+18| SORTE A MINHA - 𝘍𝘳𝘦𝘥 𝘞𝘦𝘢𝘴𝘭𝘦𝘺
Em meio aos corredores encantados de Hogwarts, Anne Hathaway e Fred Weasley sempre foram melhores amigos - até que um sentimento inesperado bagunça tudo.
Entre travessuras, feitiços e corações te...
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ANNE HATHAWAY
A madrugada era fria, e o ar cheirava à fumaça, chuva e pedra queimada. Hogwarts resistia, mas mal se reconhecia. Corredores destruídos, vitrais estilhaçados, sangue no chão — e um silêncio estranho, quebrado apenas por murmúrios e passos leves de quem ainda caminhava entre os escombros.
A guerra havia acabado. Voldemort estava morto. Mas a vitória, para muitos, era só uma palavra oca.
Estava sentada nos degraus da entrada do castelo, os olhos fixos em nada, a cabeça apoiada nos joelhos. Ainda vestia a roupa suja da batalha. Ainda não havia dormido. A chuva havia cessado, mas tudo em mim parecia encharcado demais por dentro para secar por fora.
Foi então que senti uma presença suave ao meu lado.
Molly Weasley.
Ela se sentou com dificuldade, o corpo cansado, a alma mais ainda. Não falou de imediato. Apenas pousou a mão com carinho sobre as minhas costas, num gesto contido, silencioso, mas profundamente maternal. Me fazendo ter a vontade chorar novamente.
Depois de um longo momento, ela sussurrou, com a voz rouca:
— Querida... vem pra casa com a gente, ok? — Disse delicada.
Ergui os olhos lentamente, encarando o horizonte pálido. A "casa" dela, o mundo como conhecia, ainda estava deitado sobre uma maca no Salão Principal. Não respondi de imediato. Parte minha queria dizer não — queria ficar ali, onde os últimos momentos com Fred ainda pareciam recentes. Mas a voz de Molly me puxavam de volta à vida.
Molly segurou minha mão. — A Toca está aberta pra você. Sempre estará. — disse com firmeza, embora os olhos estivessem marejados. — Fred... — a voz falhou, mas ela apertou os lábios, respirou fundo e continuou. — Ele amava você. Amava como nós sempre amamos. Nossa pequena Anne. Venha descansar. Esperar os meninos voltarem. Esperar... ele voltar, um pouco, nas memórias. Lá é mais fácil lembrar com amor.
Assenti, em silêncio. As lágrimas escorriam novamente, mas ela não resistiu quando Molly se levantou e me ajudou a fazer o mesmo. Ginny e Hermione já esperavam no salão, exaustas, segurando uma pequena bolsa encantada com alguns mantimentos e roupas. As três trocaram olhares que diziam tudo sem precisar de palavras.
Foram juntas.
Ao sairmos pelos portões, olhei uma última vez para o castelo ferido. Respirei fundo — como se tentasse levar consigo o cheiro de pedra molhada e memória — e então virou o rosto para frente.
A Toca estava silenciosa quando chegamos.
O relógio mágico marcava todos os ponteiros em "perigo" e "ausente", menos os de Ginny, Hermione, Molly... e agora, Anne. Alguém havia adicionado o meu nome à estrutura, discretamente, como se já fosse parte da família há tempos.