Love me Harder: Jori

Capítulo 101

Jade West pov's

Quinta-feira, 16 de setembro

17 horas

As palavras que ouvi do Math e de mais algumas pessoas abriram um pouco os meus olhos e estava disposta a ouvir a Tori e colocar essa história a limpo, pois percebi que estava sendo uma tola e jogando um amor puro e verdadeiro no lixo por culpa de um qualquer que me veio com uma história que poderia ou não ser verdade -se fosse verdade daríamos um jeito de superar juntas e se fosse mentira iriamos esquecer-.

-Jade? -Trina que atendeu a porta e parecia surpresa em me ver.

-Oi Trina... -Cumprimentei com um sorriso sem mostrar os dentes.

-O que você está fazendo aqui? -Ela perguntou um pouco irritada. -Se veio para levar as crianças pode esquecer, pois não vou deixar! -Trina colocou as mãos no batente da porta com a intenção de "bloquear" a minha entrada.

-Não vim para buscar as crianças... -Falei e Trina relaxou o corpo. -Estou aqui para ver a Tori. -Admiti com um sorriso bobo nos lábios. -Sei que fui muito babaca com ela, mas estou disposta a tentar mudar isso e estou realmente arrependida pelas coisas que disse e... -Suspirei pesado. -Eu não devia ter acreditado no Daniel daquela maneira e nem deveria ter duvidado da Tori, pois eu amo aquela garota mais do que a minha própria vida... -Admiti e uma lágrima solitária caiu dos meus olhos. -Posso, por favor, falar com ela?

-Jade... -Trina estava com a voz tremula. -A Tori está no hospital...

-O... o que? -Acabei gaguejando e meu coração acelerou. -Como assim no hospital?

-Ela entrou em um quadro de depressão depois que vocês se "separaram", acabou parando de comer e isso gerou um quadro grave de desnutrição que ocasionou um desmaio... -Trina me explicou enquanto limpava uma lágrima que escorria de seu olho esquerdo. -As crianças a viram desmaiando e a cena que vi quando cheguei aqui nunca vai sair da minha cabeça...

-Eu preciso vê-la... -Entrei em desespero e estapeei os meus bolsos em busca das chaves. -CUIDE DOS MEUS PEQUENOS! -Gritei para Trina enquanto voltava para o meu carro.

A Trina não teve tempo de me responder, pois liguei o carro rapidamente, sai cantando pneu e acabei batendo contra a lixeira do meu vizinho, mas nem me importei com aquele detalhe de merda, não me importei com regras de trânsito e nem com sinais vermelhos, pois, apenas queria ver a minha garota e saber como ela estava. Os carros buzinavam para mim, porém não dei a devida atenção e continuei o meu percurso e dentro de alguns minutos estava ocupando uma vaga qualquer no estacionamento do hospital.

-Posso ajudar? -A recepcionista perguntou assim que viu eu me aproximar do balcão.

-Victoria Vega West, eu quero vê-la! -Disse de uma vez e a recepcionista me olhou torto.

-A senhora vai ter que esperar junto com os familiares, pois a Sr. Vega ainda não está podendo receber muitas visitas por ordem do hospital e... -Impedi a mulher de continuar.

-NÃO QUERO SABER DESSAS PORRAS DE REGRAS DESSE MALDITO HOSPITAL! EU QUERO VER A MINHA ESPOSA E QUERO VÊ-LA AGORA! -Estava pronta para pular o balcão quando o meu pai e o senhor Vega me seguraram e me tiraram de perto. -EU QUERO VER A TORI! -Gritei mais uma vez e tentei me soltar deles.

-Uma visita rápida e apenas ela... -Sr. Vega pediu e a recepcionista me estendeu um crachá.

Os dois me soltaram, peguei o crachá, arrumei meus cabelos que estavam um pouco erguidos, lancei um rápido olhar ao redor da recepção para ver as pessoas que estavam presentes ali e logo adentrei o corredor para encontrar o quarto para minha latina e depois de andar um pouco o encontrei. O meu coração estava acelerado, mas mesmo assim abri a porta e adentrei o ambiente e ali em minha frente estava a Tori com um soro preso no seu braço direito, uma maquina que marcava os batimentos cardíacos ao lado e ela estava branca com leite.

-Tori... -Sussurrei o seu nome enquanto me aproximava da cama e uma sensação de culpa enchia o meu peito. -Isso é tudo culpa minha... -Admiti em voz alta enquanto me sentava ao seu lado e segurava sua mão com todo cuidado do mundo. -Não devia ter lhe dito aquelas palavras duras, não devia ter agido como uma criança e nunca deveria ter duvidado de você, mas o meu orgulho ferido e bobo me fez duvidar e trancou os meus olhos de uma maneira... -Comecei a chorar e acariciar a sua mão. -Todos conseguiam ver a verdade... todos acreditavam em você, mas eu não consegui fazer o mesmo que eles e me arrependo muito por isso... -Coloquei uma mão em frente a boca por uns segundos para tentar controlar um soluço. -Machuquei seus sentimentos e feri o seu coração e por culpa dos meus ciúmes excessivos... acabei machucando as crianças também...

Desisti de tentar controlar o choro e por isso deixei que as lágrimas e os soluções saíssem livremente e ecoassem por onde eles quisessem, pois naquele momento o mais importante era aliviar a minha alma que estava rasgada.

-Esses dias que estivemos separadas foram horríveis, pois tudo me lembrava você e os nossos pequenos... -Dei um meio sorriso com aquela fala. -Todas as noites ia dormir chorando, pois sentia falta do seu corpo para abraçar e senti falta até dos seus roncos baixos... -Mais uma risada. -Eu preciso de você, Vega! -Admiti e puxei sua mão para perto dos meus lábios para lhe dar um beijo. -Você é minha metade e sem você não funciono direito... -Admiti ainda em lágrimas. –Me perdoa, me perdoa, me perdoa, por favor, me perdoa por não estar ao seu lado! -Beijei mais uma vez sua mão. -Eu te amo... -Disse e apoiei minha cabeça na cama e continuei chorando.

-Love me harder... -Ouvi uma voz fraca e levantei minha cabeça. -Pois a cada dia eu te amo um pouco mais e para sempre vai ser assim, Jay! -Tori estava com um sorriso no rosto.

-VOCÊ ESTÁ ACORDADA! -Me aproximei para lhe dar um beijo no alto da cabeça.

-Sim... -Ela apertou minha mão. -Jade, eu quero que saiba que nunca te trai e nunca faria isso, pois sou perdidamente apaixonada por você. -Ela disse e uma lágrima caiu de seus olhos. -Não sei os motivos que levaram o Daniel a mentir, mas tudo que ele te disse é falso!

-Eu sei, mas não conseguia perceber isso antes, pois estava cega de ciúmes... -Disse enquanto acariciava os seus cabelos. -Eu vou entender se você não conseguir me perdoar...

-Você acha que o que eu sinto por você é tão pequeno que uma coisa como essas mudaria alguma coisa? -Ela perguntou e abri um sorriso. -Eu te perdoo, pois te amo e o amor supera tudo! -Não resisti e selei os meus lábios ao da minha garota.