Cʜᴀᴘᴛᴇʀ 58

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Um tempo havia se passado. Com o tempo vem coisas inesperadas, destinos incertos e obstáculos. E estar ali presa novamente a tudo aquilo, aquelas pessoas, aqueles lugares, depois de tantos acontecimentos só demonstrava que o tempo e o futuro são coisas que dão medo. A incerteza dá medo; e ela é a característica mais predominante do tempo e futuro.

O começo de tudo isso deveria ser apenas uma brincadeira, uma paixonite idiota aos 14 anos e uma briga boba com os pais.

Mas não. A vida nunca foi assim, enfim.

Deveria parecer óbvio que desde o começo aquilo era um abismo; um simples teste que a vida me fez; deveria parecer óbvio que o amor sempre acaba destruindo alguma coisa. O amor sempre foi destrutivo.

Mesmo assim, tudo aquilo não era um arrependimento. Pelo contrário, ter me deixado amar Draco me fez evoluir, deixar de ser ignorante e ver que enfim os sentimentos serviam para alguma coisa.

Pena que tinha acontecido tão cedo.

Draco havia entrado em outra crise existencial, eu não sabia mais o que dizer para ele entender que eu estava bem, apesar de tudo.

Não cheguei a ser torturada mais uma vez; ainda bem, eu provavelmente não teria mais forças para segurar a minha raiva caso isso acontecesse de novo.

Eu sabia que uma batalha se aproximava. Draco sabia. Harry sabia. Voldemort também sabia.

Isso era desesperador, digo, eu deveria acreditar que o bem sempre ganha? Acreditar nesse tipo de coisa nunca foi o meu jeito de resolver as coisas.

Afinal, eu mal sabia de qual lado eu seria considerada estar.

Além de tudo, Voldemort com certeza havia tido uma recaída, mas ele ainda era um bruxo das trevas e sabia o que estava fazendo.

Bem, pelo menos ele acha que sabe. Mas não vem ao caso.

— Draco... Por favor me responde, eu só quero saber se você quer tomar banho antes ou depois. - pedi, já cansada daquela situação.

Pela quinta vez, não obtive resposta. O loiro continuava sentado na cama, fitando a parede como se dependesse daquilo.

— Ok, que você se foda também.

Eu sabia que ele precisava de um tempo, mas aquilo era demais. O jeito que ele não conseguia lidar com tudo isso tornava difícil minha tentativa de fingir que nada havia acontecido.

Fui para o banheiro e fechei a porta; não a tranquei, nunca se sabe quando Draco pode ter mais um surto.

Entrei debaixo do chuveiro rapidamente, eu queria ser rápida, logo teríamos uma reunião com Voldemort e finalmente saberíamos o que diabos vamos fazer agora, com Potter destruindo quase todas horcruxes.

Suspirei. Eu realmente havia perdido total controle da minha vida desde que aceitei tentar salvar a vida de outra pessoa.

Que irônico, não parece estar funcionando.

Em minha sincera percepção, na realidade, eu só havia destruído a vida de Draco ainda mais.

Escutei o barulho da porta rangendo por causa da madeira velha e virei a cabeça rapidamente.

— Draco? Você está bem? Crise de ansiedade? Pânico? Quer ajuda com alguma coisa?

Eu estava preocupada e nem parecia que há minutos atrás eu tinha o mandado se fuder.

O loiro mais uma vez não me respondeu, me deixando irritada. Ele deu alguns passos e entrou no box, encharcando suas roupas ao parar na minha frente, debaixo do chuveiro.

My Girl | Draco Malfoy & YouOnde histórias criam vida. Descubra agora