capítulo 3

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Langa estava sonhando com um fogo quente na sua casa no Canadá. A lareira estava quente, e ele foi enterrado em cobertores com Reki, a voz de seu pai ressoando ao fundo em algum lugar, e Reki o estava abraçando com força contra seu peito. Tudo cheirava bem, como o calor da fogueira e a garagem de DopeSketch, os braços de Reki o seguraram suavemente, para que Langa pudesse sentir sua respiração. Pela primeira vez, Langa estava completamente seguro. Ninguém jamais o deixaria, ele nunca estaria sozinho, ele estava com Reki e Reki era seu. Ele estava seguro.

Langa se mecheu. O sonho começou a se confundir, as cores do fogo sumiram e de repente, por trás de suas pálpebras fechadas, Langa pôde ver uma luz pálida. Quando ele se virou, apertando os olhos abertos, ele podia ver o sol da manhã espreitando pelas janelas do seu quarto.

E Reki estava o segurando.

A respiração de Langa ficou presa em sua garganta. Ele piscou para as cortinas, passando pelo tecido amarrotado do moletom de Reki e a montanha de cobertores ao redor deles, e então olhou para Reki. O rosto de Reki estava meio enterrado nos travesseiros, seu cabelo em todos os lugares, sua faixa presa em algum lugar de seu cabelo, e ele estava agarrado com força a Langa, segurando ele tá de forma que a cabeça de Langa estava aninhada em seu ombro, no capuz de seu moletom.

O coração de Langa bateu forte contra suas costelas, contra cada canto de seu peito, e Reki se aconchegou em seus cobertores, sua boca aberta pressionada contra os travesseiros. Ele podia ver a forma como os cílios de Reki se juntaram, colando em sua pele, e o rubor rosado de suas bochechas, quente em seu sono. No brilho pálido do nascer do sol, Reki parecia suave e angelical, quase etéreo, e Langa olhou para a pequena ruga entre as sobrancelhas de Reki.

Ele queria o beijar ali.

Langa cerrou os punhos nos cobertores. Reki cheirava bem, do jeito que ele sempre fazia, um pouco como S, um pouco como suor e um pouco como Langa, e ele estava na cama de Langa, enterrado sob os cobertores de Langa, suas mãos quentes enroladas no meio das costas de Langa. Langa fechou os olhos com força e tentou dizer a si mesmo que não significava nada. Reki era apenas seu amigo, ele ficava fofinho à noite, ele sempre ficava fofinho, não significava nada. Mas o cérebro de Langa estava tão cansado e era tão difícil se convencer de que ele e Reki não pertenciam um ao outro assim, que Reki não iria beijar sua testa com sono e murmurar bom dia e beijar Langa com aquela boca sonolenta e...

Reki resmungou algo inteligível contra os travesseiros. Langa apertou os olhos e abriu novamente, tentando virar pra trás para que pudesse ver Reki mais claramente, mas os braços de Reki se apertaram imediatamente, puxando-o ainda mais perto do que antes.

"Ngh," Reki murmurou, sua boca trabalhando contra os travesseiros, seus punhos agarrando a camiseta de Langa. "Ngh... uh... Langa."

Langa parou de respirar. A voz de Reki soou áspera e densa com o sono, o tom áspero mais alto do que o normal, e suas mãos agarraram a camiseta de Langa novamente, tentando puxá-lo ainda mais perto. Langa podia ouvir seu batimento cardíaco vibrando novamente, exceto que agora ele estava quase peito a peito com Reki, então talvez fosse o batimento cardíaco de Reki, e oh, Deus, ele estava perto o suficiente para sentir o batimento cardíaco de Reki, e Reki murmurou seu nome em seu travesseiros e os dedos dos pés de Langa enrolados em suas meias, porque ele queria tanto enterrar o rosto no peito de Reki.

Reki se mexeu de forma que seu rosto estava contra o cabelo de Langa, respirando, e então ele deu uma espécie de suspiro satisfeito, aninhando-se contra Langa, e Langa pensou que ele ia morrer, porque seu peito estava apertando com tanta força, em uma pequena bola, e ao mesmo tempo sua pulsação latejava nas pontas dos dedos, como se ele fosse entrar em combustão e explodir ao mesmo tempo.

(Pela primeira vez) Ele beijou um garoto. [Tradução Pt-Br]Onde histórias criam vida. Descubra agora