SORTE A MINHA - FRED WEASLEY

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ANNE HATHAWAY

    O clima estava frio, subi até o andar de cima deixando todos na sala, caminhei até o quarto e agarrei um moletom bem mais quente. Foi então que me direcionei até o próximo andar, onde estava o quarto de Percy e Gui, desocupados.

   Quando éramos pequenos, costumávamos a vir até o quarto de Gui, passávamos pela janela e sentávamos todos no telhado, durante a noite, quando nenhum de nós estava verdadeiramente com sono, e então ficávamos horas observando o céu.

   Dito e feito, abri a janela do quarto escuro e me deixei sobre o telhado não se importando muito com a poeira ou sujeira do lugar, apenas focada em finalmente respirar fundo, se concentrar pelo menos por cinco minutos do presente e parar de me preocupar tanto com o externo.

   Infelizmente, eu diria, essa solitude não durou muito tempo, já que fui tirada de meus pensamentos por uma voz que eu conhecia bem.

— No nosso esconderijo secreto? — Perguntou. — Foi difícil lembrar de que poderia estar aqui.

— Queria ficar um tempo sozinha.  — Respondi.

— Quer que eu saia?

     Neguei com a cabeça. O mesmo passou pela janela e se deitou ao meu lado com as mãos atrás da cabeça.

— Lembra quando viemos aqui só nós dois? — Perguntou virando seu rosto para mim.

     E eu lembrava, por que foi quando percebi que estava apaixonada por Fred, foi quando tudo começou, nesse telhado, quando tinha onze anos e era boba demais quando se tratava de amor.

— Lembro.

    Ficamos um tempo em silêncio, mas isso não significa que minha mente também estava, meu cérebro estava turbilhando pensamentos.

— Naquele dia, você me apresentou a constelação de órion. — Riu. — Se lembra disso, Anne?

    Sorri, é claro que lembrava, lembrava de cada segundo daquela noite e de como passamos a madrugada conversando, pela primeira vez.

— Se lembra disso, é? — Perguntei o olhando. — Existiam diversas histórias sobre a constelação, mas a que eu mais gostava era a de que... — Mas Fred me interrompeu.

— Órion estava apaixonado por uma das filhas de Ártemis, que correspondia o amor. — Me encarou nos olhos. — Mas ela o acidentalmente o matou, e como forma de arrependimento e admiração, o colocou em uma constelação para que nunca fosse esquecido. — Sorriu. — Eu me lembro.

     Quis chorar pela sensibilidade de suas palavras tiveram em meu coração, pela forma como se lembrou de cada detalhe da história e a contou pra mim, quis chorar por que o amava e queria protegê-lo de tudo.

— Anne. — Iniciou. — Queria te pedir perdão, por toda a situação que fiz com que passasse, por tudo, na verdade. — Segurou com uma mão meu rosto me fazendo me olhá-lo. — Sempre tive medo de não merecer você e acabei provando para mim mesmo que não te merecia. — Poderia estar ficando louca, mas seus olhos começavam a se encher de água. — Você me deixa confuso, quando estou ao seu lado me falta ar, Anne, e eu nem me importo desde que você esteja respirando. — Sorriu com os olhos marejados. — Droga Anne, eu te amo tanto, tanto mesmo, não sei dizer em palavras o quanto preciso de você!