Cʜᴀʀᴘᴛᴇʀ 56

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Passamos o natal em Godric's Hollow, a cidade natal de Harry.

Foi um momento bem sensível para Harry, e como eu não gosto de momentos sentimentais, fiquei afastada dele e de Hermione, que ficaram alguns minutos na frente do túmulo dos pais de Harry.

Eu e Hermione achamos um túmulo com uma marca das famosas Relíquias da Morte, o que foi estranho.

Mas não mais estranho do que uma velha que ficou nos encarando, Bathilda Bagshot. Entramos na casa dela depois de sermos convidados e quase morremos, quando na verdade a verdadeira Bathilda  tinha sido assassinada, e em seu lugar estava Nagini, cobra que eu reconheci ser a de Voldemort.

Isso provavelmente significava que além de tudo, Voldemort sabia que eu havia o traído, o que aumentava minha chance de ser morta em 89%.

Graças ao trabalho em grupo, conseguimos escapar vivos.

Ron ainda não havia voltado, não faço a mínima ideia de onde ele poderia ter ido, já que para começar sua saída foi uma idiotisse.

Montamos a barraca e ficamos acampados mais uma vez, os dias passavam lentos, a única coisa que me motivava era ser otimista com o pensamento: "ok, ao menos eu estou ajudando de alguma maneira".

Já estavam destruídas algumas horcruxes, mas ainda não tínhamos conseguido destruir o medalhão de Slytherin, por incrível que pareça.

— Quantas horcruxes destruímos até agora? - Hermione perguntou tirando os olhos de seu livro, que lia sentada debaixo de uma árvore escassa de folhas.

— Eu conto uma, o diário de Tom. Você não sabe quantas tem no total, Harry? - perguntei para o moreno.

— Não tenho certeza, masDumbledore achava que eram seis depois de Voldemort. Destruímos duas, Dumbledore já tinha destruído o anel. Faltam quatro,

— Ah sim, o anel de Marvolo Gaunt, o querido avô de Riddle.

— Você sabe sobre ele?

— Eu sei a história de Tom há tempos, sempre o achei uma pessoa muito interessante, e realmente é. O que a família dele era talvez explique o que ele se tornou hoje. O nojo de levar o nome do pai trouxa que largou sua mãe grávida depois de parar de ser enfeitiçado pela poção do amor é compreensível, apesar de que ele sempre teve a arrogância de um herdeiro de Slytherin. O pavor de ser normal, o preconceito a sangues não puros, ser ofidiglota, tudo isso se junta como características de seus antepassados. Apesar de eu nunca entender o porquê de ele ter feito tantas horcruxes e acabar do jeito que está.

Os dois me olhavam arregalados, eu percebi que havia falado demais.

Depois disso, fui para a tenda escrever uma carta para Daph e Draco. Escrevi até o pedaço de pergaminho chegar ao fim. De qualquer maneira, nenhuma palavra por escrito demonstraria o que eu realmente queria dizer, seja por falas ou gestos. Tudo dentro de mim parecia querer ir para fora, mas eu não tinha outra opção, continuaria os reprimindo.

Coloquei a carta na pata da minha coruja.

— Ei, eu sei que é cansativo, mas ache Daphne para mim, ok? - ela deu uma bicada leve no meu dedo em afirmação e saiu voando.

Suspirei cansada com tudo aquilo e me levantei.

Naquela noite eu e Hermione fomos dormir e Harry ficou lá fora.

Eu demorei o que pareceu horas para dormir, a insônia andava comigo há tanto tempo que eu já estava acostumada.

Na manhã seguinte, acordei com Harry e Ron (sim, ele apareceu do nada)  chamando por mim e Hermione. Demorei para realmente processar onde estava pelas poucas - eu chutava serem menos de três - horas dormidas.

My Girl | Draco Malfoy & YouOnde histórias criam vida. Descubra agora