Segunda-feira

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Narrado por Tsukishima

Minha segunda feira começou do mesmo jeito de sempre: com meu alarme tocando as 7hrs da manhã. Acordo, me levanto e vou em direção ao banheiro para tomar um banho. Aproveito esse tempo para lembrar as aulas que teria no dia e que materiais tenho que levar. Desligo o chuveiro e vou em direção ao armário, onde pego e visto uma calça e uma blusa moletom preta. Coloco meus óculos.

Deixo a água esquentando no fogão enquanto arrumo minha mochila para as três aulas que teria antes do almoço. Desligo o fogo e faço meu café para me preparar ao longo dia que teria.

Não tenho problemas em acordar cedo e sim de sair de casa cedo, sair de todo meu conforto e silêncio e ir para aqueles lugares cheios de pessoas barulhenta e animada logo de manhã em plena segunda-feira.

Encaro a porta de saída do meu apartamento e com muito pesar pego minha mochila, meu celular, meu fone e uma maçã e saio em direção ao elevador.

Ao chegar no térreo, coloco minhas mãos nos bolsos da calça, dou bom dia aos seguranças e saio do prédio em direção a minha faculdade que ficava a 20 minutos dali. Após 5 minutos, encontro meu amigo Tadashi Yamaguchi no mesmo ponto de encontro de sempre: na esquina de onde ficava o restaurante de comida mineira "Doce lar". Ele vestia uma blusa moletom cinza e uma calça moletom preta. (Temos as mesmas preferências para roupas, o que eu sempre achei meio estranho)

- Bom dia Tsukky - diz Yamaguchi com cara de sono. Sempre achei fofo a forma como ele está acostumado a esconder sua animação matinal, pois sabe que me estresso muito com pessoas super empolgadas e energéticas de manhã (como aquela galera do clube de vôlei dele, principalmente aquele Hinata Shoyo).

Eu e yama somos amigos desde a infância, e por isso, nos conhecemos bem demais. Na verdade, ele é a única pessoa que eu realmente considero meu amigo a ponto de deixar ir na minha casa, algo que não gosto que ninguém faça porque gosto de ficar sozinho.
Não desgosto dele, então sempre tento dar atenção as coisas que ele gosta e me esforço para entende-lo. Acredito que ele faz a mesma coisa e, por isso, nos acostumamos muito um com o outro

- Bom dia Yama - começamos a caminhar juntos - conseguiu terminar o artigo do trabalho?

- Consegui! Nossa eu estava tão desesperado! Se não fosse você para me acalmar com certeza teria dado tudo errado! Acordei cedo no sábado e comecei a reler todos os objetivos...

Ele continuou contando tudo o que fez no final de semana para dar conta do seu trabalho. Ele tinha me ligado chorando na sexta a noite (me dando um grande susto) para contar sobre a importância daquele trabalho e como estava com medo de não conseguir terminar. Yama sempre foi assim, inseguro.

- Estou muito feliz por você Yama - disse quando ele terminou de contar. Eu realmente estava e não pude conter um pequeno sorriso.

- Imagina eu então?! - diz animado. Mesmo sem o olhar sabia que seus olhos estavam brilhando.

Continuamos a caminhar tranquilamente, sempre fico do lado da calçada mais próximo da rua e ele para o lado de dentro.

- Tsukky... Tudo bem se depois das aulas de hoje você fosse comigo naqueles lugares de alugar terno? Eu não sei onde fica e não vou saber alugar... Preciso para a apresentação do trabalho.

Parei de caminhar e encarei o céu pensando se conseguiria ir com ele e depois dar conta de terminar de ler e fazer a análise do livro "A ciência da fábrica" para a aula do dia seguinte. Estava procrastinando muito aquela atividade e precisava do resto do dia para fazer.

- Não sei yama, acho que não vai dar. Não pode ser amanhã? - voltamos a caminhar

- Amanhã eu vou ficar o dia todo no curso para fazer o ensaio geral das apresentações... Mas não tem problema! Eu posso pedir ajuda para o Kageyama.

- O Kageyama é um idiota, vai acabar pegando um terno que não te serve e alugando pro dia errado ainda. Acho que consigo terminar minhas atividades depois. Eu vou sim.

