O Mestre da Morte

Caro Voldemort ...

Segunda-feira passou sem nenhum evento digno de nota ocorrendo. Isso se alguém ignorasse os cumprimentos entusiásticos que Hagrid recebeu de vários Grifinórios quando ele apareceu de volta na mesa dos professores. Até agora, não houve nenhuma repercussão nas ações de Harry na noite anterior e ele estava contente em deixar que tomasse seu próprio curso por enquanto.
Em outra nota, com Hagrid de volta de sua missão, não havia necessidade da Professora Grubbly-Plank continuar dando sua aula. Assim, na tarde de terça-feira, uma mistura de grifinórios e sonserinos estava indo em direção à orla da Floresta Proibida, envoltos em capas grossas e seus lenços enrolados em seus pescoços.

Hagrid já estava esperando por eles, carregando o que parecia ser uma metade sem vida do que um dia fora uma vaca. "Hoje vamos trabalhar lá", anunciou o meio-gigante, um largo sorriso separando sua barba enquanto ele apontava para as sombras entre as árvores. "As árvores fornecem abrigo, eles preferem um pouco mais escuro."

"O que prefere mais escuro?" Malfoy sibilou em pânico para Crabbe e Goyle. "Você o ouviu? O que ele disse?" Sua magia prateada cravou, pontas afiadas crescendo como pingentes de gelo.

"Preparar?" Hagrid perguntou, e felizmente olhou para os rostos deles. "Então, no seu quinto ano, economizei um pequeno passeio na floresta. Pensei em dar uma olhada nessas criaturas em seu ambiente natural. Agora preste atenção no que vamos ver hoje. Estou supondo é muito raro. Provavelmente sou o único na Grã-Bretanha que conseguiu treiná-los. "

Uma vaga ideia se espalhou na mente de Harry e ele tinha certeza do que os esperava hoje. Ele compartilhou um olhar com a Morte, que casualmente estava ao lado dele.

"Tem certeza, eles são treinados?" Malfoy perguntou insistentemente. "Afinal, não seria a primeira vez para você trazer alguns animais selvagens para esta classe."

Os sonserinos murmuraram em concordância e uma boa parte dos grifinórios parecia compartilhar sua opinião.

"É claro que eles são treinados," resmungou Hagrid. Ele mudou seu controle sobre a vaca morta.

"E o que aconteceu com o seu rosto?" Malfoy perguntou, seus olhos curiosos fixados nos hematomas amarelados e nos cortes mal cicatrizados no rosto de Hagrid.

"Não é da sua conta," o homem gigante retrucou e cheirou. "Então, se nenhum de vocês tem outra pergunta estúpida que precisa fazer, siga-me." Ele deu as costas e começou a caminhar em direção às árvores. Harry foi provavelmente o único que não hesitou em seguir atrás dele, mas lentamente toda a classe começou a se mover.

Após cerca de dez minutos de caminhada, eles chegaram a um lugar em que as árvores estavam tão próximas que apenas um feixe de luz passou pelas copas escuras. Grunhindo, Hagrid colocou a vaca morta sobre as agulhas de pinheiro.

"Aproximem-se, vamos," Hagrid encorajou os adolescentes, que estavam todos hesitantes em dar um passo em direção ao local onde o meio-gigante estava. "Então o cheiro da carne vai atraí-los mais perto, mas vou chamá-los de qualquer maneira."

Ele deu um grito, que ecoou estranhamente entre as árvores. Ele repetiu duas vezes, os olhares dos alunos saltando nervosamente de uma árvore para outra.

Só então Harry avistou uma das criaturas que Hagrid pretendia mostrar a eles. Um cavalo preto ossudo com olhos brancos e asas coriáceas emergiu lentamente das sombras.