capítulo 1, parte 2

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13 de setembro, 2021


Mike deixa o Fiat 500 no estacionamento. Opta por fazer uma caminhada pela vila de Lake Bluff, confiando nos instintos para saber voltar ao lugar de onde saiu para passear. Ele encontra algumas barracas de comidas e de adereços artesanais pelas ruas secundárias e se encanta com a hospitalidade de alguns desses comerciantes informais, que cumprimentam a todos os turistas que passam pelo asfalto e até acenam para o próprio Boyd.

O turista termina por comprar um taco vegetariano caseiro — ainda que ele mesmo não se considere vegetariano — na 5th Street e digeri-lo enquanto caminha rumo às vias mais movimentadas daquele lugar da Califórnia. Seu relógio de pulso é a única lembrança da família Boyd que carrega no momento; entretanto, o fato é causado mais por ter sido um presente de sua falecida avó, Tilda Boyd, a quem ele prezava muito em vida.

Ele encara os ponteiros enquanto dá uma mordida no taco. Ainda são 20 horas e 10 minutos. Dá para me divertir mais um pouco, conclui, pouco antes de virar à sua esquerda e encontrar a avenida principal de Lake Bluff, dando de cara, também, com a visão que ele mais ansiava ter naquela vila: uma iluminação incandescente, beirando aos tons de laranja, pendendo nos postes e nas fiações improvisadas por cima da junção das ruas que conduzem todo e qualquer visitante ao espaço mais cobiçado da região; algumas performances musicais ao vivo, ouvidas de dentro de alguns dos restaurantes presentes na avenida; e por último, mas não menos importante, o fluxo de pessoas felizes em estarem ali.

Michael nunca sentiu em Saint-Louis a mesma sensação que está sentindo agora — a sensação aventureira, que aponta para todas as direções e o encoraja a aproveitar o máximo de cada coisa que ele encontra pela frente. Saint-Louis é uma cidade que ele conhece como se fosse algo que veio em suas memórias no nascimento; a imprevisibilidade do lugar onde mora é o que mais o assusta, por saber que nunca estará totalmente em paz em momento algum. Lake Bluff é diferente. É excitante. É um mundo novo, desconhecido para ele. Um mundo onde ele não será descoberto se simplesmente começar a conversar com qualquer um sem saber para onde as conversas poderão levá-lo.

Sem querer perder tempo, Mike termina de comer seu taco e adentra o primeiro restaurante à sua direita, o Balvin's. A decoração, totalmente inspirada em tons da cor vermelha, é o que primeiro chama a sua atenção; em seguida, é a música ao vivo, entoada em espanhol e com um ritmo que poderia envolvê-lo em uma dança agora mesmo, se ele soubesse dançar.

Sua mente o faz perceber que seu fascínio com o Balvin's — e com Lake Bluff num geral — é um tanto quanto fora da curva e provavelmente atrai olhares estranhos das outras pessoas ao seu redor; tal pensamento o faz relaxar os músculos do corpo e apenas buscar por uma mesa para um. Analisando o cardápio mais rápido do que consegue imaginar, Mike pede uma macarronada com molho de tomate e queijo derretido, acompanhado de uma garrafa de cerveja.

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