034 ━ Mom, Dite is having a bad time!

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ᴇ ᴀs ᴍɪɴʜᴀs ᴇsᴘᴇʀᴀɴᴄ̧ᴀs, ᴇʟᴀs sᴀ̃ᴏ ᴀʟᴛᴀs
ᴇᴜ ᴅᴇᴠᴇʀɪᴀ ᴍᴀɴᴛᴇ̂-ʟᴀs ᴘᴇϙᴜᴇɴᴀs
ᴀᴘᴇsᴀʀ ᴅᴇ ᴇᴜ ᴛᴇɴᴛᴀʀ ʀᴇsɪsᴛɪʀ,
ᴇᴜ ᴀɪɴᴅᴀ ϙᴜᴇʀᴏ ɪssᴏ ᴛᴜᴅᴏ

─── fools, by
troye sivan

Afrodite Thoja
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Os dias se passaram e já é fevereiro. Se vi Vinnie três vezes nesse meio tempo, ainda é muito. Nos distanciamos de vez, e ouvi algo sobre ele se mudar para New York.

New York! Não faço ideia do que aconteceu e porquê aconteceu, mas Atena se mudou definitivamente para New York, depois de terminar com Vinnie.

Fevereiro é o mês mais cheio do comitê: jogos, after-party, bailes... Muitas coisas. Felizmente, ou infelizmente, Samuel desistiu de fazer parte quando se lembrou que teríamos que trabalhar juntos. É, ele ainda não fala comigo. Muito maduro da parte dele

Depois de passar quase três horas exposta ao frio de transição para a primavera, finalmente estava em casa.

Outro detalhe importante é que meus pais estão tentando dar uma nova chance a eles mesmos, então, por mais que eu não esteja exatamente bem com isso, é bom saber que ele está feliz com sua esposa, e seus filhos. Filhos! Zach é a coisa mais fofa que eu já vi. Ele não fala muitas palavras, e as que fala, são ligeiramente erradas, mas não me importo, ele é o meu irmãozinho e posso dizer que ele já se acostumou comigo.

— Você 'develia usar um casaco — a criancinha diz quando me jogo no sofá.

— E você deveria aprender a falar! — ele bufa e volta a sua atenção para a televisão, onde passava o maldito desenho da patrulha canina. — Você não conhece outro desenho além desse? É irritante!

— Você que é 'ilitante! — tentei não rir, mas falhei.

Fui para o meu quarto e troquei o uniforme da escola – a maldita saia curta me deixava mais exposta ao frio, mas era a minha única opção, visto que a calça estava suja de sorvete – por um conjunto de moletom quentinho.

Acho que não resolveu muito.

Em dez minutos, as crises de espirros começaram. Toda a minha cartela de remédios já estava vazia, e mais uma vez, a minha preocupação voltou. Eu tenho certeza que não é pneumonia.

Quando eu estava prestes a sair da Pensilvânia, minha avó me disse para tomar muito cuidado na época do outono e inverno, porquê, assim como todas as mulheres da minha família, eu herdei uma doença que mal sei o nome. A única coisa que sei, é que quando estou muito exposta ao frio a minha imunidade baixa drasticamente, e isso leva a desmaios banais, no início. Depois de avançada, ela se torna algo como pneumonia, ou tuberculose, ou até mesmo anemia falciforme. É, é uma mistura dos três.

Há duas semanas eu desmaiei na banheira, e acordei pouco tempo depois, e nesse meio tempo, as coisas só pioraram.

— Dite? — olhei para Zach quando voltei a sala. — Eu 'quelo cereal e achocolatado, você pode fazer 'pla mim?

Me virei para a cozinha e andei até lá, percebendo que a janela estava aberta.
A minha cabeça já latejava há minutos atrás, e com o barulho do microondas, tudo piorava.

— Dite? — me apoiei na bancada, tentando focar o meu olhar em algo, mas as bolinhas pretas tomaram conta da minha visão. — Dite, você ta bem? — a voz de Zach ficava cada vez mais distante. — Mamãe, a Dite tá passando mal!

