Capítulo 5

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Aviso - esse capítulo contém cenas pesadas que podem ser gatilhos para você. Cuidado ao prosseguir.

Charlotte estava presa em um cubículo escuro.

Tinha cheiro de sangue, suor e excrementos. Seus braços e pernas estavam presos contra uma das paredes do lugar por espetos de ferro fincados em sua carne. Mas isso era meio que algo inútil, já que suas mãos e pés haviam sido arrancados com o serrote a pouco, a impossibilitando de fugir mesmo que não tivesse presa.

A dor era insuportável.

Charlotte gritava e chorava com sua voz infantil de 7 anos, mas ninguém a escutava. Ninguém viria a salvar. Ninguém nunca veio. Ninguém sabia que ela existia ou que estava ali. E quem sabia, não se importava.

Então ela ouviu a voz que mais tinha medo naquele mundo proferir ameaçadoramente:

- Fique quieta e pare de chorar, se não vou fazer ser pior para você...

Quase que automaticamente, Charlotte se calou por inteiro, tremendo de medo.

Mesmo morrendo de dor, a ameaça daquela pessoa era extremamente assustadora e sempre verdadeira. Depois que ela se calou, a voz mais uma vez sussurrou em seu ouvido:

- Ainda bem que você é uma garotinha obediente.

Charlotte tremia violentamente por causa da aproximação daquela pessoa. Ela sabia que o que viria a seguir seria terrível.

E ela estava certa.

A pessoa pegou uma faca cega da mesa ao fundo, onde os objetos de tortura sempre ficavam, e depois se voltou novamente para a garotinha presa por pinos de ferro em sua carne. Charlotte não ousava levantar o rosto e olhar para os olhos daquela pessoa, porque sabia que fazer isso seria como pedir algo pior que a morte. Mas mesmo sendo obediente, isso nunca evitou nenhuma das crueldades que ela sofreu.

A pessoa levantou o rosto de Charlotte com muita violência, quase quebrando seu maxilar. Charlotte fechou as pálpebras fortemente para evitar olhar nos olhos daquela pessoa à sua frente.

Entretanto, o que seria feito ali precisava que ela mantivesse os olhos bem abertos.

A voz disse com extrema frieza cruel:

- A cada dia que passa você se parece mais com ela. Só seus olhos são diferentes... Acredito que precisamos dar um jeito nisso, você não acha?

Uma mão forte abriu o olho direito de Charlotte à força.

A última coisa que ela viu com aquele olho foi um par de olhos azuis-esverdeados lindos, frios e loucos. Depois desse breve vislumbre, a faca entrou naquela cavidade.

O que veio após aquilo foi uma dor excruciante e tudo ficou vermelho.

A faca entrou por sua pálpebra inferior e rodeou a extensão inteira da borda do olho, bem devagar, tão devagar quanto torturante. Charlotte podia sentir seu olho se desconectando de seus nervos, de suas veias, de sua carne, de sua cabeça. A pessoa com a faca era muito experiente e habilidosa em fazer aquilo.

A dor era insuportável.

Charlotte não conseguiu conter os gritos gigantescos e roucos durante aquele processo violento. Logo o olho direito dela foi arrancado fora de forma terrível.

Uma mão violenta tapou a boca dela com muita brutalidade, a ponto de quebrar seus dentes da frente. A voz sussurrou ameaçadoramente em seus ouvidos:

- Eu mandei ficar quieta! Eu realmente estava tentando pegar leve com você hoje, sabia?! Mas agora que me desobedeceu, as coisas vão piorar bastante...

Beleza Aprisionante - História dos Quatro ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora