XXXV

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Scarlett on

Finalmente tínhamos voltado para a hospedagem, mas ficamos apenas o tempo suficiente para que trocássemos de roupa e partíssemos

Mark era convencido demais e tinha um ego grande demais para tentar qualquer coisa na frente dos convidados, mas no instante em que saímos do castelo e ele tinha a maioria das pessoas em seu palácio, seria burrice não vir atrás de nós

Tínhamos trocado de roupa tão rapidamente e saído pelas ruas da alcateia e ido na direção da floresta tão rapidamente, que ofegávamos no instante que sentimos a escuridão e umidade da mesma nos atingir

Eu checo todos, vendo Irene cansada e Link impaciente

Mas eu ainda estava chocada. Ainda estava chocada com Cristopher por ter voltado e me tirado de lá. Chocada por ele ter deixado seu passado todo para trás em questão de segundos

-Não aguentaremos viajar até o Sul-pontuo e todos me escutam com atenção- adentraremos a floresta até chegarmos em um local mais afastado e tranquilo e então acamparemos. Revezaremos os turnos de guarda e sairemos pela manhã

Capto um sorriso leve no canto do rosto de Cristopher conforme todos assentiam prontamente e começavam a caminhar para o coração da floresta

Não havíamos trocado uma palavra e eu sabia que Irene e Link estavam bravos com Cristopher por enganá-los, mas não tiveram coragem de dizer nada no momento que viram o homem me carregando nos braços

Caminhávamos atentos e com rapidez e eu sentia a lateral de meu corpo doer graças ao aperto maldito de Mark. Havia visto a marca roxa de seus dedos em minha cintura, próximas ao meu quadril, e tive uma vontade súbita de vomitar ao encarar a cena

Afasto os pensamentos visando me concentrar em achar abrigo.

Eu não estava mais naquela cela. Não estava mais sendo machucada. Eu estou livre.

Cristopher se agacha no chão depois de alguns minutos de caminhada, elevando seus sentidos e tocando na terra úmida

-Tem um rio a alguns metros, já está escuro e frio. Melhor acamparmos aqui. Estamos longe o suficiente-pontua e ele não precisa dizer mais nada, pois Irene e Link já tinham jogado as coisas no chão e se acomodado apoiando as cabeças nas mochilas e se encolhendo pelo frio

Cristopher balança a cabeça em negação e suspira analisando os amigos exaustos

-Eu não acho uma boa ideia fazermos uma fogueira-pontua e Link bufa

-Eu que não vou ficar aqui congelando-resmunga antes de se transformar no lobo marrom e chacoalhar os pelos

Irene se aproxima do animal já deitado que a encara com certa indignação

-Sou velha e necessitada, deixa essa merda desse lobo perto de mim antes que eu morra de frio-diz antes de deitar perto do animal que eu jurava ter visto revirado os olhos

Solto um sorriso encarando a cena enquanto estava levemente afastada, encostada em uma árvore

-Vou até o rio-pontuo para Cristopher que concorda levemente antes que eu desapareça entre as árvores

Mordo o lábio com força afastando a dor e a repulsa e praticamente corro em direção ao rio

Corro até lá tirando a camisa, ficando apenas com a faixa nos seios e me jogando de joelhos na margem, colocando as mãos dentro dele e passando água nas feridas, nas marcas roxas, como se isso fosse limpá-las.

O sorriso sujo dele, seu olhar em meu corpo, o aperto forte e incessante. A dor se espalhando

O mesmo olhar daqueles homens que me encaravam naquele calabouço. Os mesmos toques. A mesma dor. O mesmo medo do que aconteceria. A mesma sensação de impotência

A loba da revolução Onde histórias criam vida. Descubra agora