Amiga da minha mãe - CAMREN

ainda existem ateus?

Lauren POV

15:50 PM, Boston - USA

Eu realmente gosto de estar com a Camila, o carinho que eu sinto por ela é quase como se fosse involuntário e eu tenho certeza que só vai aumentar com o passar do tempo, mas... ainda não tenho certeza se isso pode dar certo, não só por conta dos pais dela, também por conta das nossas idades. A Camz é mais nova do que eu e isso me incomoda, mesmo que seja pouco, incomoda.

  Logo depois da pequena conversa que tivemos, ficamos um tempo no quarto sozinhas e assim que a Dona Sinuhe chegou em casa, começamos a ajudar com o jantar. Para a minha surpresa, a mãe da Camila parecia mais tranquila agora, ela não estava estressada e nem parecia com raiva de mim. O pai da Camila, Alejandro e a Sofi chegaram pouco tempo depois com as compras. Não demorou muito para a família toda começar a ajudar, já que 18:00 os parentes da Camila iriam chegar.

- Ela sempre fica assim, quando meus tios e meus primos aparecem. - Camila diz baixinho do meu lado enquanto corta uma cenoura - Até parece que faz um teatro pra eles.

- Vai ver ela quer fingir que tá tudo bem, minha mãe faz isso toda hora. - digo lavando os tomates e colocando dentro da panela.

- Se depender da minha mãe, a gente só interpreta a família perfeita pra todo mundo.

Camila diz com desdém e logo depois joga a cenoura picada na panela. Dá pra ver o quanto a família mexe com ela e o porque dela sentir tanto medo da sexualidade que tem. Ficar no armário contra a sua vontade é a pior coisa para uma pessoa LGBTQI+.

- Se sua família fosse tranquila em relação à tudo, hoje seria um jantar pra eu conhecer os seus pais. - falo baixo só para ela ouvir e um sorriso cresce em seu rosto - Eu ia fazer de tudo pra eles gostarem de mim, até trazia alguma sobremesa pro jantar.

- Aposto que iria ser comprada. - Camila diz rindo e leva sua mão até a minha que está em cima do balcão.

- Eu disse que ia trazer, não fazer a sobremesa. - digo dando alguns carinhos involuntários em sua mão e abro um sorriso em sua direção.

Meus olhos não conseguem desviar de sua boca até que eu sinto uma mão gelada e áspera me empurrar de lado, fazendo meu corpo bater na parede.

- Desculpa Lauren, eu precisava pegar os pratos. - Sinuhe diz com sem olhar para mim e entra em nosso meio, pegando alguns pratos que estavam dentro do armário.

- Era só pedir que eu pegava, mas ok. - falo observando cada movimento que ela faz e sentindo a raiva possuir o meu corpo.

Consigo ver de relance, a Camila com uma expressão surpresa pela atitude da mãe e sem pensar duas vezes, ela se afasta indo em direção ao seu pai que está arrumando a mesa para o jantar e continua lá durante todo o tempo.

O resto da tarde foi completamente entediante, a Camila sequer olhava para mim depois do que a sua mãe fez e evitava até estar do meu lado.
Ela realmente tem medo da própria mãe...
  Por outro lado, a Sofia ficou grudada em mim a tarde inteira e até quando eu subi para o quarto para me arrumar ela me seguiu.

- Virou minha sombra agora, Sofi? - pergunto rindo e me sentando na cama.

- A Mila anda muito chata e mal tem tempo pra mim. - ela fala bufando e fechando a porta em seguida. - Você é bem mais legal, Laur.