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Any Gabrielly
06 de abril de 2020
Manhattan, New York

Pego meu cappuccino no balcão do Starbucks e me viro para Sabina, que está flertando com o atendente, nem parece que namora há anos com Jonah Marais. Limpo a garganta e Sabina olha para mim, aceno com a cabeça e minha irmã entende o recado.

- Até mais gatinho - a morena diz e pisca para o atendente.

Reviro os olhos e saio da cafeteria, sendo seguida pela minha irmã mais velha. Faço sinal para um táxi e logo um para, entro dentro dele e a motorista espera Sabina entrar para pedir nosso destino.

- Constance Billard School - digo e a motorista concorda com a cabeça.

- Ou o inferno o qual somos submetidas a ir diariamente - reviro os olhos com a fala de Sabina - mas Constance também serve.

- Vai almoçar com o Jonah hoje? - pergunto já sabendo a resposta.

- Sim, como sempre faço - Sabina da de ombros - enfim, você devia estar pensando em outra coisa mais importante.

- Como as provas finais? - me faço de tapada e minha irmã ri debochada.

- Como arrumar um namorado antes da vovó chegar - minha irmã reforça o que vem falando há dois meses.

- Eu só não encontrei ninguém que me chamasse a atenção - explico e tomo um gole do meu café.

- Você sabe que a vovó só vai pagar a sua faculdade se você tiver um namorado - assinto com a cabeça - e seu tempo está acabando.

- Ela chega na semana que vem, tenho tempo - finjo dar pouca importância para o assunto.

- Se fosse você maninha, arranjaria alguém o mais rápido possível - o táxi para na frente da nossa escola, Sabina paga a taxista e descemos dele - quando você piscar, o próximo ano já vai ter passado e você continuará solteira.

Dou um sorriso forçado para Sabina e ela da um mini aceno com a mão, então minha adorável irmã mais velha vai ao encontro do seu namorado e de seus amigos imbecis. Sabina e eu temos apenas um ano de diferença, mas às vezes parece que é muito mais.
Encontro Sina encostada no corrimão da escada, ao lado de Noah, que está arrumando sua gravata. Meus dois melhores amigos são pessoas totalmente diferentes, Sina é rebelde e está nem aí para o que os outros vão pensar, já o Urrea é o senhor certinho.

- Bom dia flores do dia - falo animada ao me aproximar deles.

- Sua animação me dá raiva - Sina comenta mal humorada - ainda é muito cedo para ser feliz.

- Bom dia Elly, é descafeinado? - Noah pergunta e nego com a cabeça - então deixa.

- Noah meu querido - me viro para ele com uma ideia na cabeça - o que acha de ser meu namorado por um mês?

Ele me olha sério antes de dar uma gargalha alta, logo sendo acompanho por Sina. Reviro os olhos para meus amigos e dou a costa para eles, entrando dentro da escola.

- Espera Any - Urrea pede ainda rindo - é uma pegadinha né.

- Não estaria me rebaixando por uma pegadinha - digo franca - minha avó está vindo de Paris e preciso apresentar um namorado para ela.

- Sua avó é uma machista de merda, mas ela me dá um medo do caralho - Sina diz ao meu lado.

Vovó tem seus motivos ao fazer isso, não que sejam motivos certos, mas ela tem. Digamos que minha mãe não se casou com o melhor homem do mundo, segundo minha avó. Meu pai é fuzileiro naval e por mais que ganha um bom salário, não é o que a minha avó acha digno para nossa família.

Por essa razão que minha avó banca minha família, paga um colégio caro para mim e para Sabina, deposita semanalmente uma quantia generosa em nossas contas bancárias, além de ter dado um apartamento no Upper East Side para nós morarmos.

Só que nem tudo vem de graça, uma das suas adoráveis condições para pagar uma faculdade da Ligue Ivy é estarmos namorando alguém da alta sociedade nova iorquina. Ela só não quer que casamos mal igual nossa mãe.

Sabina já se livrou dessa barra, ela namora Jonah Marais e ele foi bem aprovado pela vovó. Um menino de classe e com boas intenções, foi exatamente o que ela disse sobre Jonah. Mal ela sabe que os dois possuem um relacionamento aberto e podem pegar quem quiserem.

- Não tenho escolha a não ser apresentar um namorado para ela na próxima semana - bufo só de pensar no que terei que fazer para satisfazer minha avó.

- Eu não sou o cara ideal - Urrea fala - não sou como vocês, não moro no Upper East Side e não tenho uma casa em Hamptons.

Por mais do nome chique, Noah mora no Brooklyn e é bolsista na escola. Ele diz que tem orgulho de onde vem e que graças a Deus não é igual aos mauricinhos do colégio. Mas no fundo, eu sei que Noah gostaria de ser como nós.

- E a casa em Hamptons conta bastante para sua avó - Sina lembra e eu assinto contrariada.

- É tecnicamente impossível achar o cara ideal para as exigências de minha avó em uma semana - digo frustrada.

- Nada é impossível - ergo uma sobrancelha e encaro Urrea - ok, tem umas coisas que são tecnicamente impossíveis, mas isso não é.

- Espero que esteja certo Noah - o sinal bate, indicando que devemos ir para nossas salas - vejo vocês no recreio.

Me distancio de meus amigos e começo a andar para a sala de design, onde terei os dois primeiros tempos. Vejo o Beauchamp pregando um folheto no mural de avisos e dou uma risada ao ver que é sobre a bandinha dele e dos amigos da minha irmã.

Só espero que Noah esteja certo e que não seja impossível arrumar um namorado em menos de uma semana.

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➪ primeiro capítulo, espero que vocês gostem.

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No boyfriend - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora