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noah

O relógio marcava 13h. Resolvo começar a me arrumar para a minha primeira consulta com Sina. 

Tiro o pijama, visto uma calça jeans e uma blusa preta, simples e discreto. Eu sou assim. 

Pego meus documentos, minha carteira, meu celular, tranco o apartamento e vou até o meu carro. 

O consultório ficava perto, mas iria de carro para pegar algo pra comer depois. 

sina

Luísa estava impossível hoje. Levei ela pra tomar vacina hoje mais cedo e ela usou essa desculpa pra não ir a escola. O braço dela tava com jeito de estar meio dolorido mesmo, fiquei até com dó, então a deixei faltar hoje. 

-tá doendo meu braço, mamãe- Luísa choramingava deitada em meu colo 

-vai passar, amor- acariciava o local da vacina - quando a gente chegar em casa, eu passo uma pomadinha, tá bom? - ela assente - agora, vai lá com a tia Sav, vai 

- por que? - ela realmente estava manhosa hoje 

-porque a mamãe tem que trabalhar - explicava a ela - depois você volta 

- ah não- ela cruza os braços 

- então, eu te levo- pego ela no colo e ela começa a rir - Sav, você olha ela pra mim?

- claro que sim! vem princesa- Sav pega Luísa e a coloca no colo dela- quer jogar no meu computador? - ela abre um sorriso e começa a mexer 

- eu só tenho mais um paciente, então depois você já tá livre, Savannah 

- relaxa, Sina! ela tá em boas mãos 

Vejo uma figura masculina entrar pela porta. Só pode ser Noah. Ele realmente era muito atraente. Mas aqui sou profissional, claro.

-olá, meninas - ele nos cumprimenta 

-chegou -Sav me cutuca rindo e reviro os olhos 

-olá, Noah! seja bem vindo, fique a vontade. vamos entrar? - digo a ele 

- claro 

- Luísa, se comporta! mamãe já volta- beijo a testa dela que estava concentrada nos jogos do computador- me acompanhe- digo a Noah entrando em minha sala, sento em minha cadeira e ele se senta à minha frente- então Noah...o que te traz aqui? dei uma olhada na sua ficha ontem - procuro o papel em meio aos outros 

- como você já deve ter visto, eu sou depressivo e tenho crises de ansiedade, frequentemente. ainda mais agora que me mudei pra cá- ele faz uma pausa 

- antes, queria lhe dizer que aqui você pode ser 100% sincero e confiar em mim. tudo o que você me contar aqui, eu não contarei a ninguém e tentarei te ajudar da melhor maneira possível. - sorrio passando confiança 

- certo! eu confio em você, por isso vim aqui- ele diz me deixando muito agradecida, sempre que alguém me fala isso, é como se eu ganhasse o dia 

- que bom - sorrio - também, não precisa me dizer tudo hoje, por exemplo! vá conversando no seu tempo, ok? - ele assente - quando você tem essas crises, o que você faz? ouve música, lê, escreve, ou o que?

-eu vejo fotos antigas - anoto tudo no formulário dele - revejo fotos de momentos felizes 

- interessante! - murmuro - conte-me mais 

- meus pais nunca me apoiaram em nada. somente minha irmã, Linsey - seguro a risada ao lembrar do que a Heyoon fez com a irmã dele - no meu aniversário de 18 anos, ela me disse que devemos guardar e registrar momentos felizes e que nos sentimos bem, então ela me deu uma máquina fotográfica. desde esse dia eu sempre levo esse ensinamento dela. tanto que sou fotógrafo 

𝒑𝒉𝒐𝒕𝒐𝒈𝒓𝒂𝒑𝒉𝒊𝒆𝒔 𝒂𝒓𝒆 𝒇𝒐𝒓𝒆𝒗𝒆𝒓 - 𝒏𝒐𝒂𝒓𝒕Onde histórias criam vida. Descubra agora