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noah

A semana passou voando. Já é sexta feira, o dia que vou na escola da Luísa. Me arrumo e vou até o apartamento de Sina. Toco a campainha e uma menininha vem atender. 

-oi, Luísa - pego ela no colo 

- oi, tio Noah. você vai comigo hoje? 

- mas é claro. vim aqui pra isso. 

- uhuul 

- oi, Si - me inclino para dar um beijo nela mas ela me empurra 

- aqui não. a Luísa- ela sussurra e eu rio - eu vou levar vocês. assim eu já vou pro meu trabalho e depois busco vocês, pode ser? 

- pode. só que antes a foto. - pego o celular e tiro uma foto com elas.  

- então, vamos - acompanho Sina com Luísa no colo - filha, obedece o Noah. se comporta e qualquer coisa me liguem. 

- tá bom, mamãe 

- relaxa, Sina. tá comigo, tá com Deus - brinco 

- hum sei. assim espero - pisco pra ela 

[...]

Entro na sala de aula de mãos dadas com Luísa. Estava lotado. Talvez uns 20 pais ali. 

-bom dia, alunos e pais - a professora Sabina, começa a falar. só de ouvir aquela voz já me dá enjoo - feliz dia dos pais - ela sorri, falsa - hoje teremos uma simples comemoração para homenagear vocês que acompanharam os filhos o ano todo - ela me acha no meio das pessoas e eu reviro os olhos - e até os que não acompanharam. afinal, foi dito que não precisava ser pai de sangue para participar dessa festa - aperto a mão de Luísa que se encolhia ao meu lado - tios, conhecidos, avós, enfim...todos são bem vindos né. - ela faz uma pausa - mas vamos até o pátio. Lá a festa vai acontecer. - acompanho as outras pessoas até o local

- vai lá brincar, Luísa - falo pra ela que não saía de perto de mim e as amigas dela brincavam 

- não quero 

- por que? vai lá 

- porque eu não quero aguentar elas rindo de mim - claro, isso é o que mais amedronta ela. 

- elas não vão rir de você. e se rirem você me chama que eu resolvo - ela ri 

- só você, tio Noah 

- vai lá - pego na mão dela e vou até um grupo de meninas que dançavam - a Luísa quer brincar com vocês 

- vem, Lu  - uma menina morena chama ela. Luísa olha pra mim e eu afirmo com a cabeça, a encorajando a ir. ela precisa se divertir. 

Volto pra cadeira que estava sentado e pego meu celular. Me deparo com várias mensagens de Sina, todas dizendo “cuida bem da minha filha”, “toma cuidado com ela”, “tá tudo bem?”. Rio e respondo “tudo sob controle, baby”. Guardo o aparelho quando dois homens vêm até mim. 

-se sentindo meio deslocado aqui também? - um dos caras fala se sentando à minha frente 

-é, um pouco - rio fraco 

-você é pai mesmo? 

-não, sou tio de uma das garotinhas dali - me apresento como tio e aponto para a rodinha onde Luísa está 

-ah eu sei como é. sou padrasto e é a primeira vez vindo aqui. 

-eu sou pai e toda vez me sinto deslocado - o outro homem fala e nós rimos, ficamos conversando um tempo até que a pessoa que eu menos queria conversar aparece. 

𝒑𝒉𝒐𝒕𝒐𝒈𝒓𝒂𝒑𝒉𝒊𝒆𝒔 𝒂𝒓𝒆 𝒇𝒐𝒓𝒆𝒗𝒆𝒓 - 𝒏𝒐𝒂𝒓𝒕Onde histórias criam vida. Descubra agora