O acidente

730 130 24
                                    

24/12/2020

A coreana balançou a cabeça, rindo da animação exagerada da menina. Permitiu que fosse arrastada pelas barracas e brinquedos, enquanto Chaeryeong se decidia em qual queria ir primeiro.

Foi levada até a fila enorme fila da montanha-russa, seus olhinhos brilhavam e sentia até uma pontada de medo atingir sua barriga vendo o tamanho daquilo. Esticou seus bracinhos, pedindo colo para que pudesse ver direito quantas pessoas tinham antes de si.

— Mãe, tem um montão assim de gente! — disse, abrindo seus braços até onde conseguia.

— Sério? Quantas?

— Seis!

Jihyo riu, as vezes, Chaeryeong conseguia ser muito exagerada. Mas, tinha que entender a menina, ela tinha apenas três anos, qualquer coisa em seu ponto de vista era algo enorme ou grandioso — pelo menos comparado á sua estatura. Quando os carrinhos pararam novamente, era a hora de novas pessoas entrarem. A fila andou, fazendo a menina nos braços de Park celebrar, sorria tão largo que parecia que sua boca ia rasgar.

— Desculpe, senhora — o jovem que conduzia o brinquedo barrou a passagem das duas com o braço esquerdo —, a altura mínima pra entrar é de 1,50. Se quiser ir, vai ter que deixar a menina com alguém.

A criança fez um bico, olhou esperançosa para a mãe, achando que ela poderia resolver de alguma maneira. Ficou mais decepcionada ainda quando percebeu que Jihyo não iria fazer nada, acenou tristonha para o garoto e deitou sua cabeça no ombro da mais velha.

Jihyo sentiu uma mão em seu ombro, apertando o local por cima da camisa. Deu um pulo, levantou sua mão na intenção de se defender se fosse alguma tentativa de assalto ou algo pior. Franziu o cenho para a mulher que tinha um estranho agradável em seus lábios com o batom escarlate.

— Com licença — a mulher disse, com a voz mansa —, a senhora sabe que horas são?

— Ah — olhou em seu relógio.— 20:30

— Muito obrigada!

A Park mais velha sorriu, puxando a filha para sair dali. Andaram entre os brinquedos, procurando algum que a menina pudesse brincar. Andaram nuna xícara maluca, Chaeryeong riu demais, aquilo tinha sido divertido para ela — por mais que tivesse saído tonta e nem conseguia andar. A criança correu para uma barraquinha de algodão-doce com seus olhinhos brilhando, pediu um para a mãe. A mais alta assentiu, comprou o enorme doce roxo para encher o rostinho de Chaeryeong de sorrisos e risadinhas animadas. A noite inteira foi mimos para lá e para cá, aquela criança estava tendo uma noite de rainha. Apesar de sua mãe achar até um exagero a quantidade de doces que ela pedia, apenas cedia sem reclamar. Afinal, era quase ano novo, tinha que dar aquele crédito para sua pequena.

Jihyo entrou com a sua miniatura de pessoa num pula-pula, a coreana mais nova chorou e chorou até que entrasse junto no brinquedo. Era sempre assim, até no pula-pula que tinha no condomínio, Chaery só entrava se a mãe estivesse junto. Tinha medo de cair, medo que a rede se rasgasse, mas mesmo assim amava pular até cansar. Segurando firme nas mãos da Park mais velha, olhava para seus pés enquanto eles estavam no ar. Ria alto, mesmo que só pudesse brincar no cantinho com a mãe — para não atrapalhar as outras crianças — se divertia ao máximo. Choramingou um pouco para sair dali, apenas dez minutos por pessoa não eram o suficiente para uma criança. Agarrou o pescoço de Jihyo, reclamando baixinho que ainda queria brincar mais.

A bruxa do 607Onde histórias criam vida. Descubra agora