𝐏𝐑𝐄𝐓𝐓𝐘 𝐖𝐎𝐌𝐀𝐍, 𝑶𝒏𝒆𝒔𝒉𝒐𝒕'𝒔

𝐒𝐮𝐧𝐚 𝐑𝐢𝐧𝐭𝐚𝐫𝐨𝐮

Aviso: menção a uso de drogas ilícitas, não é minha intenção romantizar isto!

A chama ainda mantinha o cigarro mentolado acesso sobre os labios da mulher, os olhos enevoados pelo cheiro da bebida sobre a mesa só dificultava a situação, maldita hora que cedeu ao vício do antigo namorado!

Afinal aquela era sua unica válvula de escape desde que ele se foi sem mais nem menos de sua vida, Suna foi o primeiro em sua vida e seria o último até o final dela, [Nome] sabia bem que não haveria ninguém que a beijasse como ele, que tocasse sua pele como ele, que a fodesse como ele, Suna era único em toda a sua forma

Se arrastando sobre o chão de mármore que era pisoteado pelas inúmeras pessoas naquele forno fechado, na qual seu moletom preto, ou melhor o moletom dele sobre seu corpo, não ajudava em nada

As marcas pelo rosto estava começando a se cicatrizar, viver com Suna era perigoso mas aquela adrenalina lhe fazia tão bem que simplesmente abraçou aquela "vida" de peito aberto sem medo do que viria depois, a vida gosta de lhe cobrar caro essas pessoas sem pudor

Em passos lentos e tontos, ela vagava para fora da boate, bebendo de copos de desconhecidos já alterados demais para reclamar de algo, do lado de fora o vento gelado a fez se encolher em seu moletom que mesmo depois de tantas lavadas mal feitas ainda mantinha o cheiro natural dele junto com a sua nicotina lotada de remorso e arrependimento

A caminhada se mantinha dolorosa e fria, mesmo zonza e alterada, conseguia se lembrar perfeitamente aonde morava com ele. Mesmo vivendo um pouco com sua banda, Suna amava passar um tempo ali, a sós com ela, dividindo um cigarro, um vinho, ou apenas uma boa conversa, nessas pequenas memórias nem a bebida mais forte a fazia esquecer

Uma lágrima solitária escorreu do rosto e decseu até a boca entre aberta que segurava o cigarro, o vazio ali era gritante mesmo assim [Nome] nunca saiu dali, ela sentia que a qualquer momento Suna apareceria com sua cara inchada da bebida sorrindo grogue ou com algum roxo no rosto por bater num valentão de rua, esfregando se em sua jaqueta de couro que comprou com dinheiro suado e doloroso porque se sentia imponente com ela e ornava perfeitamente com sua moto

[Nome] despertou de seus devaneios quando percebeu a banheira quase transbordando e fechou a torneira, os amigos de Suna contribuíam com as contas desde que ele fora embora sem motivo algum, ela apenas largou as roupas no chão úmido e se sentou com cuidado na banheira deixando o cigarro pela metade no cinzeiro juntamente a um isqueiro e uma garrafa de vodka quase vazia

— Hm... - ela resmungou dolorosa passando as mãos pelas escoriações que terminavam de cicatrizar pela queda que sofreu dias depois após o sumiço do namorado

Logo escutou a porta ser aberta, o peito encheu de esperança por um segundo ate sentir um cheiro de comida, seu sorriso murchou rapidamente assim que viu a cabeleira antes acizentada de Osamu, que havia recentemente pintado para o preto azulado, ao ver o estado dela soltou um longo suspiro

— O que faz aqui? - [Nome] resmungou meramente chateada pegando o mentolado e acendendo com cuidado, soltando a fumaça aos poucos enquanto o via ajeitar suas roupas e sentar no banco ali

— Fumando de novo [Nome]? Quantas vezes já disse que isso te fará mal? - Osamu soou o mais brando possível, sabia que aquele não era o melhor momento para soltar julgamentos a mulher quebrada

— Suna disse que pareço sexy enquanto fumo! Mesmo fudendo meu pulmão! - ela soltou um riso sofrido limpando o rosto machucado — O que você trouxe? - se referindo ao cheiro que sentiu mais cedo

— Onigris, do jeito que Suna gostava... - a feição de [Nome] ficou nula e dolorosa ao ouvir o verbo no passado — Sei o quanto isso lhe dói [Nome] mas precisa superar isso!

— Você está errado, ele vai voltar! Ele sempre me prometeu isso! - a voz dela saiu um misto de raiva e dor contidos por anos enquanto virava o resto da garrafa garganta abaixo, suspirando com a ardência

— Ele morreu ha quatro anos...quando vai parar de mentir a si mesma? - [Nome] virou o rosto ouvindo mais um suspiro longo dele — Amanha cedo venho te ver, por favor se cuide!

[Nome] sentiu um beijo sendo depositado sobre o topo de sua cabeça e logo a porta se fechou, trazendo a tona suas lagrimas contidas por tanto tempo, ela só fazia aquilo para esquecer que ele se foi para nunca mais voltar

Ela queria estar chapada o suficiente para ao menos sentir o toque que tanto lhe acolheu uma vez em sua vida....