O local mais reservado que Alfonso sugere é o escritório do tal Diego. Não sei bem qual o tipo de amizade que os dois tem, mas devem ser bem íntimos para ele fazer esse tipo de coisa. Fico me perguntando quantas garotas ele já deve ter trazido aqui. Não ligo de ser mais uma, afinal, quero apenas o que ele quer.
O escritório é tão organizado que chega a ser engraçado, até porque o próprio Diego parece ser um cara relaxado. Mas o carpete do piso é tão limpo e claro que eu poderia facilmente me deitar e sair rolando pelo chão sem me preocupar com a minha roupa. Os livros na estante próxima a duas poltronas estão perfeitamente alinhados, do maior para o menor, e parece que acabaram de sair da livraria. Alguns quadros estão pendurados pela sala, as pinturas têm o mesmo tom amadeirado das paredes e todas com a moldura idêntica. O único ponto desorganizado do ambiente é a mesa onde estão dois computadores, localizada perto da extensa janela de vidro, que vai do chão ao teto e de uma parede a outra, coberta por uma cortina blackout e outra mais fina, provavelmente de seda. Há vários papéis espalhados sobre a mesa e há um dispositivo alarmando, como se tivesse sido acionado com a nossa presença.
-- Um minutinho.
Alfonso passa por mim e segue até a mesa. Ele senta na cadeira de rodinhas e a empurra um pouco para trás com os pés, depois se abaixa e começa a remexer numa gaveta. Vejo quando ergue a coluna e passa uma espécie de disco sobre o dispositivo, que automaticamente silencia. Nesse momento o celular dele começa a tocar. É Diego, que desliga logo após Alfonso avisá-lo que foi ele mesmo quem acionou o alarme.
Alfonso guarda o disquinho dentro da gaveta e dessa vez pega uma chave dourada.
-- Pensei que fôssemos ficar aqui -- digo e ele me lança um olhar carregado de malícia.
-- Acho que uma mulher como você merece mais do que um escritório de boate, a menos que tenha algum fetiche...
-- Não tenho, só não quero sair para algum lugar muito longe. May e Ucker podem ficar preocupados.
-- Eles sabem que você está comigo. -- Alfonso se levanta e vem até mim. O moreno passa o braço por cima do meu ombro e me guia até o corredor. -- Não se preocupe, vamos continuar na boate.
-- Tudo bem.
Ele tranca o escritório de Diego antes de segurar a minha mão e avançar pelo corredor. Cinco minutos depois, dois andares acima, Poncho e eu nos encontramos num quarto semelhante aos que fico hospedada quando viajo.
O espaço é amplo e divido em três ambientes, uma espécie de sala, que atravessamos antes de chegar ao quarto, onde há uma cama redonda ao centro, uma televisão suspensa e uma cômoda branca ao lado de uma porta aberta, onde fica o banheiro.
Poncho não espera eu ter qualquer tipo de reação. Ele desliga o interruptor e a luz se apaga, em seguida anda até mim tão necessitado que parece até um leão atrás de sua presa. Quando está próximo o suficiente, Poncho segura minha nuca com uma das mãos e me puxa para mais perto de si com a outra, pegando com firmeza na minha cintura. O beijo vem desesperado, carregado de desejo e com gosto de álcool e pastilha de menta.
As mãos do moreno começam a passear pelo meu corpo, a que estava na nuca se ocupa com um dos meus seios sob a fantasia, enquanto a outra aperta a minha bunda sem nenhuma delicadeza.
-- Gostosa.
Alfonso solta um leve gemido ao meu ouvido e isso me deixa completamente a sua mercê. Que inferno de homem.
Suas mãos agora se preocupam em arrancar a minha fantasia e, quando eu menos espero, ele consegue. O vestido desliza pelo meu corpo tão fácil quanto como se eu estivesse coberta de óleo.
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Depois do amor
RomanceAnahí Portilla vem de uma família rica e sem amor, onde o único contato que tem com os pais são durante os jantares de negócios em que eles obrigam que ela compareça. Após Anahí sofrer um acidente em uma noitada com os amigos, seu pai, a fim de não...