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Babi on

Entro no restaurante extremamente caro que meu pai escolheu almoçar, muito a cara dele.
Deus me livre ele sentar pra comer um dogão de rua .

B: oi -murmuro sentando na sua frente
Paulo: está 5 minutos atrasada

E lá vamos nós, mesma hostilidade de sempre .

B: foi mal tive um imprevisto   - tipo uma troca de sexo oral com um traficante local
P: certo. E como está na faculdade
B: está tudo ótimo- primeira mentira
P: tem falado com seu irmão ?
B: não vejo a um bom tempo- segunda mentira
P: ainda está morando naquela casa perto da praia ?
B: sim- dou um sorriso, terceira mentira do dia

E mal comecei .

Não há um encontro nosso que não seja repleto de mentiras. E sei que elas não vem só da minha parte .

B:e seu trabalho? Tudo certo ?
P: estressante como sempre- ué cadê os detalhes?- estou com uma nova equipe.

Pedimos o almoço e passei os próximos 40 minutos mentindo sobre minha vida. Meu "pai" infartaria se soubesse que eu não curso direito e sim sou dona de um morro.
Não que eu me importe se o velho ter um infarto só não quero ser a causa. Vai que ele volta pra me assombrar.

Depois do almoço vou direto pro morro, tô cheia de BO pra resolver .

Ph: e aí ?- entra na minha sala, pô ninguém mais bate na porta
B: ele perguntou de você - Bruno revira os olhos
Ph: como se ele se importasse .

Paulo e Bruno são que nem água e óleo nãos se misturam . Não sei quem ideia mais o outro

Então vamos a trágica história da minha família.
Meu pai foi um morador do Vidigal, conheceu minha mãe e levou ela pra morar com ele . Três anos depois nasceu o primeiro filho Bruno, alguns anos depois eu. Meu pai era um babaca egocêntrico e machista o que fez minha mãe ir embora morar com meu avô na Itália, o Bruno foi com ela e quando foi minha vez de ir meu pai não deixou. Então ficamos separados. Meu pai teve que se mudar por causa do trabalho mas ele nunca gostou de morar no morro, na verdade ele odeia esse tipo de lugar. Meu querido pai é do tipo " na favela só tem bandido". Crescer sozinha com ele não foi nada fácil o homem era um pé no saco, corrigindo ele é um pé no saco.

B: Bruno podemos conversar ?- ele senta no sofá e me lança um olhar preocupado
Ph: me chamou de Bruno fudeu .
B: coringa
Ph: oque ? Vamos matar ele ? Graças a Deus
B: a gente tá meio que ficando- respiro fundo- não quero esconder isso, você é a única pessoa que tem meu sangue que eu me importo de verdade
Ph: é burrice Bárbara, o cara não é confiável. Ele já tentou te matar.
B: Bruno- mumurrei
Ph: ele ainda vai te fazer muito mal, só quero que você lembre que eu te avisei.

Ele sai da sala, sei que não era só isso que queria dizer mais engoliu todos os palavrões pra não criar uma briga maior . Será que ela tá certo

É burrice me envolver com o Victor ?

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