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Harry usa a chave que eu o dei para podermos entrar no meu apartamento. Eu coloco comida e água para Moana e Darya, indo até o meu quarto para poder pegar a chave-cartão do meu carro, visto que eu não faço idea de onde meu celular está.

"Harry... Eu posso ligar para os meus pais do seu celular? Eu não sei quando eu vou conseguir o meu celular de volta... Se caso eu o conseguir de volta."

"Claro." Ele diz, desbloqueando seu celular para mim, saindo do quarto para que eu possa ter privacidade.

Eu decido ligar para o celular do meu irmão, visto que é o primeiro que vem na minha mente.

Tenho a impressão que o tiroteio saiu em vários veículos de imprensa, ou seja, é muito provável que eles já saibam do ocorrido.

"Alô?" Ele atende no primeiro toque.

"Thommy, sou eu." Eu falo e ouço ele suspirar alto.

"Mãe, pai! A Emma está na ligação!" Ele grita, fazendo com que eu afaste o celular um pouco do meu ouvido.

"Emma... Voce está bem? O pai e a mãe estão vendo quando podemos pegar o próximo avião para poder ir para Londres... Você se machucou? Tem muitos sites falando muitas coisas diferentes então eu não sei o que é verdade e..."

"Eu estou bem, prometo. Vocês não precisam parar a vida de vocês para vir para cá, nada aconteceu comigo, eu só perdi meu celular no processo de evacuação. Me desculpem por não ter ligado antes." Não é uma completa mentira, mas também não é toda a verdade. Eu nunca vou falar para eles que eu fiquei de cara com o atirador.

"Filha, meu Deus. Você está em casa? Você está segura?" Meu pai pergunta, o que me faz pensar que eu estou no alto falante.

"Eu estou segura, pai. Eu saí de lá sem nenhum arranhão."

"Nós vamos tentar ir para Londres nesse final de semana, ok? Você precisa da ajuda da gente para algo?" Minha mãe pergunta e eu suspiro.

"Vocês não precisam vir para cá. De verdade. Eu estou completamente bem e irei ajudar meus colegas de trabalho que sofreram com o ataque, então eu não vou conseguir nem dar muita atenção para vocês. Eu juro que não é necessário vocês terem que passar por inconveniências com trabalho e faculdade para me ver, o suporte emocional que vocês podem me dar por telefone é suficiente. Pelo contrário, eu me sentiria mal sabendo que vocês estão mudando seus planos para fazer algo que não é necessário."

"Emmy, você estava no meio de um ataque hoje, não pegue pesado com outras coisas, ok? A gente promete falar com você todos os dias e se caso você precisar da gente, não hesite em ligar que compraremos uma passagem para ir para Londres o mais rápido possível, ok?" Minha mãe fala e eu sorrio. Ainda bem que ela entende.

"Obrigada mãe. Eu preciso ir agora, mas eu amo vocês. Obrigada por entenderem e me desculpem por não ter ligado antes. Eu prometo que assim que eu conseguir um celular eu entro em contato com vocês."

"Fique segura, Emmy." Meu pai diz. Eu estou impressionada com ele não intervindo nas minhas decisões e impondo sua palavra em mim, mas talvez ele esteja começando a me ver como uma adulta de quase trinta anos que tem capacidade de tomar as próprias decisões e tem autonomia para falar não.

"Eu irei, pai."

"Tchau Emmy, mande notícias quando você puder!" Meu irmão diz e depois de me despedir, ouço a ligação ser finalizada.

Depois de pegar tudo que é necessário, eu e Harry voltamos para o carro dele.

"Para onde vamos agora?" Ele me pergunta antes de ligar o carro e eu me viro para o mesmo.

"Eu preciso pegar o meu carro." Eu digo e ele nega com a cabeça.

"Eu não vou te levar de volta para lá. Me desculpa baby mas eu não posso." Ele diz tirando sua chave da ignição e as coloca no colo. "Você é uma das pessoas mais fortes que eu conheço, mas ainda é muito cedo para você ver o hospital. Eu não quero que você sofra com nenhum gatilho e que as memórias ruins venham de novo. Você precisa de tempo para se recuperar."

Harry é facilmente a pessoa que mais se preocupa comigo. A forma como ele quer sempre me proteger me faz o amar cada vez mais.

"Eu sei... Eu também acho que eu não estou preparada para isso, mas eu preciso do meu carro."

"Baby, você sabe que eu posso dirigir para você, não é? O meu Jeep ainda não chegou do concerto desde o meu acidente, mas eu posso ligar para eles para adiantarem o processo e você pode ficar usando ele por enquanto."

"Harry, eu não tenho nem celular para me comunicar. Eu não quero deixar você à mercê das coisas que eu preciso fazer." Eu falo e sinto seu polegar fazer movimentos circulares na minha bochecha.

"Sr. Sheppard me deu o dia de amanhã de folga. Eu vou ficar com você o máximo de tempo que eu conseguir." Eu coloco minhas mãos em sua nuca, fazendo com que ele sorria e leve e se aproxime de mim.

"Eu te amo." Ele se aproxima de mim, me dando um selinho. "Mas de verdade... Eu preciso do meu carro, Harry."

"Ok... Vamos fazer o seguinte... Amanhã eu vou no seu trabalho ver se eles já liberaram os achados e perdidos para ver se eu acho seu celular e o resto das suas coisas, pego o seu carro e volto para o seu apartamento. O que você acha?"

"Se não for um incômodo para vo-..." Eu começo a falar mas ele nega suavemente com a cabeça.

"Nunca, baby." Ele me dá outro beijo e eu sorrio.

"Você pode me levar no hospital de novo? Digo... O hospital que Tom está... Eu preciso ver como ele está." Eu falo de forma hesitante porque sei que talvez Harry não goste disso. Eu consigo ver pelo seu olhar seu cérebro tentando processar essa informação, fazendo com que fiquemos alguns segundos em silêncio. "Eu sei que isso não é fácil para você, ok? Eu sei que, por mais que você confie em mim, isso ainda é um tópico difícil para você, por isso que eu queria pegar meu carro hoje, para que você não precise passar por isso. Mas independente de qualquer coisa... Eu preciso o ver, Harry. Depois de tudo que aconteceu hoje... Eu preciso o ver."

Me dói ver a expressão de Harry porque eu sei que isso é uma insegurança para ele e eu me odeio por o ver dessa forma por minha culpa, mas por outro lado eu não posso simplesmente deixar Tom de lado, principalmente depois do que aconteceu hoje.

Eu ainda não sei se eu devo falar para Harry o que Tom me disse. Eu não queria, porque parece ter sido algo muito pessoal de Tom, ele genuinamente achava que ia morrer e que nunca teria a chance de me falar o que ele sente. O que importa é que a única pessoa que eu vejo ao meu lado romanticamente pelo resto da minha vida é Harry, então falar sobre um momento extremamente vulnerável de Tom não parece ser certo. Contar para Harry o que aconteceu em detalhes só vai o machucar então por agora eu decido não falar nada em específico. Talvez quando isso passar um pouco ou quando estivermos a sós, só para que minha mente não pese com essa informação.

Eu tenho um carinho enorme por Tom e tudo que ele já fez por mim, mas a minha alma gêmea é Harry e eu espero deixar isso extremamente claro para ele.

"Eu estou com você sempre, ok? O que você precisar." Ele diz e se separa de mim para colocar a chave na ignição.

"Eu te amo, Harry." Eu digo me aproximando dele para beijar sua bochecha. "Por favor nunca se esqueça de que você é a pessoa da minha vida. Você não vai se livrar de mim nem tão cedo, ok? Eu te amo mais do que você possa imaginar." Eu digo e ele sorri.

"Eu também te amo, baby... E como a gente já tinha conversado antes, eu confio em você. Muito. É um pouco difícil me adaptar a isso, mas eu confio em você." Sinto meu coração transbordar com suas palavras. Eu realmente escolhi a pessoa certa para a minha vida.

Champagne Problems | Book 2 | H.S. {PT BR}Onde histórias criam vida. Descubra agora