêntica a sua mãe! — afirmou. — Lembro-me daqueles longos cabelos esverdeados e os olhos de esmeralda... Ela seria uma bela nobre.

O coração de Mitsuri se aqueceu com tal lembrança, sua mãe sempre foi digna de ser chamada de nobre, sua beleza ultrapassava qualquer status já visto entre os reinos. Mesmo que o assunto fosse inesperado a garota agradecia por ser algo leve.

— Serei breve. Infelizmente o dever pode me chamar a qualquer momento. — brinca mantendo a seriedade. — Você está livre de trabalhar no castelo, Kanroji.

— Hã? O que? Não! Como vou sustentar meu irmão? — sua voz era alta e desesperada.

— Leona sofrerá por suas escolhas. — suspirou. —Infelizmente a reputação de minha neta foi comprometida antes do previsto, então, você não precisa ser penalizada junto.

— É um alívio ouvir isso... — a mesma foi interrompida.

— E não se preocupe comigo, a consequência será apenas sobre minha neta. — sorriu. — Uma rainha não deixará o trono antes de um bom substituto aparecer — disse com firmeza.

A rosada estava confusa com a conversa, mas não protestou, apenas prosseguiu com o assunto, seguindo o desejo de sua Majestade. Mas ainda sim, seu coração estava apertado em preocupação; como ficaria seu irmão?

— Tem certeza que não deseja meus serviços? — Mitsuri perguntou tristonha.

— Srta. Kanroji, seus pais me ajudaram quando mais precisei, então, retribuirei mais um dos muitos favores.

— Eu não tenho conhecimento da vida pessoal. — riu nervosa. — Meus pais não me envolviam nisso.

— Fizeram bem. — sorriu. — Negociar é algo terrível.

A conversa estendeu por um longo tempo, Iguro ficou em silêncio o tempo inteiro, como se não houvesse alguém ali. Kanroji, por sua vez, ficou encantada com a descrição de sua mãe feita pela Rainha, que retirou-se ao ser alertada sobre as atividades de Leona.

— Que Deus mantenha o trono longe da herdeira. — Obanai suplicava em voz alta.

— Que otimismo! — brincou.

O homem apenas sorriu. A rosada mantinha um largo sorriso no rosto, estava de bom humor por ouvir coisas boas de sua mãe, mas uma pergunta foi criada em sua mente; Por que a Rainha conheceria sua família?

No meio da noite, já em sua casa, Tokito estava bem ativo, enquanto sua irmã estava a beira de um abismo de exaustão. O pequeno pulava na cama tentando acordar a mesma, mas era ignorado.

— Maninha, quero brincar! — gritou.

— Sua irmã está cansada, Tokito... Amanhã brincamos. — a dama virou-se para o outro lado da cama.

— Mitsuri... — implorava fazendo beicinho.

— Eu sei exatamente a cara que você está fazendo. — riu. — Por que está tão agitado? — levantou-se sentando na beira da cama ainda sonolenta.

— Dormi a tarde toda. — riu.

— Tenho que arrumar algo para você fazer enquanto estou fora — disse pensativa.

— Talvez você devesse me deixar com o seu namorado. — sorriu.

— Quanto atrevimento! Nós não nos conhecemos direito e não pretendo correr riscos. — cruzou os braços.

— Sempre falando a mesma coisa... — resmungou.

Flashback on

— Está parecendo um arbusto, Mitsuri! — uma mulher com longos cabelos verdes gritava massageando a grande barriga.

— Mãe! — reclamou. — Papai disse que estou bonita.

— Seu pai estava brincando com você, bobinha. Ninguém arruma o cabelo desse jeito.

As grandes bochechas da pequena se encheram de ar, uma típica birra de criança estava formando-se. A mulher apenas ria, enquanto o homem admirava a família de longe, o que não as surpreendiam.

— Papai! Mamãe disse que você mentiu!

— Mas que encrenqueira, Mi! — uma alta gargalhada foi solta.

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⏰ Última atualização: Apr 19, 2021 ⏰

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