Capítulo 8.

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“O que fazes aqui?”

“Eu disse-te que ia faltar o resto do dia.” diz Harry a olhar atentamente para a minha figura estatelada no chão.

“Mas assim vais ter mais faltas do que já tens, e podes reprovar.” digo um pouco preocupada.

“E desde quando é que te preocupas comigo?” ele diz no gozo, para me animar. Não sei, mas eu acho que ele sabe que eu to desanimada.

Coro com a frase dele.

“É, tens razão.” digo voltando a encostar a cabeça à parede.

Ele dirige-se para o meu lado e senta-se no chão. Imita a minha forma de estar, com os joelhos dobrados, juntos à barriga, uma das mãos sobre o joelho e outra sobre a barriga, onde eu estou a segurar o telemóvel, mas ele não. Por fim encosta a cabeça à parede e olha para mim.

Eu dou uma gargalhada baixa e viro a cabeça para o teto, ainda encostada à parede.

“Chateaste-te com a tua mãe?” ele pregunta interessado.

“Não tenho mãe Harry.” digo sem olhar para ele.

“Desculpa, eu não queria…”

“Não há problema… A sério, já me habituei.”

“Suponho que tenhas pai.”

“Supões mal. Ele morreu como a minha mãe.”

“E eu achava a minha vida difícil…” ele murmura. Olho para ele. “Vives sozinha?”

“Não, vivo com a minha irmã mais velha.”

“Ah… Então porque não estás em casa? Eu vinha com esperanças que me desses com a porta na cara.”

Dou um pequeno sorriso.

“Bem, sabes quando hoje de manhã me vieste chatear, chateai-me tanto que deixei as chaves lá dentro!” eu digo mais animada, para tentar picá-lo.

Harry dá uma gargalhada. O riso dele era dos melhores sons que já tinha ouvido.

“Não pode!” diz e continua a rir-se.

“O que foi? O senhor Harry nunca deixou as chaves do lado errado?”

“Não, tive sempre quem me abrisse a porta.” ele diz e cala-se logo.

“Explica melhor isso?”

“Nada.” diz breve levantando-se.

Ficamos em silêncio durante uns longos e dolorosos minutos.

“Porque não vens para minha casa?” ele pergunta, quebrando o silêncio que me torturava.

“Não obrigado.”

“Então porque?”

“Primeiro, não sei o que andas-te a fazer na tua casa, e também não quero saber. Segundo, deve ser muito longe, e não quero andar.”

“Tens a certeza que não queres saber?” ele levanta a sobrancelha com um olhar perverso. “E não é muito longe, é mesmo aqui.”

“Sim, tenho a certeza. E o teu mesmo aqui é o que, 2 quarteirões?”

“Não, é mais 4 andares para cima.”

“Moras aqui tecnicamente não, eu vivia… Esquece!” porque raio ele hesita sempre! Porque é que ele não me conta as coisas! Acabei  de lhe contar que a minha mãe morreu juntamente com o meu pai e ele não me diz uma coisa básica da vida.

Blood Rose || HS [Parada]Onde histórias criam vida. Descubra agora