capítulo 2, parte 2

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14 de setembro, 2021


— Trabalha em um cassino?

— Como adivinhou, Mike?

— Chutei usando o estereótipo dos cassinos de Vegas.

— Perspicaz — Colin sorri com a afirmação de Michael. — Não sou dono de cassino, se é o que você pensa. Só... trabalho por lá mesmo. Converso com os jogadores, faço algumas apostas, organizo algumas jogatinas... enfim. Um pouco de tudo.

— Você não gosta do seu trabalho, não é?

— Mais uma vez... como adivinhou? — Os dois riem alto, dessa vez. — Estou começando a ficar preocupado com a possibilidade de você já me conhecer e ter vindo aqui apenas para aplicar um golpe em mim.

— Não sou golpista. Minha família é — a resposta do jovem Boyd pega o outro homem desprevenido, quase engasgando na sua próxima fala por conta disso. Michael percebe o movimento e tenta apaziguar a situação. — Meu pai é o prefeito da cidade onde vivemos e meu irmão é o rei do crime organizado da região, também.

— São polos bem opostos, eu diria.

— Ah, pode ter certeza. Eles não se falam mais há anos por causa disso.

— De que região você vem?

— Conhece os três Distritos? Saint-Louis, Birdwood e St. Peters?

— Já ouvi falar — Colin o responde, encarando os olhos de Michael pela primeira vez na conversa desde que chegou. — Não foram coisas boas.

— É, não é exatamente um paraíso — o Boyd rebate verbalmente —, e também não é como se eu pudesse sair a qualquer momento.

— Então como veio parar aqui?

— Fugi. Mas vou voltar.

— Um homem de coragem se foge do próprio prefeito, se me permite dizer.

— Eu deveria ter feito isso há muito tempo, na verdade — a réplica de Michael soa mais sincera do que nunca, perdendo todo o tom sarcástico de segundos atrás. — Meu pai não aceita muitas das coisas que fazem parte de quem eu sou, mas também não me deixa sair e viver longe dele. Talvez porque ele vê diariamente o que o outro filho se tornou e não quer que o mesmo aconteça comigo.

— Ele acha que você tem potencial para o crime?

— O único crime que eu gostaria de cometer no momento é o de viver uma experiência bem libertina que fosse capaz de fazê-lo infartar de desgosto.

Colin segura mais uma vontade de rir com o modo como Michael fala em "experiências libertinas"; isso, no entanto, não passa despercebido pela atenção do Boyd, que quase reclama disso. Antevendo a reação do jovem, Colin fala primeiro.

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