Baby Girl

Capítulo Seis

Thaís's POV

Seria Má Ideia então, se eu largasse tudo, sumisse, desaparecesse do mapa, desse um perdido nessa cidade, andasse por aí nesse grande e vasto mundo? Aliás, não seria um problema se Caterine ficasse com o pai, seria?

Infelizmente sou boa demais para fazer isto...

Esses eram então, os pensamentos que faziam a minha cabeça latejar cada vez mais forte, eu sempre fiz, e ainda faço de tudo para a minha filha ter um bom desempenho na vida, abro mão de mil coisas para dar duas mil a ela, faço de tudo, para ser uma mãe boa, mais será que eu estou a falhar nessa missão?
Murilo simplesmente abandonou ela, só ligou pra ela no fim da gestação, que pagou um hospital caro pra ela, achando que eu ia simplesmente perdoa-lo, e depois sumiu, voltou só três anos depois e exigiu ver a filha, eu sempre expliquei pra Caterine como o Pai dela foi, e quando ele volta ela simplesmente o recebe com beijos e abraços? será que se eu sumisse, eu seria como Murilo, "o coitado", Ou isso me tornaria ainda mais irresponsável? Será que Caterine me receberia de braços abertos ou faria eu me sentir a pior pessoa do mundo? será que eu sou realmente uma boa mãe?

 — É... mamãe? — foram apenas duas palavras que interromperam meus pensamentos mais que encheram meu coração de amor

— Sim, minha filha? — Falei limpando minhas lágrimas com as mãos

— A senhora está bem? — Sua preocupação, encheu meu coração de afeto

— Claro, por que não estaria?

— Por que você gritou com o papai, subiu correndo com remédios de dores de cabeça, colocou uma musica meio triste... — Parou então, fiquei pasma com sua dicção

— A, minha filha, você não entenderia, você não tem idade o suficiente para entender isso, vai brincar com o papai, ok?

— Tá bom mamãe, fica bem! — Ela disse e beijou minha testa

Após ela sair do quarto, meus olhos inundaram de lágrimas, mais dessa vez de alegria, pela primeira vez Caterine demonstrou afeto por mim, eu me senti especial, valorizada... talvez eu seja sim uma boa mãe, uma boa pessoa, mas apenas eu não consigo enxergar isso!

— Thaís... — Murilo falou, havia batido na porta algumas vezes

— Se veio aqui pra me chamar de Imatura e Irresponsável novamente, a porta está ali! 

— Não! eu vim aqui para me desculpar, eu realmente fui um idiota

—  Que bom que reconheceu, não é?

— Enfim, eu não falei aquilo por que quis, estava irritado por ter que me afastar da minha filha que não via a quatro anos, enfim, irei sair para lhe respeitar...

—  Murilo, espera, também sei que errei feio, mais é que eu sempre quis afeto por parte de Caterine e nunca tive, e você apenas chegou e já parece a pessoa favorita dela —  falei a última parte entre aspas — A verdade é que eu, só queria um pouquinho, apenas um pouco de amor, queria que Cate me desse isso, encarar essa gravidez não foi fácil, não tive apoio de ninguém a não ser de meus pais que moravam longe, trabalhei durante minha gestação inteira, paguei tudo sozinha, e você só pagou o hospital, achando que eu iria te receber com um sorriso de orelha a orelha, depois sumiu, e... agora volta e já é elogiado todos os dias por ela

— Olha, realmente me desculpa mais eu tive meus motivos, eu estava protegendo você! eu estava protegendo vocês... Mais fico feliz que assumiu seus erros

— Motivos... —  falei baixo

— Bem, vamos tentar viver mais pacificamente aqui, tudo bem?

—  Vou tentar, agora conseguir, não sei...