007 - Chorando por respostas

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A semana passa correndo e logo o sábado chega.

Não vejo Alfonso desde que fomos interrompidos por Amanda na terça-feira. May também sumiu, logo depois de me contar que beijou o professor Levy, o beijou na boca em plena sala de aula.

Notei Ucker e Fercho meio distantes, provavelmente sabiam o motivo de Poncho ter sumido do nada, mas, se sabiam de algo, não comentaram nada a respeito, pelo menos não comigo.

— Anahí?

Amanda estala os dedos próximo ao meu rosto e isso me desperta dos meus devaneios. Senti vontade de questiona-la sobre a mentira, sendo que não tive coragem. Acabei de chegar aqui e não quero parecer paranóica, ou me fazer de perseguida, o que entra em conflito com a minha grande curiosidade, então realmente não sei o que fazer.

— Anahi? — insiste Amanda e eu acabo me virando em sua direção.

— Sim?

— Nathalia e eu estamos indo para a casa do Fercho, vai ter uma festinha na piscina e ele disse para chamarmos você. Quer ir?

Escuto o barulho de Nathalia vindo do primeiro andar e lembro do quanto ela é irritante. Não acho que seja uma boa ideia passar o dia com elas, mas - Deus sabe o por quê - faço um sinal positivo com a cabeça quando Amanda me encara, esperando uma resposta.

Levanto meio que no automático e pego uma mochila no meu armário. Como vamos ter que nos encontrar lá a noite, para a festa na Éden, resolvo ficar de uma vez. Fercho não vai se importar que eu me arrume em sua casa.

Depois de pronta, passo as alças da mochila por meus braços e vou até Amanda, que está preparando uma mala média de viagem.

— Você vai passar o fim de semana lá? — pergunto a ela, como quem não quer nada.

Amanda separa uns três biquínis diferentes e os põe num saquinho rosa pastel antes de levá-los até a mala.

— Oi? Quê, não, imagina! — ela para por um instante e me encara, depois desce os olhos até a minha única bagagem. — Você só vai levar isso?

— Sim, tem tudo o que eu preciso.

A morena dá de ombros e volta a organizar suas coisas.

Ela está prestes a falar algo quando somos interrompidas por Nathalia, xingando enquanto desce as escadas com uma mala um pouco maior que a de Amanda.

Sinto meu celular vibrar no bolso traseiro da jardineira que estou vestindo e me deparo com uma mensagem de Ucker quando o pego e o desbloqueio. Ele está nos esperando em frente ao Elite e pediu que nós apressássemos porque ainda vamos ter que ir ao supermercado.

Aviso as meninas e Amanda trata logo de fechar a mala. Nathalia me olha com uma feição de poucos amigos, provavelmente se perguntando o motivo de Ucker ter vindo falar comigo ao invés dela. Finjo que não percebo e passo pelas duas, que me acompanham segundos depois.

— Finalmente! — exclama Ucker ao nos avistar, ao mesmo tempo em que ajeita os óculos de sol no rosto.

Ele está encostado em uma BMW, estacionada próxima ao meio-fio.

Ucker destrava o porta-malas com a chave do carro e, ignorando o beijo que Nathalia o lançou, nos dá as costas e entra no carro.

Algo me diz que vamos ter um longo dia.

***

Paramos no supermercado para comprar bebidas, alguns petiscos e coisas do tipo. Ucker para o carro no estacionamento e vamos os quatro para dentro do estabelecimento.

Depois do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora