Harry conseguiu pegar meu carro e todos os meus objetos pessoais pela manhã.
Eu recebi uma semana de afastamento do trabalho, assim como todos os médicos que não sofreram fisicamente com o ataque e receberemos um mês de acompanhamento psicológico sem custo.
Pela primeira vez eu vi o caso na televisão e na internet e eu descobri que Stone, uma das minhas residentes prediletas, junto com dois outros enfermeiros foram mortos.
Mortos.
Ele matou três pessoas.
Não parece real, para ser sincera. Stone faleceu e eu nunca mais vou a ver. Minha mente não consegue processar as informações passadas para mim.
Tom, junto com mais quatro pessoas ficaram feridas ao total, o que leva o total de vítimas não fatais para cinco.
Os motivos do atirador ainda são duvidosos, mas talvez tenha sido por questões familiares.
Fotos gravadas em celulares das pessoas se escondendo e dos helicópteros evacuando os feridos são compulsoriamente mostradas na televisão, o que faz com que os flashbacks apareçam vividamente na minha mente.
Eu não percebi que estava hiperventilando até ver a televisão sendo desligada por Harry, que me abraçou até que eu pudesse me acalmar.
Não acredito que Stone está morta. Eu não acredito que isso tudo aconteceu. Nada parece ser real, apenas um pesadelo extremamente realístico.
"Eu preciso ouvir o resto da reportagem." Eu falo assim que eu paro de sentir os meus pulmões pegando fogo.
"A gente assiste depois. É muito para você digerir de uma vez só." Harry fala de forma carinhosa e beija o topo da minha cabeça e eu descanso minha cabeça em seu ombro. "Você tomou café da manhã depois de ter levado Helene na escola?"
"Eu esqueci." Eu falo de forma sincera. Não é como se eu quisesse pular refeições, mas eu não sinto tanta fome assim.
"Eu vou fazer um sanduíche de manteiga de amendoim e geleia para você." Ele diz e se levanta, me puxando para fora do sofá para que eu possa o seguir. "Niall, mamãe e Gemma me ligaram hoje. Ele souberam o que aconteceu e te desejaram melhoras."
"Eu ainda não vi nenhuma mensagem, mas eu vou ligar para eles para agradecer." Falo e vou até o meu quarto pegar a sacola que Harry trouxe do hospital com meu celular.
(...)
"Papai!" Helene corre até a cama de Tom e sobe em cima de sua cama, abraçando sua cintura.
"Oi meu amor. Como foi o seu dia? Você deu trabalho para Emma?" Ele pergunta passando a mão pelo cabelo dela.
"Não, eu prometo! Hoje na escola a gente desenhou um desenho para você melhorar!" Ela diz e aponta para a bolsa dela que está na minha mão.
"Você quer que eu pegue ou você prefere mostrar para ele?" Eu pergunto para ela que desce da cama para poder pegar o desenho.
Depois que ela mostra para Tom o desenho, uma enfermeira entra no quarto para poder administrar os remédios dele.
"Eu venho buscá-la por volta das oito, pode ser?" Eu pergunto para Tom enquanto Helene arruma seu desenho para deixá-lo exposto no quarto.
"Você não vai ficar?" Ele pergunta, seu tom decepcionado ficando aparente.
"Eu não posso ficar hoje, mas eu prometo passar mais tempo amanhã." Falo e ele segura minha mão que está apoiada na sua cama.
Se Harry não estivesse em casa eu ficaria aqui, mas eu não posso deixá-lo sozinho.
"Você está bem, Emma?"
Novamente essa pergunta. Não importa se eu estou bem ou não, ele não tem a obrigação de se preocupar comigo. Eu estou aqui para ajudá-lo a melhorar independente de qualquer coisa.
Eu decido simplesmente acenar com a cabeça porque eu sei que se eu abrir minha boca para falar ele vai duvidar de mim.
"Como está sendo sua recuperação? Eles começaram a diminuir as doses dos seus analgésicos?"
"Um pouco. Eu estou melhorando na medida do possível. As enfermeiras já me fizeram caminhar pela manhã e se eu continuar me recuperando bem em dois ou três dias eu vou ter alta."
"É muito bom ouvir isso. Vai dar tudo certo."
"Obrigada, Emma... Por tudo." Ele diz sorrindo para mim.
"Bem... Se você não precisar mais de nada, eu já vou indo." Eu digo retirando minha mão da dele. "Até daqui a pouco." Eu falo e saio do quarto.
Quando eu chego em casa Harry está assistindo um filme enquanto come pipoca. Eu coloco meu pijama visto que o dia está relativamente frio e me deito ao seu lado.
O filme todo minha mente vagueia sobre nós dois e Tom.
Eu preciso falar para Tom que eu estou com Harry. Meu medo é que ele interprete minhas ações como se algo mais pudesse sair desse momento, o que não vai acontecer.
Também preciso falar para Harry que não importa o quão ativa eu esteja na recuperação de Tom, eu não tenho nenhum tipo de sentimento em relação a Tom
que se compare com a nossa relação. A única coisa que me segura para falar sobre isso é o meu motivo por estar tão investida na recuperação de Tom.Eu tenho medo de admitir que eu poderia ter feito algo a mais para evitar seu estado atual.
Se eu tivesse sido insistente, nada disso teria acontecido e ele estaria bem, mas é claro que eu hesitei e ele foi baleado.
"Eu estou ficando muito desacostumado aqui. Desde que a gente voltou de viagem eu passo mais tempo aqui do que no meu próprio apartamento." Harry fala enquanto faz carinho no meu cabelo.
"Eu também estou ficando desacostumada. Se o seu apartamento não fosse extremamente conveniente para o seu trabalho, eu já teria falado para você se mudar para cá."
"Hm... Não fale assim porque eu me mudo mesmo." Ele me beija e eu concordo com a cabeça.
"Você já tem a chave então tecnicamente você já faz parte dessa casa." Eu falo e ele sorri.
"Vamos conversar melhor sobre isso depois porque eu quero que a gente dê esse passo juntos. Eu quero me mudar com você, Darya e Moana. Eu quero poder acordar ao seu lado todos os dias. Eu quero ficar ao seu lado o máximo de tempo que a gente conseguir."
"A gente vai, Harry. Eu prometo." Eu falo e levanto minha cabeça para poder o beija-lo.
Eu espero que eu sozinha seja o suficiente para você, Harry.
Eu vou fazer de tudo para ser o suficiente.
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Champagne Problems | Book 2 | H.S. {PT BR}
أدب الهواةNo qual Harry encontra Emma numa festa e pede mais uma chance. //// Segunda temporada de Into You! (primeira temporada completa já disponível no meu perfil!)