Vinnie Hacker
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Finalmente tomei uma decisão concreta sobre mim e o meu futuro. Eu estava disposto a entrar no mundo da música como cantor, o que eu sonhava desde pequeno.

Eu e Jett costumávamos escrever músicas juntos, só por zoeira, e então eu peguei gosto pela coisa. Tenho dezenas de letras, que nem Afrodite sabia da existência.

Ah, Afrodite. Depois da nossa despedida, não a vi mais do que três, ou quatro vezes. Ela me disse, pela última vez, que apesar de me amar com todo o seu coração, não podemos forçar a barreira que a vida criou entre nós, ou então, sairíamos machucados. De novo.

Não tenho falado muito com Jett, e ele tem andado bastante com uma loira gostosona, ela praticamente mora aqui agora, mas ele vai se cansar e ela nunca mais vai voltar, em menos de um mês.

Sei mais do que ninguém que nem mesmo a mulher mais gostosa do mundo substituiria o lugar de Afrodite.

Eu dedilhava as cordas do violão quando senti meu celular tremer no meu bolso. Por que a Riley me ligaria ás nove da noite?

— Sim? — meu tom era desconfiado, e com razão.

— Vincent! — ela estava com a voz triste. — Sei que você é a última pessoa que deveria saber disso, e vir aqui, mas acho que você precisa saber...

— Saber o que? Para de enrolar e diz logo! — me levantei da cadeira, ficando nervoso sem nem saber o motivo.

— É a Dite. — meu coração acelerou. — Ela já andava ruim por esses dias, sabe, exposta ao frio e tudo mais, e quando eu fui ligar para ela há vinte minutos para perguntar se ela já estava em casa, quem atendeu foi a mãe dela. Ela está no hospital, e parece que a coisa tá feia! — ela explicou, e tenho certeza que seu rosto estava molhado.

Afinal, o meu também estava.

Minha mente voou para alguns meses atrás, quando ela ficou trinta dias naquela maca, apenas se levantando para fazer xixi e se alimentando daquela sopa horrível. De novo não!

Quando me dei conta, estava amarrando os cadarços do tênis e em seguida, colocando um moletom.

Trombei com Jett antes de sair, mas não o disse nada. Se alguém quiser que ele saiba, é bom que diga a ele, porque eu não vou o fazer.

O caminho do hospital pareceu ainda mais longo, e uma viagem de vinte minutos pareceram uma hora, mas finalmente eu estacionei o carro e corri até a sala de espera, sem nem lembrar de trancar o carro.

— Vinnie? — Reeves me chamou antes que eu falasse com a recepcionista — Vem, as garotas estão ali...

Avani e Riley estavam sentadas nas cadeiras azuis, ambas com os braços apoiados em seus joelhos e os dedos entrelaçados, em preocupação. Eu também estaria assim, mas não conseguiria ficar sentado, sabendo que a garota que eu amo, apesar de tudo, está em uma maca neste momento. Não mesmo!

— Recomendo que ambas passem em uma consulta depois disso, o que vocês têm pode se tornar algo maior que isso. É tão perigoso para ela, como para você! — ouvi uma voz á minha esquerda, e um médico saía de um quarto junto com os pais dela. — Vocês são os amigos da Afrodite, certo? Ok, ela não está exatamente pronta para visitas, mas... — não terminei de escutar o discursinho do médico, e em segundos estava ao lado da maca.

Seu rosto estava pálido e sua boca ressecada. Seu cabelo estava preso de uma forma estranha, mas linda, e suas sobrancelhas, levemente arqueadas, descansavam para baixo. Ela não tinha expressão alguma.

— Você vai sair dessa, igual da outra vez. Você vai estar fora daqui em pouco tempo e então nós vamos tomar aquele sorvete de morango horrível que você adora. Eu prometo.

Hurts like Hell ¹ | Vinnie Hacker ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora