“O que fazes aqui?”
“Eu disse-te que ia faltar o resto do dia.” diz Harry a olhar atentamente para a minha figura estatelada no chão.
“Mas assim vais ter mais faltas do que já tens, e podes reprovar.” digo um pouco preocupada.
“E desde quando é que te preocupas comigo?” ele diz no gozo, para me animar. Não sei, mas eu acho que ele sabe que eu to desanimada.
Coro com a frase dele.
“É, tens razão.” digo voltando a encostar a cabeça à parede.
Ele dirige-se para o meu lado e senta-se no chão. Imita a minha forma de estar, com os joelhos dobrados, juntos à barriga, uma das mãos sobre o joelho e outra sobre a barriga, onde eu estou a segurar o telemóvel, mas ele não. Por fim encosta a cabeça à parede e olha para mim.
Eu dou uma gargalhada baixa e viro a cabeça para o teto, ainda encostada à parede.
“Chateaste-te com a tua mãe?” ele pregunta interessado.
“Não tenho mãe Harry.” digo sem olhar para ele.
“Desculpa, eu não queria…”
“Não há problema… A sério, já me habituei.”
“Suponho que tenhas pai.”
“Supões mal. Ele morreu como a minha mãe.”
“E eu achava a minha vida difícil…” ele murmura. Olho para ele. “Vives sozinha?”
“Não, vivo com a minha irmã mais velha.”
“Ah… Então porque não estás em casa? Eu vinha com esperanças que me desses com a porta na cara.”
Dou um pequeno sorriso.
“Bem, sabes quando hoje de manhã me vieste chatear, chateai-me tanto que deixei as chaves lá dentro!” eu digo mais animada, para tentar picá-lo.
Harry dá uma gargalhada. O riso dele era dos melhores sons que já tinha ouvido.
“Não pode!” diz e continua a rir-se.
“O que foi? O senhor Harry nunca deixou as chaves do lado errado?”
“Não, tive sempre quem me abrisse a porta.” ele diz e cala-se logo.
“Explica melhor isso?”
“Nada.” diz breve levantando-se.
Ficamos em silêncio durante uns longos e dolorosos minutos.
“Porque não vens para minha casa?” ele pergunta, quebrando o silêncio que me torturava.
“Não obrigado.”
“Então porque?”
“Primeiro, não sei o que andas-te a fazer na tua casa, e também não quero saber. Segundo, deve ser muito longe, e não quero andar.”
“Tens a certeza que não queres saber?” ele levanta a sobrancelha com um olhar perverso. “E não é muito longe, é mesmo aqui.”
“Sim, tenho a certeza. E o teu mesmo aqui é o que, 2 quarteirões?”
“Não, é mais 4 andares para cima.”
“Moras aqui tecnicamente não, eu vivia… Esquece!” porque raio ele hesita sempre! Porque é que ele não me conta as coisas! Acabei de lhe contar que a minha mãe morreu juntamente com o meu pai e ele não me diz uma coisa básica da vida.
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Blood Rose || HS [Parada]
Teen FictionTodos nós sabemos como guardar um segredo é difícil, então imaginem se esse segredo depende-se da vossa vida. O meu nome? Rosanne Parks. Idade? 368. Segredo a esconder? Sou um vampiro. Este segredo já não era fácil de guardar, então quando ele apar...