Killer Love - Suayeon

10- Noite de Prazer

    *Kim Bo-ra Pov*

- Liguei para avisar que.. - olho para Siyeon que me encara mostrando um leve sorriso.
- Não vou dormir em casa hoje.

Falo serena com meu pai na ligação, não vou mentir, gostei da gentileza de Siyeon ao me oferecer dormir em sua residência. O clima lá fora começou a se intensificar, era possível ver o vento forte balançando as folhas das árvores, e as gotas extremas de chuva. Certamente eu não ia conseguir ir pra casa sem me encharcar toda.

- Mas onde você está? - meu pai pergunta levemente.

Mesmo eu sendo maior de idade, meu pai sempre teve essa conservação e proteção comigo, e eu gosto da maneira que ele me trata, não sou de receber tanto apoio e carinho mas, meu pai sempre está disposto a exagerar nesses sentimentos. Não importa quanto tempo, a idade, pra ele eu sempre vou ser a "garotinha do papai".

- Estou na casa da minha.. - me embolo nas palavras, e sinto o peso do olhar avaliativo de Siyeon em mim.
- Minha amiga, pai. - engulo em seco, porque não sei definir exatamente minha relação com Siyeon.

- Tudo bem, filhinha. O papai deixa, mas amanhã você volta, hein!? - dou uma risadinha simples ao ouvir o comentário conservador de meu pai.

- Sim, pai. Boa noite pro Senhor.

Digo me despedindo e finalizo a ligação. Me viro para a mulher que me encarava serena, me direciono até o sofá.

- Vejo que se embolou nas palavras. - ela diz se referindo a minha pausa na fala.
Apenas a olho meio envergonhada.
- Não acha que está grandinha demais para pedir permissão ao seu pai? - questiona meio zombada.

- É que como sou filha única, ele mantém essas restrições. - digo já me aconchegando na maciez do sofá.
- E eu até gosto da maneira que ele me trata, você sabe, ele já é de idade então ainda me trata como a "garotinha do papai". - digo rindo ao lembrar dos momentos juntos que temos.

Siyeon se senta do meu lado no sofá, mas mantendo uma distância mínima entre agente. Vejo que consigo tirar um sorrisinho descontraído da mesma com meu comentário.

- Não tenho esse tipo de experiência com meus pais. - ela diz olhando para o além e eu a encaro com um olhar de pena.

A quem olha de primeira vista, nota-se que ela é uma mulher conservada, rígida de uma vida profissional. Talvez essa atitude "rigorosa" tem um motivo passado.

- Não tenho muito contato com eles. - ela desfaz o olhar perdido e se encontra com o meu.

O brilho da pupila de seus olhos eram nítidos, suas mexas de cabelos caindo pelos ombros cobridos pela peça de roupa fina. Meu olhar teimoso percorre pelo seu rosto impecável tomando total atenção de seus lábios, que se abria um sorriso ao perceber tal ato.
"Como que é possível uma mulher ser tão bela?!" A pergunta que rodeava minha mente.

- Vo- Você tem algum parente próximo? - perguntei para me distrair daquela situação.

Ela apoia o cotovelo na estampa macia do sofá, usando uma das mãos para mexer no cabelo, para então apoiá-las acima de sua coxa.

- Tenho, considero ela como minha afilhada.

Tá aí uma coisa que eu não esperava.

- E.. - olho para a mesma, esperando que ela prosseguisse.
- Sua mãe?

Após sua pergunta, fecho os olhos e me deixo automaticamente ir às memórias de minha mãe. Me sinto tão incompleta, angustiada ao saber que ela se foi tão cedo, e o pior que foi uma causa misteriosa. Atualmente não temos mais notícias de buscas, ou suspeitos, me dá um sentimento de ódio ao perceber que essas pessoas não aprofundam nas informações, pelo menos para nós dar uma pista, suposição. Eles simplesmente deixam de lado. Não vejo outra sugestão a não ser me envolver diante esse caso, só vou esperar o momento certo para saciar meu desejo supremo. Não se preocupe mãe, vou vingar sua morte.. por nós!