você não tá sozinha.

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09:45 AM - Boston, USA

   Eu não consegui dormir na noite passada, eu não consigo comer, pensar direito ou até me sentir bem comigo mesma. Depois do que minha mãe fez, ela basicamente não me olha mais nos olhos, meu pai parece não saber de nada já que está como sempre. A Lauren... Depois do que eu falei ela não me disse mais nada. Desde ontem de noite, ela não falou mais nada sobre esse assunto comigo, apenas me deu bom dia hoje de manhã antes de eu ir pra escola e desceu para a cozinha tomar café. Parece que ela tem evitado, acho que foi pelo o que eu disse ontem pra ela.

Eu me sinto mal, de verdade, por fazer ela passar por mim, pelos meus pais e por mim mesma. Eu não deveria ter começado a tentar me descobrir ou muito menos ter tentado algo com a Lauren. Minha cabeça está uma pura bagunça e eu não consigo resolver nada disso.

Agora estou aqui na escola, eu não vi as meninas ainda e faltam alguns minutos para o intervalo.
Assim que a aula de biologia termina, eu saio da sala caminhando em direção ao refeitório. Quando estou andando pelos corredores, eu sinto alguém esbarrando em mim.

- Mila?

É a Dinah, ela parece preocupada e se aproxima de mim me dando um abraço apertado.

- Aconteceu alguma coisa?

- Eu só quero saber se você tá bem, você não respondeu minhas mensagens ontem e as de hoje de manhã. Achei que tivesse acontecido alguma coisa.

- Eu não tô muito bem, melhor a gente se falar depois...

  Quando eu tento andar em direção oposta a ela, sua mão me segura pelo braço e ela fica de frente para mim novamente.

- Me fala, o que aconteceu? - sua voz sai calma mas ao mesmo tempo direta - A Lauren não aceitou suas desculpas?

- Não é sobre a Lauren, Dinah. É sobre mim. - sinto meus olhos começarem a marejar no mesmo instante em que respondo ela - Eu nunca vou poder ser nada do que meus pais esperam que eu seja.

- Você não precisa ser Camila, já falamos sobre isso.

- Aí que você se engana, eu preciso sim! - todos que estão passando ao redor me olham confusos por me ver chorando - Eu preciso ser como eles querem que eu seja, porque se não, eles vão fazer da minha vida um inferno.

  A Dinah sem pensar duas vezes me agarra pela cintura dando um abraço demorado, suas mãos passam pelos meus cabelos e ela diz baixo em meu ouvido.

- Você não tá sozinha, Mila. Você nunca vai ficar sozinha, eu te prometo, vamos sair disso juntas.

  Eu não aguento mais segurar e acabo desmoronando em seus braços, minha respiração vai se acalmando e o peso diminuindo.
Eu tenho sorte de ter ela.

- Di... - uma voz feminina ecoa pelo corredor enquanto a Dinah sussurra alguma coisa.

  Logo sinto vários braços envolta do meu corpo, são as meninas, a Ally e a Normani. Elas me abraçam por trás e ficamos naquela posição por um bom tempo, enquanto elas falam que estão comigo e que eu não preciso chorar.

Amiga da minha mãe - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora