"O mínimo"

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— MINGI!? Era pra você só pegar o colar, qual a dificuldade? — San berrava já puto pela situação. — Agora o garoto foi parar no hospital por ter quase quebrado o pescoço.

— Eu sei....mas a culpa também é sua, eu te disse que não era para contar sobre mim, os rastreadores estão atrás de nós dois. Sabe que compromete até seu namorado!

— Não fale dele. Não tocarão em um fio de cabelo do meu wooyoung.

— Então fique de olho no Jeong.

— É mais fácil você  fazer isso. Ele é afim de você, fique de olho nele. E mais uma coisa. Não machuque ele também.

— Ou o quê?

— Deixarei wooyoung e hongjoong cortar a sua cabeça com aquela espada.

O ruivo revirou os olhos, nunca tinha ouvido tanta barbaridade como ouviu do melhor amigo. Mas claro, para calar o bico daquele estérico, teria que se aproximar primeiro e ainda pior, ajudar a cuidar dele.

— Tá.

O fato de não ter paciência para o jeong era clara. Não sentia nada por ele, no máximo queria pregações sem compromisso, o que seria impossível para yunho cumprir.

— Vá pelo menos visitar ele depois do que rolou. Cuide dele enquanto estiver naquele maldito hospital.

— Você? Se preocupando tanto com ele? — Song debochou. — Não o odiava?

— Ele é importante pro' wooyoung, não vou ver ele mal. Não mesmo. E no fundo, a lerdeza dele nem me estressa tanto assim.

O de cabelos vermelho riu, aquilo era a melhor coisa que havia ouvido do Choi. Mas ainda sim não botava tanta fé com aquilo tudo. Porém, iria logo para aquele lugar. Odiava o cheiro do hospital, o cheiro de morte era o que impregnava cada canto do local.

[♡]

Observava o garoto dormir na maca, os mundos tão diferentes, poderia ter uma vida normal se não tivesse acontecido isso tudo. E isso era o que invejava mingi de Yunho. Queria ser uma pessoa normal como ele, ou em outras palavras, humano. Humanos não tinham preocupações além de trabalho, estudos, o mantimento de cada dia. Sendo o que é, nunca soube o que é realmente viver sem ter medo, sem ter medo de se aproximar e se entregar. O ferimento por lâminas e balas especiais para o que eram machucava, mas não tanto como se comparar ao que não pode ser e ter.

— Eu queria ser normal como você..... — Sussurrou. — E ter a mesma proteção do seu colar....

— Você pode ser e ter. — Jeong sussurrou baixinho, ainda mantendo os olhos fechados.

— Você estava acordado esse tempo todo? — O encarou sério.

— Acabei de acordar, na verdade.

— Ótimo, não fale comigo. Agradecido.

— Claro que irei!? Você é a única pessoa aqui e o culpado de me colocar nessa cama. Eu que mando.

De fato, ele estava certo. Mas tinha tanta preguiça de falar com ele que não era normal.

— Certo. Do que você quer falar?

— O que você é?

— Não é da sua conta. E não posso contar.

— Grrr....por que não?

— Você é bocudo. Se um rastreador te perguntar, você vai falar sem nem sentir.

— Não vou não? Não podem me forçar!

— Ah, não? — Riu. — Tolo. Você ainda não sabe de quase nada.

Revirou os olhos com o tamanho do bico do jeong. Teria que começar a aturar, ou acabaria fazendo algum mal a ele no ódio. Relaxou na poltrona, encarando o teto. Queria dormir mas teria que ficar em alerta caso tentem entrar ali.

— Se não sei, pode então me contar-

Levou os olhos para a porta se abrindo, levantando-se rapidamente. Mas logo se assustou com o toque do de fios rosas, que tinha a feição um tanto calma.

— Está tudo bem, é a minha mãe.

Suspirou aliviado, então concordou com a cabeça, saindo dali para os deixar sozinhos.

[♡]

— Vem, tenho que te levar para a casa de wooyoung e Hongjoong.

— Dá pra andar mais devagar? Eu sou quase do seu tamanho e dou as mesmas passadas, mas estou com dores, então colabora.

— Humanos são tão lentos.... — Murmurou para si mesmo enquanto pedia para o táxi parar. — Entra logo.

Logo adentraram o veículo. O silêncio impiedoso estava presente. O que diferenciava era que mingi, dessa vez, estava incomodado, o que geralmente não o afetava de forma alguma.

— Não vai me agradecer? — Olhou o garoto, que agora mexia no celular.

— Por quase matar nós dois? Ah sim, muito obrigado. — Debochou. — Se acha demais, credo.

— Que merda, cara. Agradecer por não ter te partido em pedaços durante esse longo dia contigo. — Cruzou os braços, o olhando sério.

— Era o mínimo, garoto. E se quer me partir, venha.

Ok, nunca havia visto uma personalidade daquele jeito. O que realmente destacava era que além de teimoso, ainda provocava. Sua ação de largar o celular e se aproximar o bastante para ouvir as respirações arrepiou cada fio do Song.

— Não deixarei o motorista traumatizado. Agora saia de perto. — O empurrou, virando o rosto para outro canto daquele carro.

— Idiota.

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