capítulo 4

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TW: Ataques de pânico

                                                                                    

A calçada do lado de fora do restaurante fervilhava de gente quando Langa estacionou sua motocicleta na beira da estrada, parando para olhar para o céu noturno. Atrás dele, Reki tirou o capacete, sacudindo o cabelo. Langa apertou o guidão, pois o corpo de Reki estava tão quente quando eles se sentaram juntos na moto assim. Reki sempre o abraçava pela cintura para manter o equilíbrio, e Langa não estava pronto para aquela parte da noite acabar.

"Tá Pronto?" perguntou Reki, quando Langa olhou por cima do ombro, Reki estava sorrindo tanto que suas bochechas estavam redondas. Langa apertou o guidão com mais força. É uma noite tão animada, casais e famílias andando e rindo, e talvez se as coisas fossem diferentes, Langa e Reki poderiam dar as mãos enquanto entravam no restaurante, se espremendo em uma mesa tão pequena que seus joelhos se pressionariam. Langa sempre quis saber como seria ter um encontro com Reki. Ele sabia que provavelmente ficaria surpreso demais para dizer muito, ele apenas se sentaria lá e olharia, e talvez Reki ficasse nervoso também, talvez ele se atrapalhasse com sua água e risse muito e ficasse todo suado.

Langa se sacudiu, tentando se livrar da fantasia, e Reki se inclinou para frente e soltou o capacete de Langa.

"Não fique pensando em mim já, cara", disse ele, afetuosamente, despenteando o cabelo de Langa com sua mão quente e calorosa. "A noite é jovem."

Langa engoliu em seco e acenou com a cabeça. Reki fez uma pausa, olhando para ele, ainda sorrindo, mas então o sorriso sumiu um pouco e ele ergueu as sobrancelhas.

"Você está bem?" Reki perguntou, e Langa queria mentir, mas quando ele limpou a garganta, a única coisa que conseguiu foi,

"Hum, é meio que ..."

"Você tá nervoso?"

Langa acenou com a cabeça, aliviado. Reki franziu o rosto, simpático, e então colocou o cabelo de Langa atrás da orelha. Ao redor deles, a noite estava cheia de sons, portas de carros batendo, mas quando Reki tocou sua orelha, a única coisa em que Langa conseguiu se concentrar eram em seus olhos: grandes, castanhos e carinhosos.

"Você não precisa ficar nervoso", disse Reki, mas Langa sabia que ele entendia, e isso fez seu coração apertar. Mesmo quando Reki deixou sua mão cair, suas pernas ainda estavam pressionadas juntas na motocicleta, e Reki não se moveu para descer. "Preocupado em interagir?"

Langa hesitou. "Mais ou menos", disse ele, embora não fosse a única coisa que o preocupava. "Às vezes, quando muitas pessoas estão falando eu.. eu não sei como pedir que elas se repitam, eu simplesmente concordo com o que elas dizem."

"Você não deve simplesmente concordar", disse Reki, e Langa não sabia como responder a isso. Eles só vieram para a festa porque ele aceitou o horrível convite daquela garota, mas ele não queria dizer isso a Reki, e após uma pausa Reki colocou a mão em seu ombro e apertou. Mesmo através do tecido, Langa podia sentir o dedo que Reki havia quebrado duas vezes no mesmo lugar. "Você quer que eu faça o pedido para você?" Reki perguntou. "Isso vai ajudar?"

Langa mexeu no guidão. "Sim, por favor", disse ele, embora soubesse como pedir sua própria comida. Era simplesmente bom que Reki pensasse em fazer algo assim por ele, e ele queria se sentar à mesa com o braço de Reki sobre os ombros, enquanto Reki conversava com o garçom antes de pedir para os dois. Às vezes ele se sentia como se pertencesse a Reki, de alguma forma. "Obrigado."

"Sem problemas, cara," disse Reki. Ele desceu da motoneta, deixando as costas de Langa gelada, e Langa enfiou a chave no bolso enquanto se levantava lentamente, tentando parar. Dois caras passaram pelas vitrines de mãos dadas, as cabeças inclinadas juntas de tanto rir, e por um momento o estômago de Langa apertou, com medo de que Reki notasse e dissesse algo.

(Pela primeira vez) Ele beijou um garoto. [Tradução Pt-Br]Onde histórias criam vida. Descubra agora