Broken Angel

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Parece que estamos no limite agora
Queria poder dizer que estou orgulhoso
Me desculpe por eu ter te decepcionado
Oh, eu te decepcionei
Todas essas vozes na minha cabeça ficam altas
Eu queria poder calá-las
Me desculpe por ter te decepcionado
Oh, eu te decepcionei

- let you down, NF -

O som dos meus passos apertados ecoaram abandonando o quarto silencioso, deixando a calmaria que antes me envolvia para trás.

Meu coração estava tão acelerado que parecia estar saindo pela minha boca, os batimentos ecoando nos meus ouvidos, o medo e a preocupação corriam desgovernados pelo meu corpo, pelas minhas veias.

"-eu.. Preciso de você. Você pode.. Vir à sua porta?.."

A voz dele ecoava na minha cabeça. Por favor esteja bem. Por favor.

Abri a porta vendo que estava chovendo. Draco estava segurando um guarda chuva verde, vestindo um conjunto preto de moletom largo.

O celular agora desligado estava ao lado de seu corpo, enquanto me olhava surpreso, as lágrimas caiam de seus olhos azuis de forma desgovernada, como se o Loiro não tivesse controle sobre elas, seu rosto estava vermelho acompanhando a ponta de seu nariz que encontrava-se no mesmo tom.

- você veio.. - sua voz soou baixa desviando a atenção do som da chuva.

Seus olhos libertaram ainda mais lágrimas, como se em algum momento tivesse duvidado se eu aparecia ou o deixaria na mão.

Andei em passos lentos na sua direção, quebrando o som da chuva com os meus passos nas poças de água que se formavam, olhando fixo para ele, fechei os olhos enquanto rodiava os meus braços no seu pescoço, colando nossos corpos em um abraço apertado, o guarda chuva caindo de sua mão.

- me desculpe. Me desculpe. - repetia como um mantra.

Do que se desculpava?

Enquanto as lágrimas caiam se juntando à chuva pesada que se instalavem sem indício de parar.

"até os céus choram quando um anjo está magoado", a voz da minha mãe soou. Ela tinha razão, sempre tinha razão.

-Esta tudo bem, eu estou aqui. - tentei o tranquilizar enquanto fazia carinho no sue cabelo tentando imitar o mesmo jeito que minha mãe costuma me fazer.

Nunca tinha consolado alguém antes..

Draco apertou ainda mais o abraço, como se precisasse daquilo para viver. Como se eu fosse o deixar a qualquer momento.

A cada soluço, a cada lágrima derramada, algo em mim doia.

Me perguntei pelo que ele chorava, se ele chorava pelo que tinha acontecido hoje, ou pela vida toda. Ele chorava como se o mundo tivesse acabando, como se para si tudo tivesse sido perdido.

Era quase impossível comparar o garoto nos meus braços com o garoto que passou o dia comigo.

O sorriso do loiro, transformado em lágrimas de desespero.

Quando vi draco pela primeira vez, tive a impressão de ser alguém forte, determinado. Porem, esqueci que ele era humano.

Por mais forte que o Loiro fosse, ele também se quebrava.

Como um boneco de porcelana, era duro e firme, mas atirado ao chão, se quebrava facilmente.

Acolhi ainda mais o Loiro nos meus braços. Apertando a cada soluço que saia de sua boca, pensando em motivos para ter o levado a chorar, até o que aconteceu à umas horas atrás.

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