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Any Gabrielly
14 de abril de 2020
Manhattan, New York

Como toda família de elite, os Beauchamps tem uma casa, lê-se mansão, no Upper East Side. Com dois andares e uma decoração moderna, a casa do meu namorado falso é extremamente linda e aconchegante.

- Vai querer tomar alguma coisa? - ele pergunta ao lado de um mini bar - temos uísque importado, posso fazer um Manhattan se quiser?

- Josh, são apenas três horas da tarde - digo incrédula e ele ri.

- Eu sei, estava apenas brincando - ele diz e sai do bar - quer uma água com gás ou um suco?

- Uma água com gás - respondo e ele vai até a cozinha, voltando minutos depois com um copo de água com gás e um com suco de laranja.

- Então, o que você quer colocar de novo nas condições? - ele se senta ao meu lado no sofá e toma um gole do suco.

- Sem beijo de língua - tiro a agenda da bolsa e começo a acrescentar as condições.

- Ok, mas selinho posso dar a vontade - ele pega a agenda da minha mão e começa a escrever nela - que letra bonitinha que você tem.

- Anos de caligrafia - brinco e pego o copo de água que está no centro da mesa - quando minha avó for embora, também vamos terminar o namoro na escola?

- Pode ser, quer me dar o pé na bunda? - me engasgo com a água e por pouco não cuspo ela - ou eu posso te trair e sair como um canalha.

- Apenas vamos dizer que não deu certo - digo o que será o melhor para nós dois.

- Você terá que ir nas festas comigo - Beauchamp anuncia e nego com a cabeça - Elly, eu nunca vi você em uma festa em todos esses três anos.

- Não gosto de festas - respondo - é muito barulho e isso me dá dor de cabeça.

- Eu compro dorflex para você - ele anota que terei que ir nas festas com ele - você terá que ir assistir os meus jogos de lacrosse.

- Vou ter uma apresentação de ballet no final do mês, você vai me levar flores - comunico e ele me olha surpreso.

- Você dança ballet? - assinto e coloco o copo na mesa - uau, isso me surpreendeu.

- Por que? - franzo as sobrancelhas - por que não sou alta e magra como o estereótipo de bailarinas?

- Não, é só que não imaginava que você dança ballet - ele se defende e olho desconfiada para ele - enfim, acho que é melhor contar para a minha família sobre nosso namoro, mas vamos fingir para eles também.

- Por que? - pergunto curiosa e ele coloca a caneta no meio da agenda.

- Minha mãe sempre quis que namorasse alguma menina legal, não quero decepciona-la dizendo que nosso namoro é falso - ele explica e reprime os lábios - ela não me leva muito a sério, acha que não quero nada com a vida e sempre implica com a banda.

- Ela deve ter muito orgulho de quem você é - tento amenizar as coisas - você é um garoto incrível Jack.

- Ok Rolim - o loiro diz dando risada - se você me chama de Jack, vou te chamar de Rolim.

- Ok Josh, vou parar de te chamar de Jack - murmuro e ele sorri vitorioso - o que mais quer colocar nas condições?

- Acho que mais nada por enquanto - ele fala e me devolve a agenda - você quer colocar mais alguma coisa?

- Também não - concordo com ele e passo a mão na capa da agenda.

Ficamos em silêncio e Josh liga a televisão da sala de estar, onde estamos sentados. Ele coloca em um canal qualquer e finge prestar atenção enquanto eu rabisco um desenho na última folha da agenda.

- Você vai fazer faculdade do que? - pergunto para Josh.

- Engenharia na Columbia - ele responde baixinho - vai fazer jornalismo em qual universidade?

- Quero entrar na Columbia também - informo e Beauchamp sorri - Sabina vai ir para Brown.

- Ela contou - Josh diz - então vamos nos ver na Columbia.

- Pelo jeito - dou de ombros e Josh se aproxima de mim - qual música vocês vão gravar?

- O nome dela é Falling - Beauchamp me conta - quer ouvir?

- Quero - digo animada e os olhos do meu namorado falso brilham.

- Vou buscar meu violão - ele comunica e se levanta do sofá em um pulo.

Josh sobe as escadas correndo e eu observo mais detalhadamente a sala de estar dos Beauchamp. Meu olhar é atraído por um quadro gigante em cima da lareira, nele está a família de Josh e pela forma como foi retratada os filhos, o quadro foi pintado a muito tempo.

- Aposto que vocês também tem um quadro em família em casa - escuto a voz do loiro e tiro meu foco do quadro.

- Não temos - conto - não faz o estilo dos meus pais.

Beauchamp volta a se sentar no sofá e afina as cordas do violão cor de creme dele. Ele dedilha algumas notas e sem ele perceber, abro meu Instagram e me preparo para gravar ele.

- Girls like you, they just don't understand
Didn't mean harm but you killed a man
Loving you never was in the plan
Stuck in your ways, I sink in your sand - ele começa a cantar e me surpreendo com a voz dele.

Paro de gravar quando o tempo do story atinge o máximo. Deixo o celular de lado e me concentro na voz de anjo de Josh. Me hipnotizo pela letra da música e pelo cantor, a voz dele casa muito bem com a melodia da canção.

- Isso foi incrível - parabenizo ele, que se encolhe - você tem muito talento.

- Eu sei - ele se gaba e eu reviro os olhos - obrigado.

- De nada - retruco e ele gargalha.

- Eu adoro o seu senso de humor - Beauchamp comenta e dou um sorriso envergonhado.

Olho no relógio do celular e vejo que está na hora do meu chá gelado. Me levanto do sofá e guardo minhas coisas dentro da minha bolsa de couro preta. Fico em pé e Josh me imita.

- Eu tenho que ir - aviso e Josh coloca as mãos no bolso da calça - foi uma tarde divertida.

- Concordo, até que você é legalzinha - ele comenta e dou risada - quer que eu te leve?

- Não precisa, vou de táxi - digo e começo a andar para a porta.

Me despeço do meu namorado e saio da residência dos Beauchamp's. Ando até o final da rua e pego um táxi que estava parado.

- Starbucks por favor - digo e o motorista assente.

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Amanhã tem mais.

No boyfriend - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora