Love me Harder: Jori

Capítulo 17

Victoria Vega pov's

Uma semana depois

Depois de trinta e oito dias voltei para escola Hollywood Arts e foi um pouco estranho voltar, pois todos estavam olhando para mim e de certa forma isso me incomodava. A escola, infelizmente, não era muito preparada para alunos com o meu tipo de necessidade e por este motivo tive que trocar algumas aulas com alguns amigos, já que dessa maneira evitava as escadas, mas por sorte tenho chances de usar muletas daqui um mês, isso vai fazer toda diferença, e vou poder subir escadas novamente, mas com auxílio assim mesmo.

-Olha só quem está aqui! -Kimberly, a líder do grupinho de patricinhas da escola, se aproximou de mim e junto com ela veio mais três garotas. -Pensei que você estivesse morta! -Falou sem nem uma gota de compaixão.

-Vocês não têm coisa melhor para fazer? -Perguntei um pouco chateada e estiquei meu braço para fechar o meu armário, foi um grande desafio pegar os meus livros, e a loira que estava à esquerda da líder se aproximou de mim de repente e jogou os meus livros no chão. -O QUE DEU EM VOCÊ? -Perguntei um pouco irritada.

-Eu tenho ódio de você, Vega! -A garota mostrou os dentes e ouvi as garotas atrás dela dando uma risadinha. -Sua chegada nessa escola acabou com todas as minhas chances... -Fiquei confusa com a acusação e semicerrei os olhos. -Não faça essa cara, pois você sabe perfeitamente do que estou falando... -Mostrou os dentes mais uma vez e puxou minha cadeira para que ficasse cara a cara comigo e posso dizer que fiquei com um pouco de medo -Victoria Vega, você acabou com as minhas chances com a Jade! -Meu coração errou as próprias batidas naquele momento.

"Desde quando essa garota gosta da minha Jay?" -Pensei e senti uma raiva descomunal subindo pela minha garganta.

Estava surpresa com a novidade e com ódio pelas palavras que a garota disse, contudo, não tinha muito o que eu pudesse fazer.

-A Jade merece alguém melhor! -Ela bradou. -Você tem uma voz bonita e admito que é linda, entretanto, não pode andar! -Aquilo foi um soco no estômago e uma facada direto no coração. -Você deveria sair do caminho e deixar a menina seguir a vida dela em paz, pois deve pesar muito na cabeça dela ter uma namorada paraplégica! -Controlei as minhas lágrimas com aquela frase e ela sorriu debochada.

-O que está acontecendo aqui? -Jade se aproximou da gente com dois copos de café nas mãos. -Está tudo bem amor? -Jade empurrou a loira para o lado e ficou na minha frente. -O que essas vagabundas estavam fazendo? -Ela bradou com raiva e as garotas se encolheram com medo, afinal aquele era o efeito que a Jade causava nas pessoas. -Vocês quatro sumam daqui e não voltem a se aproximar da minha namorada, pois caso contrário, eu vou arrastar esses rostinhos "lindos" de vocês na estrada e farei isso bem devagar para seja doloroso e só vou parar quando vocês parecerem um animal atropelado! -Jade estava espumando de raiva e as garotas saíram correndo como boas medrosas, mas antes a loira que tem um crush na MINHA namorada olhou para trás e suspirou. -Elas fizeram alguma coisa? -Jade voltou a me encarar e se agachou para pegar os meus livros.

-Não fizeram nada... -Respondi um pouco fria, mas não havia mentido, elas não fizeram nada físico em mim, apenas machucaram o meu psicológico. -Eu quero ficar um pouco sozinha... -Peguei meus livros da mão da garota e tentei me afastar, mas ela me manteve no lugar.

-Você não vai sair daqui enquanto não me contar o que elas disseram! -Jade aproximou o seu rosto do meu e acabei me hipnotizando com as suas esmeraldas. -Eu tenho o desprazer de saber que a loira aguada da Amber gosta de mim, eu já dei uns oito fora nela, mas aquela vadia sempre arruma um jeito de provocar os meus amigos ou tentar intimidar o meu par! -Ela soltou a minha cadeira de rodas e ficou em uma posição ereta com os braços cruzados.

-Ela nunca mexeu comigo... -Sinjin comentou enquanto se aproximava de Jade, ele ouviu uma parte da conversa, e já esperava que o garoto fosse sair correndo.

-PORQUE EU NÃO SOU A SUA AMIGA E FAÇA O FAVOR DE SUMIR DAQUI, POIS ESTOU CONVERSANDO COM A MINHA NAMORADA! -Gritou em plenos pulmões para quem quisesse ouvir e não evitei dar um sorrisinho, aquela era a Jade, estourada e que não tem medo de dizer o que pensa, a minha Jade.

-Bom, elas disseram que estou atrapalhando a sua vida, sabe? -Meus olhos arderam e sabia que se começasse a chorar não iria parar. -Ela tem razão em falar isso, pois você fica presa no meu tempo! -Deixei que uma lágrima caísse. -Eu não quero ser um peso para você, Jay...

-Para de falar essas coisas! -Jade bradou e seu tom autoritário me fez estremecer, ela estava realmente irritada, e ela se abaixou para encarar os meus olhos. -Victoria Marie Vega, eu te amo, sou completamente apaixonada por você e grito isso para todo mundo! -Jade se levantou e rumou para perto de um banquinho. -EU QUERO A ATENÇÃO DE TODO MUNDO EM MIM E NÃO VOU PEDIR DUAS VEZES! -Jade gritou e bateu algumas palmas e logo todos que estavam no corredor e perto dos armários estavam olhando para gente. -EU, JADE WEST, SOU APAIXONADA POR AQUELA GAROTA BEM ALI! -Ela apontou para mim e senti as minhas bochechas queimarem. -E SE ALGUÉM TIVER DÚVIDA DISSO, POR FAVOR, VAI PARA PUTA QUE PARIU E QUE SE FODA AS OPINIÕES CONTRARIAS! -Todos que prestaram atenção no pequeno discurso começaram a bater palmas e gritar em incentivo. -Entendeu, Vega? -Perguntou com os braços cruzados. -Você nunca vai ser um peso para mim e logo estará voltando a andar, Sra. Tesoura! -O apelido me fez corar, pois era algo que usávamos em momentos bem íntimos.

-Jade! -Tentei repreende-la, mas a mesma deu um sorriso e tinha certeza que ela continuaria. -Não sou mesmo um peso, certo? -Perguntei para ter certeza.

-Nunca foi e nunca vai ser, por mais que você seja muito chata! -Brincou e nós duas rimos. -Agora vamos para aula do Sikowitz, pois estou ansiosa para saber os papeis da peça de fim de ano! -Ela não falava de outra coisa que não fosse essa peça.

Ela me deu um beijo castro nos lábios e logo saiu me empurrando para sala do Sikowitz e assim que adentramos a sala o sinal tocou e os passos rápidos dos alunos foram ouvidos, ainda bem que estávamos dentro da sala, pois seriamos atropeladas lá fora.