Capítulo 14

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Victoria Vega pov's

Noite passada recebi a pior notícia da minha vida, ia ficar "presa" a uma cadeira de rodas, mas por sorte o quadro poderia ser reversível com muito esforço e dedicação, porém, continuava sentido que todos os meus sonhos foram destruídos. Desviei meus olhos para o canto e vi que minha irmã estava ali, o celular em frente ao rosto e um sorrisinho bobo exposto, uma cena bem comum de se ver, mas daquela vez senti que foi diferente.

- Bom dia... -Chamei sua atenção com o cumprimento. -Onde está a mamãe? -Perguntei ao notar que só nos duas estávamos no quarto.

- Você acordou! -Ela deu uma corridinha até a cama e ouvi o típico som dos saltos batendo no chão. -A mamãe foi esperar a Jade... Ela meio que caçou briga com uma enfermeira da última vez que esteve aqui e agora o hospital está com um pé atrás... -Ela fez uma cara engraçada e não evitei dar uma gargalhada. -Mas como você está? Sente alguma dor? -Perguntou pondo a mão em minha testa.

- Minhas costelas... Elas estão um pouco doloridas, mas vou viver! -Foi a vez de Trina rir. -E o papai? Onde ele está?

- Na delegacia... -Os olhos de minha irmã ficaram nublados. -Ele tinha que assinar umas papeladas e dar um depoimento... A mãe da Jade... Negou a história, mas as provas a condenam... -Trina mantinha um certo pesar na voz, mas ao mesmo tempo alguns tons de raiva. Quando aquela notícia chegou, todos ficaram revoltados, ninguém esperava uma ação tão desprezível.

- O importante é que ela não conseguiu... -Tentei me sentar, infelizmente não consegui sozinha. Trina me auxiliou e ajeitou o travesseiro nas minhas costas. -Você sendo boazinha comigo é uma novidade... -Esbocei um meio sorriso e ela riu.

- Não se acostume, pois assim que sair desse hospital de merda volto a ser eu mesma... A linda e incrível, Trina Vega! -Gargalhei com aquela encenação e ela me acompanhou. -Mas... Gostaria que soubesse... Eu amo você irmãzinha... Saiba também que se a mãe da Jade... Estive na minha frente... Eu arrancaria a garganta dela sem pensar duas vezes! -Trina deu um tapa na cama e olhou para o lado. -E faria isso só por amar você... Maninha...

- Eu queria fazer isso, mas não deixaram... -Ouvimos uma voz vindo da porta e não evitei sorrir. Jade havia acabado de fechar a porta e cruzou os braços, meu coração bateu mais forte, ali estava a garota que mais amava no mundo. -Que bom que acordou... -Ela sorriu para mim, mas pude ver que seus olhos estavam tristes.

- Cadê minha mãe? -Trina arqueou a sobrancelha e se levantou chegando perto Jade.

- Conversando com o segurança... -Ela deu de ombros e se aproximou sentando no lugar onde Trina estava. -Como você tá? -Tocou minha bochecha e naquele momento a minha voz sumiu.

- Vou deixar vocês duas, mas não se esqueçam que estão em um hospital... -Alfinetou abrindo a porta.

- Trina... -Tomei coragem e a chamei antes que saísse. -Eu também... -Baixou um pouco a cabeça e sorriu. Jade havia pegado o final da conversa, então sabia exatamente do que se tratava.

Quando a porta foi fechada, o silêncio dominou o quarto, só fiquei admirando a beleza de Jade e ela só ficou olhando para minha cara de pateta apaixonada. De repente ela pegou minha mão e olhou fundo em meus olhos.

- Tori... Me desculpa por... -Não deixei que ela terminasse, já sabia o que vinha em seguida e não gostaria de ouvir, afinal de contas, Jade não havia feito nada e ela não tinha culpa dos atos da mãe.

