03. Tarde de filmes.

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O barulho das talheres batendo nos pratos eram presentes na cozinha, junto de risos pequenos e conversas soltas.

Levi bebeu um pouco de suco, numa maneira exótica — palavra essa que não é nada mais e nada menos que uma maneira menos arrogante de dizer bizarra — de segurar seu copo.

Voltou seu olhar para a irmã mais nova, sua cópia quase idêntica, e a ouviu falar sobre a visita que seus amigos fariam naquela tarde.

O Ackerman mais velho não odiava os amigos de Mikasa. Muito pelo contrário. Mesmo que não admitisse, amava quando os adolescentes se juntavam para assistir filmes com a garota.

Era bom saber que ela tinha amigos e poderia contar com eles.

Certo, Levi não odiava os amigos de Mikasa e isto era um fato. Porém, ele realmente não ia com a cara de Eren.

Talvez fosse algum ódio acumulado de alguns anos atrás, ou talvez fosse só implicância mesmo. Ou talvez — e realmente era — fosse a maneira ridícula como o garoto agia.

Parecia um delinquente de dezessete anos, com umas duas ou três passagens na polícia. Além de que Levi tinha certeza absoluta que aquela erva que o menino levava no bolso, não era chá.

— Como foi a escola hoje?

A voz meiga e gentil de Erwin se fez presente, e Armin terminou de mastigar, antes de virar-se para o pai.

— Foi bem até. Pensei que era um lugar mais caótico.

Armin sorriu pequeno, bebendo um pouco de água. Sequer havia se tocado que seu rosto estava manchado de tinta. As pessoas na mesa também não comentaram nada sobre isso. Já era normal o garoto aparecer sujo com tinta, seja no rosto ou no cabelo.

Erwin deu um sorriso meigo.

— Fico feliz.

Voltou a comer. Era bom saber que seu filho estava confortável para ir a escola. Acreditava que ele teria desistido ainda no primeiro dia.

— Min', você vai ver que é bem tranquilo lá. Às vezes tem uma ou duas confusões, mas nada demais.

Historia informou com um sorriso gentil.

— Sim. Exceto na época do festival e das festas. Durante esses dias, aquilo vira um caos.

Mikasa adicionou, se esticando para pegar a salada.

— Levi, o almoço tá uma delícia.

Elogiou, e Levi acenou com a cabeça, em agradecimento.

— E põe caos nisso. Os corredores ficam imundos com confetes.

O Ackerman mais velho retorceu o rosto, e Armin sorriu.

— Então não é muito diferente do intercâmbio.

Seu tom saiu calmo, e Historia se levantou.

— Aff, você sempre faz mistério sobre seu intercâmbio. Bem que poderia me contar como foi lá.

Fez um bico, recolhendo a louça que usara, a andando até a outra parte da cozinha, separada por um balcão.

— Mas não aconteceu nada demais!!

O loiro se defendeu, vendo Historia fazer uma voz irritante, o imitando.

— Nada demais é a minha----

Mikasa se auto-interrompeu, olhando de relance para o irmão.

— Vai Mikasa, termina.

O mais velho pediu, e Erwin sorriu pequeno.

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