Pelo bebê

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A japonesa varreu a poeira que as caixas trouxeram na mudança, tentava ignorar a dor em sua coluna por conta da noite mal dormida. Montar a cama era a coisa que mais queria fazer, mas Seungmin ainda dormia no colchão.

Mas aquilo iria ser difícil, não era acostumada a montar objetos como aqueles profissionais que eram contratados — geralmente depois de se comprar um guarda-roupa ou uma cama nova de uma loja — e também não tinha dinheiro para se pagar um. Tinha passado quase 3 horas para montar o rack da sala. Nem conseguia imaginar o trabalho que seria para construir seu armário..

Estava desde às 2 da manhã de pé, já que não conseguia dormir tinha resolvido ser produtiva e começar a arrumar sua casa. Estava demorando mais por conta do respeito, não queria fazer tanto barulho assim para não acordar seu vizinho de baixo ou do lado.

Minatozaki sentou no chão á frente de seu sofá, suspirou cansada, tombou sua cabeça para atrás com seus olhos fechados, encostando no acolchoado do sofá vermelho da sala. Esticou seus braços para as laterais, relaxando um pouco depois de 4 horas de trabalho.

Estava tão corrida — até mais do que foi para conseguir uma casa nova para morar —, não parava nem por um segundo. Tinha que arrumar um emprego, colocar seu filho numa escola e terminar de arrumar todas as coisas na casa.

As vezes, se via sem muita noção das coisas ao seu redor, ficava confusa consigo mesma e o do motivo que se levava ao máximo de exaustão todos os dias.

— Mamãe..

Abriu seus olhos por um fio, sorrindo para o menino com uma das mãos na parede do corredor enquanto coçava seu olho esquerdo. Céus, toda vez que olhava para ele lembrava que aquilo tudo valia a pena.

Seungmin andou devagar até a japonesa, sentando em seu colo. Se aconchegou no peito da mãe, abraçando forte a sua cintura.

— Bom dia, vida — disse, retribuindo o abraço.

— Hm — ele resmungou, pendurando um bico em seus lábios.— Eu tô com fome, mamãe, tô com fome.

— Vou preparar um lanche pra você, neném — apertou mais ainda o coreano, beijando seu rostinho inchado.

Ela levantou do chão, estralando os ossos de suas pernas ao andar até a cozinha. O coreano andou até a mesa de jantar, pegando o celular jogado ali. Uma música do desenho animado soou pela casa, Sana já até sabia algumas falar de cor, quando Seungmin gostava de um desenho ficava assistindo esse mesmo até cansar e quase não assistia outro.

A mãe passou manteiga numa frigideira, colocando dois pequenos pedaços de queijo lá enquanto cortava as bordas do pão de forma. Juntou os dois, colocando dentro de um pratinho, Sana fez leite com achocolatado com o restinho de nescau que sobrava de um potinho e colocou sobre a mesa.

Sentou ao lado do menor, entrelaçando seus dedos de suas duas mãos e apoiando seu queixo entre eles, sorrindo fraquinho para Seungmin. 

— Você não vai comer, mamãe? — ele perguntou, limpando o cantinho de sua boca com a manga do pijama.

— Não estou com fome, amor — suspirou, restaurando sua postura na cadeira.

O menino fez uma careta, segurou nas duas extremidades do seu pão e o partiu desajeitado. Pegou um pedaço do queijo que tinha caído sobre o preto e o colocou de volta em um dos lados, dando aquele pedaço para a mãe com um largo sorriso em seu rosto.

Ela amava aquele menino... Amava de verdade, ele era sua lanterna naquele poço escuro. Mas, também ficava triste, queria poder dar uma vida melhor para sua luz.

Ouviu batidas na sua porta, ela até estremeceu. Nem conhecia ninguém, por que viriam visitá-la?

Olhou pelo olho mágico, franzindo o cenho para a mulher de roupas com cores vibrantes. Abriu devagar, acenando tímida.

A bruxa do 607Onde histórias criam vida. Descubra agora