- Jay, por favor, não! -Disse segurando a mão dela entre as minhas. -Não foi sua culpa e nunca vai ser! -Beijei a mão dela com delicadeza e vi ela começar a chorar.

- Eu... Eu me sinto culpada... Se não estivéssemos juntas... Se minha mãe não soubesse que eu amo você... -Ela olhou para o teto e continuou. -Amor... Você não estaria aqui se não estivesse comigo... -A puxei com carinho e a abracei com ternura.

- Se fosse para ficarmos juntas... Eu passaria por isso um milhão de vezes e enfrentaria a morte... Quantas vezes fossem necessárias... -Passei a mão pelo rosto da garota e ela fechou os olhos ao meu toque. -Eu te amo... -Jay selou nossos lábios em um beijo muito simples, mas completamente apaixonado, aquele era um beijo diferente, sentia que era o início de uma promessa, uma caminhada nova. -Vai me falar por que minha mãe ficou conversando com o segurança? -Perguntei ainda próxima de Jade, nossas testas estavam coladas e ela sorriu, um sorriso tão lindo e tão quente.

- Eu tive uma discussão com uma enfermeira... -Ela sentou ao meu lado e me abraçou. -Ela errou sua veia umas três vezes seguidas... -Segurou meu braço com carinho e mostrou algumas marcas roxas. Fiquei um pouco surpresa com aquilo, afinal, não tinha percebido aquilo. -Acabei chamando-a de vaca e ela queria me aplicar um calmante por achar que estava muito exaltada... Acabou que se não fosse pela sua mãe... Provavelmente... Eu estaria atrás das grades...

- E o segurança não queria que você entrasse? - Perguntei me aconchegando em seu colo.

- Não... -Encarei a garota um tanto quanto confusa. -Ele queria saber se não trouxe nem uma tesoura... -Ela fez um bico e beijou minha testa. -Só que não venho ver você sem uma... Caso aquela enfermeira volte... -Aquela era minha Jay.

Trocamos mais um beijo caloroso e só nos separamos por culpa da falta de ar, mas ficamos juntas a tarde toda, inclusive ela participou dos meus exames e da primeira terapia que possibilitaria o retorno dos meus movimentos.

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Duas semas depois

Jade West pov's

Tori saiu hoje do hospital, chegou na sua casa e teve uma surpresa, todos os nossos amigos estavam lá. Cat e Robbie haviam começado a namorar, eles iam nos contar na sexta, mas a Tori sofreu o acidente e ficou no hospital dezessete dias, eu soube na segunda quando passei pela escola. Beck e Trina estavam saindo e pareciam se entender e bom o André continua solteiro.

Coloquei a mão no bolso e senti algo. Quando abri a mão lá estava a espadinha de plástico do jogo, a mesma que Jeff havia me dado para entregar a Tori.

- O que foi amor? -Se aproximou devagar. -Uma espada do pula pirata? -Olhei para ela e dei um sorriso. - O Jeff pediu pra te entregar, mas acabei esquecendo, toma... -Me ajoelhei para olhar nos olhos dela e entreguei a espada, um sorriso foi aberto em seu rosto, um dos mais lindos. -E ele disse que era para dar sorte, pois ele sabia que você ficaria bem e que teriam uma revanche do jogo!

-Eu irmão não existe... -Tori apertou o brinquedo na mão. -Vou por isso em um colar... -Dei um sorriso. -Diga ao Jeff que adorei...

- Não vou consegui...

- Por que? -Tori arqueou as sobrancelhas e dei um sorriso.

-Seus pais me deixaram ficar até que você melhore e você mesma poderá dizer, pois meus pais vão vir sempre aqui te ver! -Tori sorriu e me deu um beijo na bochecha.

- Eu estava esperando algo mais quente! -Rex interrompeu o momento. -Que tão vocês duas...

-Sai daqui! -Disse e Robbie correu com o boneco para longe de nós.

Love me Harder: JoriOnde histórias criam vida. Descubra agora