A menina transformada em vilã

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Os puxões brutos em seu cabelo doiam.

Seus olhos lacrimejavam, mas ela aguentava firme cada arranhar e puxar, ela ficaria linda, repetia a fêmea atrás de si, linda para o futuro alfa, para seu futuro companheiro.

—O pequeno herdeiro e a ruivazinha brigaram, é a sua grande chance!–Exclama ao puxar outra mecha, fazendo o penteado elaborado no cabelo negro e liso da garotinha. Sem sua resposta, a fêmea da um puxão forte nas madeixas, fazendo a criança grunhir com dor. —Entendeu?!

—Sim, mamãe...–Responde Amanda, pequenas lágrimas escorregando pela face pálida e bem cuidada.

—Não chore! Seu rosto ficará inchado e o herdeiro ficará enojado com você. –Repreende sua mãe, a expressão dura no rosto, os olhos brilhavam com malícia e cálculo, além da pequena luz de insanidade nos glóbulos cor de mel.

—Era para eu ser a Luna e você minha herdeira, mas não, Jonh tinha que me largar para ficar com aquela la, só porque eles são companheiros!–Bufa, revirando os olhos. A pequena criança, acostumada ao ouvir todos os dias os mesmos resmungos da mãe, apenas fica calada, escutando —Como se isso fosse grande coisa! Eu rejeitei seu pai logo depois que te tive, o fraco morreu de tanta dor...eu não, eu sou forte!

Mãos finas e extremamente frias agarram o queixo de Amanda a fazendo se encolher, seu rosto é forçado a olhar para o espelho a sua frente, seus olhos encontram os de sua mãe.

—Você e eu somos iguais, certo? Você é minha filha e terá o futuro alfa em suas mãos, você me deixará orgulhosa, não deixará, Amanda?

Ela queria, como queria deixar sua mãe orgulhosa. Mas Rubi era sua amiga e Dereck também, ambos faziam o trio da bagunça quando juntos e Amanda não queria beijar Dereck, ela achava beijar nojento. Mas ao olhar nos olhos de sua mãe, repletos de esperança, a garota engole em seco, sorrindo largamente, o sorriso a cópia da mãe, havia aprendido a sorrir como ela a muito tempo; ela concorda com a cabeça, deixando que seu pequeno coração infantil recebesse aquela raiva, ódio de mágoa de sua mãe, recebesse tudo e aprendesse. Ela seria a copia de sua mãe, lha daria orgulho.

—Tudo que quiser, mamãe. Dereck será meu! –Fala. A fêmea tosse levemente, levando as mãos a boca, quando as afasta do rosto, faz uma cara de nojo, mas sua expressão muda ao olhar para a filha.

—Oh, não, pequena flor, Dereck já é seu! –Responde acariciando com a mão limpa a cabeça da pequena enquanto limpa com um pano a outra, tirando o sangue dela.










Sua mãe morreu dias depois, a rejeição a havia enfraquecido de uma forma que Paloma morria aos poucos ao decorrer dos anos. Antes de morrer ela reforçou o comando a filha de que tivesse Dereck para si. Amanda prometeu que o faria, não importava como, ela o teria...

ANOITECER- Contos de Rejeitada Pelo AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora