O Mestre da Morte

Caçadores

Harry seguiu a linha de visão de seu padrinho. Ele estava certo. Entre as árvores estava um lobo, observando-os cautelosamente. Olhos amarelos brilharam no escuro como carvão. Sua alma ardia de fome. Mas havia algo diferente em seu comportamento.

Harry se perguntou por que não o notou antes.

O lobisomem estava mantendo distância, mas agora que ele foi detectado, ele se moveu lentamente em direção a eles.

Remus aura era inconfundível.

No entanto, havia uma nova vantagem nisso. A natureza selvagem que normalmente estava tão contida em seu núcleo havia assumido o controle.

Ao contrário de Sirius, Harry teria problemas para identificar Moony apenas pela aparência. Já fazia muito tempo desde que ele viu a forma de lobisomem de Remus.

Mas embora seu padrinho mal conseguisse distinguir a silhueta do lobo na escuridão, ele o reconheceu.

Foi interessante ver Remus assim. Sua magia não estava girando em torno dele, nem interagia com o ambiente como normalmente fazia quando ele era humano. Harry ainda podia sentir isso, mas estava focado mais para dentro. Confinado. Como o sangue pulsando em suas veias, corria por seu corpo, movendo-se lentamente, quase como se estivesse dormindo. Embora fizesse sentido. Afinal, os lobisomens não precisavam de magia para matar.

Então Remus deixou as sombras.

Ele era grande.

Como humano, Lupin já era alto. Mesmo aqui ele era um dos lobos maiores, embora parecesse mais magro do que a maioria dos outros. No entanto, Harry podia ver seus músculos ondulando sob seu pelo marrom. Moony estava avançando com passos suaves, mas hesitantes. Seus olhos âmbar estavam fixos em Sirius. Havia cautela visível em cada movimento seu.

Se Harry não soubesse melhor, ele diria que o lobisomem pode até estar confuso. Mas isso não o fazia parecer menos perigoso.

Sirius ficou parado como se estivesse congelado. Nuvens de vapor se formaram com cada expiração enquanto ele olhava para o lobo. Um metro e oitenta de ar frio era a única coisa que os separava.

Um rosnado baixo saiu da garganta de Moony.

Sirius engoliu em seco. Ele havia lutado contra os outros lobisomens sem se conter, mas Harry de alguma forma duvidava que ele faria o mesmo com Remus.

Harry se inclinou para frente sem pensamento consciente. Sua respiração engatou com antecipação. Moony ainda não tinha atacado, mas sua postura era claramente a de um predador.

"Sirius, eu acho que seria melhor se você se transformasse em um cachorro," Harry disse baixinho, seus olhos não deixando o lobisomem. Nada indicava o que iria acontecer. Ele sentiu a presença sombria da Morte atrás dele, sua própria curiosidade refletida em seu vínculo. Outros lobos que já haviam recuado um pouco antes, agora se aproximaram mais uma vez. Harry não se atreveu a piscar.

O som de um galho quebrando quebrou o silêncio.

As orelhas de Moony se contraíram e por um segundo seus olhos se desviaram de Sirius. Outro lobisomem emergiu das sombras atrás dele. Ele se aproximou, linhas raivosas interrompendo o padrão do pelo cinza cobrindo seu focinho.