honour

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"Há três meses a vida de todos os funcionários e funcionárias desse hospital foi completamente alterada. Há três meses famílias perderam seus entes queridos, e outras ficaram muito perto disso. Por conta disso, nós estamos aqui para prestar condolências às vidas perdidas e a todos que foram afetados por essa tragédia." O presidente da associação médica responsável pelo hospital fala no microfone.

As fotos das três pessoas que perderam suas vidas aparecem na tela e eu sinto um nó na minha garganta ao ver a foto de Stone.

"Em solidariedade às famílias que perderam os seus entes queridos, nós iremos fazer um minuto de silêncio."

Eu sinto as minhas mãos soando e meu peito pesado. Tom está no palco, sentado em uma das cadeiras e eu vejo seu olhar em cima de mim. Ele sorri de leve para mim e eu suspiro.

Eu esperei um mês desde que Harry me pediu em casamento para dar a notícia para Tom. Eu sei que no fundo ele sentia algo por mim então eu fiz de tudo para não o machucar. No dia que eu falei para ele a verdade, a reação que eu esperava dele era negativa. Eu esperava que ele se fechasse completamente para reprimir seus sentimentos, mas ele só me abraçou e falou que ele estava feliz por eu estar feliz e que ele sempre estaria ao meu lado.

Eu não acreditei completamente no que ele disse naquele dia, mas eu deveria. Eu consigo ver que ele ainda se importa comigo, mas aquele olhar de adoração que antes era presente o tempo todo e quebrava completamente o meu coração, agora mudou para um olhar de carinho.

Eu espero que ele consiga encontrar alguém que o ame tanto quanto eu amo Harry. Alguém que ame Helene e se permita entrar na vida dos dois.

A recuperação de Tom foi – e ainda está sendo – incrível. Eu não estou precisando dar tanta assistência como antes, mas eu gosto de visitar Helene quando eu posso só pra passar um tempo com ela.

Talvez Helene seja uma das razões pelas quais eu esteja amolecendo aos pedidos de Harry.

O acompanhamento psicológico também foi essencial para que eu mudasse meu pensamento em relação a certas coisas que eram considerados medos irracionais.

Meu medo de não conseguir criar uma criança está enraizado na minha própria infância já que eu nunca me senti digna de afeto e amor sem ser ligado as minhas conquistas acadêmicas e pessoais. Trabalhar no trauma que eu desenvolvi depois de Harry ter terminado comigo também está sendo um desafio. Isso também conta imensamente para a minha relutância sobre ter crianças já que inconscientemente eu a via como outra possível pessoa que possa me deixar, ou uma pessoa que seja outra razão para ele me deixar.

A ideia não me assusta tanto quanto antes, mas eu ainda tenho um longo caminho a percorrer até que eu me liberte de todas essas coisas que me fazem ser tendenciosa a ter aversão a crianças. A terapia não está me forçando a mudar minha mentalidade para que eu tenha uma criança, mas sim para tirar todas as tendências tóxicas que fazem com que meu pensamento seja assim, para que no futuro eu possa ponderar esse fator sem tanto trauma na minha bagagem emocional.

"Nós também estamos aqui para dar o devido reconhecimento a pessoas da nossa e de outras equipes médicas que impediram essa tragédia de ser ainda mais mortal. Nós agradecemos todos os serviços que vocês prestaram a nossa instituição nesse momento tão difícil." O presidente quebra minha linha de pensamento e eu sinto a ansiedade se instaurar em mim novamente.

Eu sinto os dedos de Luke batucarem no meu joelho coberto pela minha calça jeans branca e eu vejo ele respirando fundo, tentando controlar sua ansiedade.

Os nomes começam a ser chamados e eu sorrio ao reconhecer Dr. Torrez, o médico que operou Tom, subir no palco. Ele recebe uma medalha dentro de uma caixa de veludo com o símbolo do hospital prensado com uma tinta dourada que é dada por Tom.

"Doutora Emma Miller." Eu ouço o presidente me chamar e eu vejo minha foto, junto com meu nome e uma pequena descrição do que eu fiz na tela, o que faz com que eu sinta minhas bochechas esquentem por tanta exposição assim.

Sinto Luke pressionar sua mão no meu joelho e eu me levanto para poder subir no palco.

Os aplausos fazem com que eu fique ainda mais nervosa, minha mão tremendo levemente quando eu vou cumprimentar o presidente.

Assim que eu vejo Tom segurando a mesma medalha na caixa aveludada, eu sinto minha ansiedade diminuir um pouco mais.

"Hey." Eu dou um pequeno sorriso para ele, pegando a caixa de sua mão.

"Finalmente, a pessoa que realmente me salvou." Ele sussurra no meu ouvido enquanto eu o abraço, sem me importar que as outras pessoas simplesmente apertaram sua mão.

Ele se separa de mim com um grande sorriso e eu volto ao meu lugar de antes.

"Doutor Luke Pearson."

(...)

"Eu estou tão orgulhoso de você, baby." Harry fala assim que eu o encontro no meio da multidão de pessoas e me beija.

"Obrigada." Eu falo e ele coloca seu braço por cima dos meus ombros, me puxando para mais perto ainda do seu corpo.

"Eu vou ter que voltar correndo agora para o trabalho. Hoje a noite você tem algo para fazer?"

"Mais ou menos. Depois da psicóloga eu tenho uma consulta médica, mas eu chego perto da hora do jantar. E não se esquece que amanhã a gente vai sair para jantar com alguns colegas de trabalho meu." Eu falo e ele concorda com a cabeça.

"Eu te amo. Dirija com cuidado." Ele diz e me beija rapidamente.

"Você também, baby." Eu falo e ele sorri. "Você nunca vai parar de encher o meu saco por conta disso, não é?" Eu pergunto e ele concorda com a cabeça, me beijando uma última vez.

Antes de sair eu passo um tempinho a mais com Tom, Luke e algumas outras pessoas que entram na nossa conversa.

- -

Capítulo um pouco mais descontraído e com alguns esclarecimentos sobre o avanço de Emma durante esses três meses!

Talvez eu tenha mais um ou dois capítulos até o epílogo 😭

Nem acredito que estamos chegando no fim da história de Emma e Harry.

Champagne Problems | Book 2 | H.S. {PT BR}Onde histórias criam vida. Descubra agora