O tempo estava passando mais rápido do que eu pensava, quando percebi já eram quase seis horas. Me senti burra de não ter percebido que o Céu estava ficando em um tom de azul cada vez mais forte.
- Gente, venham para a mesa, para a hora dos parabéns! - Falei e vi todos se aproximando á mesa.
Coloquei Catherine bem no meio da mesa, em cima de uma cadeira de couro. Nunca deixaria Catherine pisar nessa cadeira, porém, é uma data especial e uma cadeira de madeira com certeza não combinaria com a arrumação.
Fiquei ao lado de Catherine, em pé, e coloquei meu braço em volta de sua cintura, na intenção de a segurar caso ela se desequilibrasse.
- Gente, eu sei que ja estamos a muito tempo aqui, mas eu não poderia deixar passar esse momento, sem falar algumas palavras pra minha filha. - Me virei pra Catherine e coloquei a mesma virada de frente pra mim, me abaixei um pouco para conseguir falar com minha filha.
- Catherine, significa casta, ou pura. O que verdadeiramente você é, uma garota com o coração bom, pura de alma. Você é a criança mais pura que eu já conheci em toda minha vida, sei que você veio muito cedo, inesperadamente, porém, sempre muito amada desde o meu ventre. Movi mundos para conseguir te dar uma boa criação, e fico feliz que como sua mãe, hoje, eu não lhe deixo faltar nada, não digo só coisas materiais, mas também amor, carinho, afeto, em dobro, até por que, por toda a sua vida, fui não só sua mãe, como seu pai também. - Encarei Murilo, e o vi abaixar a cabeça, em negação.
- Catherine, você é luz por onde você passa, você é alegria em meio a dor, tristeza.. Eu te amo, e agradeço a Deus por ter me dado você, não teria presente melhor pra mim hoje!
- Ah! Mamãe, eu te amo um muitãoo!! - Me deu um abraço e quase me desequilibrou.
- Thaís, posso falar algumas palavras para Cathe, se você me permitir? - Murilo falou alto o suficiente para que toda festa escutasse.
- Pra você se lamentar do tempo que ficou ausente, e prometer que nunca mais fará isso? Vai em frente, Murilo, mas não minta para si mesmo e muito menos pra minha filha. Ano passado, você fez o mesmo discursinho, e olha onde nós estamos? - Falei ríspida, Murilo arregalou brevemente os olhos, e abaixou a cabeça lentamente, demonstrando tristeza.
- Thais, por favor! Tenha mais coconsideração por Murilo, o deixe pelo menos falar! - Falou meu ex-sogro, o pai de Murilo.
- E ele é o pai da menina, você não tem o direito de falar assim do meu filho! - Falou minha ex-sogra.
- Pai não, genitor! Pai é quem cuida, Murilo na primeira oportunidade, fugiu, com a justificativa de que acabará de atingir a maior idade e queria viver. Eu era menor de idade, e não fugi das minhas responsabilidades! Me admira muito, a senhora que passou por situação parecida, defender Murilo ao invés de o aconselhar! Por essas coisas, que ele fez o que fez, sabia que seria defendido independente de suas atitudes! - Falei, e vi todos arregalarem os olhos para mim, não é de meu costume usar esse tom.
- Murilo, se você não vai falar, volta para trás da mesa para batermos os parabéns. - O pai de Murilo falou em tom de decepção.
- Desculpa... - Murilo falou sussurrando, ainda de cabeça baixa, e foi para o lado de sua mãe.
Depois que percebi a cena que eu tinha feito, olhei para Cathe, e ela estava com os olhos marejados, a abracei e puxei os parabéns.

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Baby Girl
FanfictionNão é fácil ter uma paixão secreta por sua chefe aborrecida, ainda mais quando sua chefe é sua ex, e a filha de sua chefe também é sua filha...