The Pain of Being Me

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Somos crianças que perderam seus caminhos
Mas se esperarmos tempo suficiente seremos salvos
Só durma, só sonhe
Isso não é justo, não somos só o que parecemos

Nightmare, natewantstobattle

As sirenes ecoavam alto, o som dos gritos e choros se tornaram cada vez menos turvos. Encarei o corpo embaixo de mim, enquanto as lágrimas tentavam embarcar a minha visão.

Não havia rosto, apenas a cor preta, como um sombra. A faca que estava na minha mão caiu bem ao lado do corpo. O sangue se espalhava pelo chão abaixo de nós, minhas mãos estavam tremendo, ensanguentadas, o sangue quente estava me assustando. Tudo ali estava me assustando. Uma porta dói aberta com força.

- o que você fez!? Seu monstro! O meu filho, o meu filho! - a voz de uma mulher ecoou, eu a reconhecia, mas ao mesmo tempo me era desconhecida.

- harry! Acorda. - abri os olhos vendo minha mãe me abanando preocupada, meus olhos se encontravam embarcados pelas lágrimas. - foi só um sonho, apenas um sonho. - ela repetiu baixo me abraçando com força contra o seu corpo.

Empurrei ela saindo correndo para o banheiro onde o meu jantar saiu pela boca.

Meu corpo tremia, meu coração estava acelerado, eu estava em pânico. Parecia tudo tão real. Eu ainda conseguia sentir o sangue nas minhas mãos. O sangue que não era meu.

Que espécie de pesadelo seria tão real? Um sonho lúcido?

- se acalme. - minha mãe pediu enquanto passava as mãos no meu cabelo assim que terminei de vomitar e sentei ao lado da privada. A descarga foi dada e ela se sentiu ao meu lado.

A primeira lágrima caiu, seguida de outras. Deixei que o choro levasse todo o medo que transbordava dentro de mim.

Normalmente eu não tinha sonhos, apenas apagava. Mamãe falou que toda a vez que eu tinha um sonho, algo lúcido, para que eu a contasse.

Era poucas as vezes onde isso acontecia. Porém da última vez, havia visto uma mulher numa cadeira de rodas, a mesma segurava a minha mão, enquanto sua última respiração era dada.

Minha avó morreu do mesmo jeito à 2 meses atrás.

-Porque eu? Porque eu!- gritei enquanto o medo ainda saia dando lugar à raiva.

- a culpa não é sua meu bem. Vai dar tudo certo, pequeno, vai dar tudo certo. - ela alisou o meu cabelo. - lave os dentes, eu durmo com você hoje. - eu assenti a vendo sair. Comecei a fazer o que me mandou.

"- ele é todo estranho.

- ouvi dizer que vê fantasmas.

- eu já o vi falando sozinho uma vez, é totalmente bizarro.

- ele me dá arrepios.

- devia estar morto! Uma azaraçao dessas viva é um perigo para a sociedade."

Ás vozes ecoaram na minha cabeça, os risos, as palavras grosseiras.

- Eu nunca quis ser assim. - sussurrei, perdido em pensamentos - A culpa não foi minha! - falei mais alto enquanto deixava-me ajoelhar na pia. - Eu não tenho culpa do que fizeram comigo! - mamãe correu até mim, tentando me acalmar.

- anda, esquece isso. Você lava amanhã. - ela falou calmamente, me ajudando a caminhar para a cama.

" olhe para si, tão quebrado. Você me dá pena. Você só dá trabalho para todo mundo."

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