Capítulo 95

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Flashback

Mathias Weachter pov's

27 de abril

O meu aniversário era hoje e estava um pouco chateado, pois não teria minha mãe para comemorar comigo e o meu pai estava no hospital ainda em estado grave e não queria vê-lo naquela condição. A minha esperança para matar o tempo era ficar no meu quarto temporário comendo porcarias e assistindo animes, mas o meu primo apareceu com um embrulho grande nas mãos e um sorriso no rosto.

-Hei aniversariante! -Ele adentrou o ambiente. -Um feliz aniversário para o primo mais direto desse mundo, muitas realizações e alegrias nesse novo ano que se inicia e você sabe que te desejo todas as alegrias do mundo e tudo o mais. -Beck sentou ao meu lado na cama e me esticou o embrulho. -Você me disse uma vez que gostaria te der um desses.

Uma luz se acendeu na minha cabeça de repente e peguei o embrulho com um pouco de presa e rapidamente rasguei o papel de presente e dei de cara com um lindo UKULELE preto. Eu sempre tive o sonho de aprender a tocar, mas nunca tive coragem de pedir aos meus pais o instrumento e agora o meu primo havia me dado esse presente maravilhoso e que guardaria comigo pelo resto da minha vida e com todo o cuidado.

-Pode trocar de roupa que você vai comigo até a casa dos Vega. -Ele comentou se levantando e fiquei apavorado com a ideia, pois não conhecia aquelas pessoas e o Beck sabe que sou bem fechado quando se trata de pessoas que acabei de conhecer. -Estou te esperando lá em baixo. -Beck disse saindo do quarto e suspirei pesado.

No fundo não queria mesmo ficar trancado no quarto vendo animes, mas também não queria me meter em uma casa cheia de pessoas desconhecidas, mas o Beck não me daria sossego de qualquer maneira, então decidi me levantar e colocar uma roupa um pouco mais apresentável. Acabei optando por uma calça jeans preta com alguns rasgos nas pernas, um coturno, uma regata branca que deixava um pouco da minha tatuagem a mostra e uma camiseta xadrez de botões por cima.

O Beck é muito paciente com o trânsito e por isso demoramos para chegar ao nosso destino, mas como recompensa chegamos sãos e salvos. A casa dos Vega era uma casa comum ao meu ver, porém muito bonita e alguns detalhes lhe davam um diferencial. Meu primo não tocou a campainha ou algo do tipo para entrar na residência, ele apenas abriu a porta, entrou e me puxou para dentro em seguida e posso dizer que odeio ser puxado para os lugares.

-FELIZ ANIVERSÁRIO! -Algumas pessoas falaram ao mesmo tempo.

-Só vim pela comida, mas parabéns! -Uma mulher de pele alva, cabelos negros e mechas e olhos esverdeados disse sendo muito direta e uma mulher que estava ao seu lado que denunciava ser meia latina a cutucou como forma de repreende-la, mas a garota mal sabia que não havia me incomodado com aquilo e sim, havia gostado da mesma por ter sido franca. -Admito que queria te conhecer também.

-Não podia deixar o seu aniversário passar em branco, pois sei que é uma data difícil por culpa de tudo que aconteceu e vem acontecendo e por isso pedi permissão a família da Tori, comprei umas pizzas e fiz essa pequena reunião, pois de verdade quero que você os conheça e também que curta um pouco o seu dia. -Dei um sorriso ao meu primo e mesmo sem jeito lhe dei um meio abraço.

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Eles me receberam de braços abertos, comemos as pizzas como velhos amigos e depois a sra. Vega e Jade se levantaram para limpar os pratos e assim fazendo com que a roda de conversa diminuísse um pouquinho, mas continuou

-Você é um bom rapaz, Mathias e acho que podemos te considerar um herói. -Melissa comentou depois de ouvir a história da minha cicatriz.

-Não me considero um herói, mas agradeço. -Dei um pequeno sorriso para mulher. -A senhora me parece uma pessoa muito boa.

-Oh, acredite que já fiz muitas coisas que me arrependo em minha vida e que vou me lembrar até o meu último suspiro... -Olhou em direção a Tori e a latina lhe sussurrou alguma coisa, mas não consegui escutar. -Hoje em dia sou uma pessoa boa ou pelo menos tento ser...

-Math, o que é isso? -O pequeno Benjamin nos tomou a atenção e apontou para uma parte da minha tatuagem que estava a mostra.

-Ah, isso aqui é uma tatuagem. -Comentei enquanto tirava um dos lados da minha blusa xadrez e afastava um pouco a regata para que o menino e os demais pudessem ver com detalhes o desenho em meu corpo. -É um anjo...

-Por que ele está com essa coisa nos olhinhos? -Benjamin perguntou inclinando a cabeça.

-Os anjos tem toda a liberdade do mundo e podem voar alto com suas asas, mas se eles verem o mundo e as coisas ao redor, eles podem ter medo e suas asas podem ser cortadas... -Ele me encarava. -Os anjos teriam medo das aventuras e por isso usam as vendas para sua liberdade não seja tomada, Benjamin. -Dei um pequeno sorriso. -Obedeça a suas mães, mas quando achar que elas estão erradas, converse com elas e não viva com medo, pois a vida é curta demais para não se aventurar. -Sem avisos o menino me abraçou e olhei assustado para as pessoas que estavam na sala, mas a única reação dela foi rir e mesmo com certa relutância passei um dos meus braços ao redor do garoto e dei alguns tapinhas suave em suas costas.

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Presente

Uma semana depois dos últimos acontecimentos

Segunda-Feira, 06 de setembro

Trina queria visitar os sobrinhos, pois fazia algum tempo que não os via e levou o Beck e o Mathias com ela, mas a visita a casa da sua irmã não foi uma das melhores, já que a latina estava com uma aparência decadente e parecia um pouco mais magra do que o normal. A anfitriã contou toda a história aos seus convidados e aquilo revoltou o mais novo deles.

-A JADE ACREDITOU EM UM QUALQUER E NÃO NA PRÓPRIA ESPOSA? -Mathias perguntou irritado. -COMO ELA CONSEGUIU SER TÃO BURRA A ESSE PONTO? -Ele passou as mãos pelo cabelo. -Me desculpe por ser direto, Tori.

-Está tudo bem... -Victoria respondeu forçando um sorriso e segurando as lágrimas, pois as crianças ficavam preocupadas por verem ela chorando.

-Eu preciso de um pouco de ar... -Math se levantou. -Com licença. -Disse antes de sair pela porta. 

Love me Harder: JoriOnde histórias criam vida. Descubra agora