capítulo 13 - memórias

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15 anos atrás

― Pandoraaaa, cadê você? ― Ada gritou parando na porta dos fundos de sua casa com as mãos na cintura.

Com passos lentos, seguiu risos que vinham de trás de uma das grandes árvores que escondiam a casa do bosque onde morava. Encontrou Pandora e Mila agachadas atrás de uma delas, com a mão na boca, seus cabelos desgrenhados e bochechas vermelhas de tanto correr.

― Meninas, já pedi mais de uma vez, não entrem muito fundo nas matas, certo?

― Sim, mamãe. ― Pandora respondeu, pegando a mão da amiga e contornando o corpo de sua mãe, correndo para longe dela.

Seus pequenos pés batiam na terra e seu coração disparava, ela sorria tanto que suas bochechas doíam. Quando se depararam com uma rocha, Pandora foi a primeira a escala-la, ajudando Mila a subir logo após.

― Me conte novamente, como a escola é.

― Barulhenta! E tem meninas e meninos, os meninos são irritantes. Mas ontem, um dos alunos colou chiclete no cabelo de uma menina e todos riram. Depois ele ficou encrencado. E a professora tirou o chiclete do cabelo dela com uma tesoura. Eu só fiquei com pena quando ela começou a chorar porque tiveram que cortar o cabelo dela. Mas foi só um pouquinho.

Apertando os olhos e colocando as mãos no rosto, Pandora tentava imaginar a cena.

― Mãe, eu quero ir para escola

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― Mãe, eu quero ir para escola. ―Pandora pediu a Ada uma noite.

Ethan estava sentado na cadeira de seu quarto cor de rosa enquanto Ada tapava Pandora em sua cama, apertando bem as pontas no canto da parede, sabendo que sua filha se agitava a noite toda e poderia acabar se destapando.

― Querida ― Ada começou a falar, colocando uma mecha de cabelo de Pandora atrás de sua cabeça ― Você é uma menina muito especial e para sua segurança e bem-estar, é melhor que fique perto de mim e de seu pai. Tudo bem?

Assentindo, Pandora engoliu o choro que se formou em sua garganta. Não entendia, mas gostava de estar em casa e aprender coisas diversas com seu pai, como escalar árvores, corrida e até mesmo lutas. E sua mãe, no final da tarde, sempre a ensinava receitas novas que segundo ela, eram segredos de família.


Pandora descia os degraus de dois em dois, finalmente, Mila estava de férias e elas poderiam aproveitar juntas. Ela ainda era a única amiga que realmente vinha ver Pandora em sua casa, e mesmo que elas saíssem com seus amigos de vez em quando, as pessoas pareciam apenas julga-la e acha-la estranha.

No fundo, ela não se importava, desde que Mila continuasse ser sua amiga. E mesmo arranjando um namorado a cada mês, ela sempre tinha tempo para comer sorvete e maratonar filmes com ela.

Parada em frente ao fogão, Pandora tentava fazer a pipoca para as duas enquanto Mila falava no telefone com seu novo caso. Pegando um pano, Pandora começou a fazer graça e rodar em frente de Mila, a fazendo rir enquanto tentava falar no telefone.

Sem se dar conta por onde girava, com os olhos fechados, ela nem notou quando o pano encostou de raspão na panela e sua ponta começou a pegar fogo. As labaredas subindo pelo pano rapidamente.

Tomada pelo susto, Pandora largou o pano no chão, quando sentiu o fogo beijar sua pele. Estranhamente, ela não sentiu dor alguma.

Sua mãe correu para dentro da cozinha quando se deparou com o que tinha acontecido e atirou um copo de água no pano em chamas no chão.

― Você não se machucou? Está bem? ― Ela disse, pegando a mão da filha.

Ethan entrou na cozinha com as sobrancelhas franzidas, sentindo o cheiro de fumaça.

Encarando sua mão sem nenhum arranhão, nem vermelhas tinham ficado, ela moveu seus dedos para cima e para baixo.

― Estou bem. ― disse, levantando a mão para os três que a encaravam, cada um com uma expressão diferente.

― Meu Deus, que sorte! ― Mila disse, ao lado de Ada olhando para suas mãos. ― Eu jurei que o fogo tinha pego em toda sua mão, Pandora! ― continuou rindo nervosamente.

Ethan e Ada trocaram olhares. 

Incendiar - o que corre em suas veias? *COMPLETO*Onde histórias criam vida. Descubra agora