- Tem certeza Tsukky?

- Esse apresentação é importante para você, quero que as coisas dêem certo, então eu vou sim

- Yes! - ele dá um pulinho e eu acabo rindo um pouco.

Chegamos no campus da faculdade, deixo Yama no seu departamento de cinema e sigo para o meu. Aproveito para colocar meu fone, aumentar o som da música e esquecer todo meu arredor.

Chego na minha sala e sento no fundo. (Por conta da minha altura, tenho 1,95, me acostumei a ficar na parte de trás da sala) Do meu lado direito senta um tal de Shikamaru, que está sempre dormindo, (me pergunto como ele consegue passar de ano), e na esquerda um tal de Zoro que aparece de vez em quando na aula e que também sempre está dormindo, mas eu acho que ele não é desse curso, nem na lista de chamada ele está.

O professor entra na sala e a aula começa

Quebra de tempo

Assim que a aula termina pego minhas coisas e espero um pouco até as pessoas saírem, não queria entrar naquela multidão que os alunos formam no corredor. Depois de 5 minutos me levanto, fazendo um pouco de barulho para tentar acordar aqueles dois que ainda dormiam. Eles nem se mexeram.

Coloco meu fone e saio do meu departamento indo para o do Yama, que ainda deve estar em aula. Sento em um dos pequenos bancos que estão espalhados pelo campus e dou uma breve observada naquele lugar tão bonito e arborizado. Pego meu livro e aproveito esse tempo para tentar termina-lo logo e depois só fazer a análise.

- TSUKISHIMA! - escuto um grito bem alto de uma voz conhecida. Olho para ver quem é e reviro os olhos ao reconhece-lo

Ignoro totalmente seu chamado e volto a ler, chego até a acreditar que ele desistiu, até que sinto um tapa forte em minhas costas.

- A quanto tempo eu não te vejo! Como você está? Cadê o Yamaguchi? - olho para o lado e vejo Bokuto, com aquela mesma energia desagradável de sempre.

- Estou bem. Ele está em aula ainda. - ajeito meus óculos - O que faz aqui? Decidiu começar a estudar agora? Lamento te informar, mas as inscrições já passaram.

- Você não mudou nada mesmo ein? - ele começou a rir

Reviro os olhos novamente e volto a ler

- Esse tem cara de ser outro dos seus livros chatos - pontuou Bokuto

- O que você quer Bokuto? - perguntei já sem paciência

- Quis fazer uma surpresa pro Akaashi, mas não consigo achar o departamento de economia. Onde fica?

- Sua surpresa é aparecer na faculdade dele?

- Não, não. Fiz toda uma programação, mas tudo começa comigo buscando ele aqui. Estamos completando dois anos de namoro hoje e...

- Continue o caminho que estava fazendo, vire a direita e siga em frente. O departamento ficará na sua esquerda - o cortei logo, quando o Bokuto começa a falar do relacionamento dele, não para mais.

- Muito obrigado! - ele grita - avisa o Yamaguchi que estaremos lá torcendo por ele em sua apresentação! - ele começa a correr seguindo as instruções que dei.

Quarenta minutos se passam e logo aparece uma figura de cabelos esverdeados se sentando ao meu lado e abaixando a cabeça procurando o nome do livro que lia.

- Esse livro parece muito chato Tsukky - diz Yamaguchi fazendo uma careta.

- Queria poder discordar - digo suspirando - tudo bem pra você esperar 10 minutos? Estou quase terminando.

- Sem problemas, posso aproveitar esse tempo para continuar meus slides - ele tira um notebook de sua mochila preta.

Yama apoia um pouco o seu corpo no meu e começa a mexer no notebook. Sinto um pouco do cheiro do seu perfume, que me lembra goiaba. Nunca entendi esse gosto do Yama por perfumes com cheiros de fruta. Já senti de melancia, caju, uva, maracujá, morango e hoje sinto de goiaba.

Ignoro os meus pensamentos e começo a me concentrar no livro. Yamaguchi conecta seu fone no notebook e coloca em uma playlist já conhecida por nós dois. Me oferece um dos lados do fone e eu aceito. Ele abre seus slides e começa a trabalhar.

Acabamos ficando um bom tempo assim.

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